quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ao meu amigo Fábio Luiz


Cada enxadada uma minhoca

    Outro dia você apareceu, em plena rede social, com as mãos em petição de miséria por ter tentado uma aventura com a malvada enxada.
    Olha, sei que hoje em dia, a mão-de-obra está muito escassa. Quando seu quintal tiver sujo, chame o pessoal de combate à dengue, são os mais preparados e bem pagos para esta finalidade.
    A coragem está em extinção. Eu tenho intimidade com esta ferramenta, pois foi minha lição primeira. Naquele tempo, de eu criança de verdade, não havia este Estaputo de Proteção à Criança e ao Adolescente. Criança tinha mais é que trabalhar para complementar o salário mínimo do pai de nove.
    Eu fiz de tudo, mas comprava livros velhos na banca “Sódiler”, em frente ao “Raul Soares”. Não era só de ler, eu os devorava com volúpia.
    Nas férias, nos finais de semana, ou no horário sem aulas, eu saía pela cidade com uma enxadinha descartada do meu pai e limpava jardins e quintais alheios. O pagamento devia ser pouco, mas pra mim era uma fartura. Quem nada tem qualquer pouco é tudo.
    A enxada era descartada porque meu pai, como braçal da prefeitura, capinava ruas de pedras. Chegava a sair faísca, quando a enxada comia a pedra e a pedra comia a enxada. Luta de gigantes e o meu pai escaldando-se de paciência.
    Existe um movimento, um tanto saudosista histórico quanto de proteção à mãe-terra, que procura conservar e revitalizar ruas de pedras. Sou a favor, mas a recordação do velho neste embate deixa-me contra, pois como protetores da mãe-terra não vão querer bater veneno e sobrará para outro braçal.
    Os calos que a gente adquire no roçado nunca se acabam. Ficam sumidos, mãos de doutores ou mãos de veludo, mas com pouco de tempo a manobrar, qualquer cabo de madeira, eles aparecem para nos proteger. Eu tinha vergonha deles, pois em certa época me atrapalhavam a namorar.
    Use luvas numa aventura desta. Naquela época acho que não existiam e, caso existiam, levariam a féria.
    Lembre-se que, numa próxima investida, que você estará depilando sua mãe-terra. Converse com ela. Plante abobrinhas. Converse com o mato e explique pra ele o porquê da poda. Se deu formiga vá para outro canto pra dar tempo de elas se mudarem. Enquanto se capina é conveniente deixar umas galinhas soltas, pois vão comendo os insetos que cavarmos e nos protegem de escorpiões, também cobras.
    Não queira cumprir a tarefa num só dia. Faça disto um prazer. Escolha os horários de início e fim de dia. Use chapéu. É melhor que boné. Se conseguir fique descalço e viagem a bordo dos antepassados.
    A dica principal é que se capine logo após uma boa chuva, pois o terreno úmido colabora, mas rastele no outro dia ou nascerão de novo.  Chamam a isto mudar o mato de lugar.
    Se for o caso me chame, somente em último caso, pois costumo atrapalhar o bom andamento do serviço com contação de casos, risos e outras intimidades que surgirão.
    Não me esqueça das coxinhas, não de galinhas, mas de batatas. Falando nisto, eu também já fui vendedor de coxinhas e adoraria ser seu fornecedor, golozo!

sexta-feira, 13 de março de 2015

“Que o diabo que te carregue, Emilze Cafrune...” (Aristeu)



Só Corro


Eu odeio esta mulher de riso fácil, principalmente porque nunca foi falso.
Olhando esta senhora regateira, ela parece a mais feliz das criaturas, mas tá amarrada.
Sua idiota, faça cara de coitada, cara de sofrimento, cara de suplício, caso queira complacência ou ajuda. Ninguém acredita que uma pessoa feliz esteja doente. Será que este trem doido não tem lágrimas? Derrame acintosamente, sofredora!
Osso duro, onde já se viu tomar trinta e quatro comprimidos por dia e continuar viva? Ainda tem que importar. Muitos não importam. Maldita química que a sustenta?
Pra continuar com esta dieta “vide bula” fica perturbando o bom andamento do Serviço Público Burocrático, já repleto de papéis? Que lindo! Burocracia é o artifício montanhoso para não dirimir dificuldades de tramitação de pedidos indigestos de um só eleitor. Público é público, o que quer dizer para muitos. Despachar em função de um é privado. Vão acabar te despachando, Emilze. Problema para sempre.
Lembro aqui um tal de Caifás, líder judeu dos tempos das cruzes no Calvário. Ao saber que iriam pendurar Jesus, ele exclamou com medo do nazareno retirar-lhes a mordomia: “Melhor que se pereça um homem que uma Nação inteira.”
Deixar você à mingua, Cafrune, é bíblico.

Você tá ferrada, Turquinha infeliz que aparece com perfil radiante, quem procura MP vira inimigo da PM.
Para viver, você, em vez de ter problemas na fiação, pra facilitar, deveria ter problema apenas no motor. Coração tem muitos e até falsos se encaixam, mas artérias flácidas, nunca vi falar, não são caminhos para sangue tão quente nem para estacionar “stents”.
Acho que, sorrir sem moderação, além de não dar rugas, relaxa as veias. Kkkkkkkkk Quem mandou você sorrir primeiro e sempre. Você é um saco, um saco de risadas. Choraminga, trem.
Falando nisto, ponha a mão na consciência. O município não tem dinheiro. É a crise que assola a boca da botina. Outro dia tiveram que pagar míseros doze mil reais para um palhaço mágico palestrante motivador. Não sei o que ele falou às mulheres no dia internacional das mesmas, mas se tal quantia fosse para seu tratamento, as mulheres ficariam muito mais satisfeitas, inclusive você falaria muito mais tempo com elas, ririam juntas e talvez até chorariam de felicidade. Você é mágica ou o resultado de algum encantamento.
“Que o Diabo que te carregue, Emilze Cafrune...” leve, sob esporadas, você até os céus. Nos escabelos dos teus pés, numa enxurrada de gargalhadas, ele aprenda que, os escolhidos do Senhor, jamais perdem a fé e a alegria, ainda que viva infernos.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Um dos filhos de Chico Capacete


Francisco Canindé

A Notícia corre na nossa pequena cidade. Desta vez é uma notícia boa. Um grupo de cidadãos estão promovendo ações sociais apartidárias e ao mesmo tempo vão delineando nomes para nosso próximo pleito eleitoral. Dentre estes distintos encontra-se alguém que goza de toda minha admiração, é o Canindé, Francisco Canindé, um dos filhos de Chico Capacete. Ele é bem conhecido por seu trabalho sério e inventivo na área da construção civil, eu arriscaria dizer notório saber não catedrático. É admirável como o conhecimento obtido pela prática transforma-se e amplia a dedicação. Feliz da SANEAGO que o detém em seu quadro de pessoal. Sua sensatez vai além desta área citada, pois é dotado da solidariedade com horizontes ampliados. A perícia e a economia são também companheiras no voluntarismo. Suas orientações, acatadas por uma enormidade,estão embutidas em lindas edificações urbanas, mas também na zona rural. Ele é muito ponderado e criativo. Numa carteira da nossa Câmara, pra início de vida pública, seria um grande nome e que eu diria até insuperável. Larga na frente na minha preferência. É um amigo distante que se faz próximo na necessidade. Lógico que isso não é tudo, mas só assim já dá pra ver que uma pessoa desta faz a gente reerguer da desesperança e acreditar no Bem.