quarta-feira, 15 de abril de 2009

Muita Religião e Pouca fé


ALGUNS CAMINHOS PARA O PAI

A religiosidade no interior é algo público e de fácil reconhecimento. Apesar da quantidade enorme de templos evangélicos, as festas católicas, de um ou dois templos, fazem o “boom” de movimento financeiro e de feriados oficiais. Parece festa judaica, pois dura uma semana ou mais. Santa Edwiges, São Sebastião, Nossa Senhora do Rosário e São Vicente são exemplos de arrecadação certa, pois prendas são ofertadas e, na quermesse, são leiloadas a preços exorbitantes. Será que Cristo usaria o chicote?
Os evangélicos são identificáveis tanto pelos trajes ou pela condução da Bíblia – até analfabetos convictos querem ostentá-la. A ida deles aos Cultos é diária ao passo que os católicos o fazem somente aos domingos.
Pra mim o ritual católico tornou-se um “lenga-lenga” repetitivo e sem fim. Valorizo apenas os trabalhos das pastorais pelos leigos nos bastidores da comunidade.
Os Cultos me são muito barulhentos e equiparam-se ao Muro das Lamentações. Em nenhum momento dos evangelhos eu capturo o Cristo gritando e escandalosamente humilhando os demônios. Há um grande mérito dos “Crentes” de retirar pessoas dos vícios diversos e, num instante, transformá-las em missionários ou pastores. A pregação da Palavra cantada é hipnotizante.
Estou enamorado com o Espiritismo, algo mais interpelativo e interativo. Aquela água fluídica, se o Cristo falasse dela, assim diria: Quem beber desta água sempre terá sede – de Justiça e de Caridade. Interessante é que não existem ofertas nem dízimos, muito embora a receita aconteça como os cestos de pães e peixes.
Na dança das religiões meu atual par é os ensinamentos de Kardec, mas conheço um interiorano, vizinho meu, que no Domingo diz “Amém”, na segunda-feira “Glória a Vós e Aleluia” e na quarta-feira “Assim Seja”. Ele cerca a salvação almejada por todos, mas está sempre nas primeiras filas sem saber o que faz, pois “os últimos serão os primeiros”. Diferentemente do que disse alguém na fila do banco: os últimos serão os primeiros... a reclamarem.
Pra encerrar, outro dia, fui num açougue com o nome de Açougue São Francisco. Perguntei o porquê do nome e responderam-me que os proprietários eram “muito católicos”, homenageando assim o Santo.
Infeliz homenagem, pois o Irmão Francisco é o protetor dos animais e os abates seriam um mal cheiroso holocausto.

1 comentários:

Ellen disse...

Eu escrevi um texto sobre religiões no meu blog e estava procurando uma imagem para colocar. Nisso acabei achando seu blog, mais especificamente esse texto, li e gostei muito. Você escreve bem e tem um estilo de blog parecido com o meu. Li mais alguns textos e comprovei isso. Gostei mesmo de seu jeito de escrever e prometo voltar para ler mais. Se quiser, faça uma visitinha lá depois e me diga o que achou.
Bjos

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