domingo, 26 de maio de 2013

Sobre o Primeiro de Abril?




DETECTOR DE MENTIRAS

Peguei o meu dicionário
Que pra mim nunca mentiu
Pra pesquisar os nomes vários
Da aniversariante do início de Abril!

Está presente o ano inteiro,
Um pouco em mim, mais em você,
Se for pra ganhar dinheiro
Na propaganda há de ter.

Dizem-na filha do Diabo
E é pecado venial.
É uma lábia com quiabo
Se der lucro é genial!

Saindo da boca do pescador
É lorota ou piada,
Mas do nosso governador
É só conversa fiada.

No Planalto tem projeto?
É falácia de plantão.
Se o deputado quer veto
Só o cala o mensalão.

Na criança bem novinha
O engano está presente.
É só uma mentirinha
Pra ficar obediente.

Noel e Coelho são trapaças,
Haja saco e haja ovo,
Também Circo, pão e cachaça:
Doce ilusão do meu povo.

O engodo é uma isca
Ou ausência da verdade?
Mentir qualquer um arrisca
E arrota fidelidade.

Pernas curtas tem a mentira?
Mas na internet está voando...
Enquanto o mundo gira
Mau caráter no comando.

“Diga que não estou”
É mentira inofensiva
E se pra quem procurou
Fosse última alternativa?

Vangloriar-se é tapeação,
Falsidade sem tamanho.
No Palanque da Eleição
A mentira dá um banho.

É embuste, burla e dolo,
Fraude, calúnia e logro...
Cai inteligente e cai tolo,
Cai a nora e o sogro!

Mentem filhos para os pais
E o empregado ao patrão,
Mentem muito os jornais,
Perdendo pra televisão.

Quem disser que não mente
Lança mão da hipocrisia.
É um erro comumente
Pão nosso de cada dia.

Em cada esquina uma oportunidade de amor.





Adote um amor... Adote um animal abandonado.

            Quando Deus, na manhã sexto dia, depois de tanto “Faça-se” ou “Façamos”, contemplava sua obra, resolveu, com um requinte de maior capricho, colocar a mão na massa e fazer sua obra-prima – O homem. Assim que homem e mulher foram feitos ele se deu por conclusa a sua parte e disse ao distinto casal: “- Tudo isto eu vos dou: as plantas, os animais... a natureza – Submetei-a.”
            Submeter, ao longo de nossa existência, tem sido explorar, comercializar, destruir... Fizemos tanto mal que agora parece quase que irreversível o equilíbrio da Natureza. Como Deus ainda não nos abandonou à própria governança tem plantado nas mentes e corações o amor pelo meio-ambiente, o verdadeiro submeter.
            Nesta caminhada de depredação, alguns amigos animais sempre lhe foram presentes e leais, no caso específico, encurtando, o cavalo e o cachorro. Quanto tempo próximo do homem, de dentro de casa e ainda são odiados, abandonados, maltratados. Submeter é cuidar.
            Todo animal abandonado, maltratado ou virado salame terá na, Eterna Justiça, a sua recompensa assim como os responsáveis apenados. Submeter é alimentar.
            Quem ama um animal acabará por amar também o próximo. É o nosso exercício diário. Submeter é progredir e melhorar.
            No perímetro urbano dirigir em velocidade baixa é uma declaração de amor aos desalojados. Colocar uma vasilha de água é tão necessário como o ar que respiramos. Não é pedir muito e aos poucos isto fará um bem enorme e a gente acaba por submeter, como o Cristo que deixou de ser Senhor para ser amigo e servir.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mães desafortunadas





DIA DAS MÃEDRASTRAS

            O ser humano é um projeto de Deus que tem tudo pra dar errado. Sua primeira concepção é que seja a obra-prima do Projetista, chegando a se definir como sua imagem e semelhança, quando não passa de um rascunho ou esboço feito em fim de expediente e que, o dia seguinte, seriam as férias do Criador.
            Bajulamos muito as mães e as mesmas são as principais responsáveis pelo péssimo acabamento deste ser autodenominado de humano. Ser mãe não é apenas gerar filhos, é criá-los, amá-los, educá-los e dar-lhes um norte para um mundo melhor. Se for mãe de verdade não precisa ser mais nada. A mãe, grande parte, saiu de casa como guerreira na tentativa de cobrir o erro da escolha feita do seu reprodutor e ficaram os filhos a Deus dará e mercê do inimigo.
            Minha mãe era uma guerreira, inclusive, por não verificar a frequência no boteco, nos arrumou um pai cachaceiro e destruidor de patrimônio. A desculpa é que não escolhiam os parceiros, mas e agora? Às vezes tenho impressão que quanto mais desclassificado ou aventureiro for o varão mais probabilidade ele terá de ser pai.
            Sou o sétimo de uma ninhada de nove que eram como frangotes que teriam que trabalhar como se fossem o dono do terreiro. Minha mãe foi aquela que, como o Governo, tirou dos filhos que trabalhavam para dar aos que “nunca” conseguiam emprego, de jeito nenhum por conveniência.
            Tem mãe que joga filho pela janela por causa de homem e, na falta do meu ébrio pai, tive que ir ciscar no mundo. Não sei como não me perdi mais ainda neste labirinto de oportunidades múltiplas de erros.
            Certa vez foi publicado, em pleno Dia das Mães, como desabafo meu no jornal Correio Braziliense, a seguinte frase: “Mãe, sinto muito, devo muito à senhora, mas devo mais na praça”. O Antonio Marcos nunca esqueceu isto, mas há um fundo de verdade nesta suposta brincadeira. A praça, a rua, o relento foram minha madrasta, acho que, por isto considero todos os deserdados como minha família.
O amor materno, salvas as exceções, está embutido em todo ser e mãe nãoé, pois, privilégio dos humanos. A genitora está destinada a amar e proteger até com o sacrifício da própria vida, tendo parido ou dado à luz. A mãe onça ou a vaca parida ou a galinha choca são todas mães corujas. As mães dos animais, ditos irracionais, a certa altura, parecem desprezar os filhotes, mas nada mais é do que entregá-lo ao mundo e suas vicissitudes, foi o que aconteceu comigo... Talvez não seja a atitude politicamente correta, abominável para tantos, mas no caso específico, acredito ter sido fundamental para minha evolução. Parabéns e obrigado, mãe e também à Praça Manoel Bonito.