sábado, 26 de setembro de 2009

Crônica de Alexandre Garcia


A FOME E O SOCIAL E O EXÉRCITO

Quando eu servi o Exército, em 1959, e era Comandante Supremo o Presidente Juscelino, o quartel nos dava três refeições diárias, sete dias por semana. Eu nem dormia no quartel, mas antes de ir para a aula à noite, passava no rancho para o jantar. E de manhã cedinho ia para o rancho para o desjejum. Até nos sábados e domingos, ia para o 7º RI para economizar o almoço em restaurante de Santa Maria. Hoje, leio boletim do Comandante do Exército: “Considerando a vigência do contingenciamento dos recursos orçamentários do Exército e suas conseqüências restritivas, informo à Força que (...) o expediente às segundas-feiras deverá iniciar-se às 13 horas e encerrar-se às 18 horas, sem refeições.” Ou seja, segunda-feira não tem rancho, como já não tem na sexta, sábado e domingo.

Ao explicar a compra de 36 caças para a FAB, o atual Comandante Supremo, Presidente Lula confessou que já sabia dessa necessidade. “Eu não ia pensar em avião em 2003, se o país estava com fome.” Agora é o Exército que está com fome. No reaparelhamento das Forças Armadas, para 2010, a Marinha leva 2,7 bilhões de reais, a FAB 1,6 bilhões e o Exército fica com 361 milhões. De 2003 até o último semestre, as Forças Armadas tiveram uma redução de 14% em seus orçamentos. Desde os anos 80 as forças armadas vêm sendo sucateadas, enquanto muitos vizinhos se armam.

“Se queres a paz, prepara a guerra” – aconselha o dito romano. É a força de dissuasão de um país. Seria necessária? No norte, temos o bolivariano Hugo Chavez, que dispensa comentários; a oeste, na Colômbia, as FARC; sem fazer fronteira, o bolivariano Correa no Equador; mais ao sul, Evo Morales, que mandou o exército boliviano invadir instalações da Petrobrás; no Paraguai, o bispo Lugo, que já fez ameaças a Itaipu. E não me venham dizer que a América Latina é uma região pacífica. Deixando de lado a Guerra do Paraguai, lembro as mais recentes, como a do Chaco, entre Bolívia e Paraguai, por petróleo, que deixou 90 mil mortos nos anos 30. A revolução cubana, que implantou uma ditadura que já dura 50 anos e que, durante décadas, tentou exportar a derruba de governos latino-americanos. Em 1969 tivemos a Guerra do Futebol, entre El Salvador e Honduras, por uma classificação na Copa. Equador e Peru andaram trocando tiros há menos de 20 anos. Nas Malvinas, os argentinos quase provocam uma guerra no cone sul, pois invadiriam as ilhas chilenas de Beagle, se os ingleses não reagissem. A Colômbia, hoje, tem que lidar com seus vizinhos bolivarianos Venezuela e Equador, que torcem pelas FARC. E por aí vai. Dentro do Brasil tivemos, 15 anos depois de Canudos a Guerra do Contestado, que durou quatro anos e 20 mil mortos, na mesma época da Grande Guerra.

A melhor maneira de derrotar um exército, sem precisar dar um tiro, é cortar-lhe os suprimentos. Saladino derrotou assim os cruzados cristãos; a Rússia derrotou Napoleão e Hitler porque faltaram suprimentos aos invasores. Nas Malvinas, os ingleses cortaram os suprimentos da ilha. O Exército Brasileiro já recebeu 80 mil recrutas por ano. Hoje recebe metade disso. Por ano, apresentam-se 1.300.000 jovens. Já imaginaram se houvesse recursos para incorporar todos? Um exército de tremendo poder de dissuasão. E, mais do que isso, 1.300.000 jovens das classes mais pobres fora das ruas, das drogas, com três refeições por dia, preparo físico, assistência médica e dentária, aprendendo civismo, disciplina, obediência às leis e à autoridade e aprendendo uma profissão? Seria o maior programa social do país.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Em Goiandira nasce muito menino homem...




TAUTOLOGIA

Aristeu Nogueira Soares

Por mais longe que eu não tenha ido, nesta minha própria vida só subi para cima. O elo de ligação entre eu e o sucesso só pode ser o Deus Criador – o Trino Uno.
Tenho certeza absoluta que no acabamento final dos meus dias poderei não ter uma multidão de pessoas em meu derredor, mas em volta de mim todos chorarão lágrimas dos olhos.
Aposentei-me e não foi uma escolha opcional. Possivelmente poderá ocorrer que não mais trabalhe por um ressarcimento em dinheiro, mas a cada amanhecer do dia disponibilizar-me-ei de livre e espontânea vontade como uma criação nova.
Retornar de novo, juntamente com minha família, à cidade que há anos atrás foi nossa morada residencial é um desafio novo.
Todos são unânimes em falar pra eu ser vereador da cidade, mas encarar de frente o grito bem alto das urnas é coisa de santo e eu nem devoto sou.
Como propriedade característica minha gosto de planejar antecipadamente tudo que me cerca, pois odeio surpresa inesperada e a Política necessita demasiadamente de improvisos no de repente.
Serei talvez mais um no banco da praça contando em detalhes minuciosos seu último superávit positivo com sintomas indicativos de mentira.
Outra alternativa restante é que sempre gostei de conviver junto aos pobres e, como voluntário gratuito, poderei, na quantia exata, repartir com eles o meu pão de cada dia em duas metades iguais.
Amém! Aleluia! Assim Seja!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não é meu, mas já postei algo assim...


Faz sentido.


O BRASILEIRO É ASSIM....

- Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

- Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas..

- Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

- Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

- Fala no celular enquanto dirige.

-Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

- Para em filas duplas, triplas em frente às escolas

- Viola a lei do silêncio.

- Dirige após consumir bebida alcoólica.

- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

- Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

- Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.

- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

- Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

- Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

- Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.

- Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

- Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

- Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

- Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

- Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

- Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado....

- Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem...

- Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos.
Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas.
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não ?

Brasileiro reclama de quê, afinal ?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cantar pode ser fácil, porém traduzir...


Ao som do mar profundo e luz do céu

Do seu canto “bêbado e equilibrista” eternamente resplandece numa "manhã de setembro" um brado gentil e não um grito colosso. Uma flâmula garrida ostenta sempre plácida com penhor. Fulgura como uma estrela do Cruzeiro e espelha um verde-louro como símbolo. Não teme em teu seio fúlgido no berço esplêndido, mais amores vívidos retumbantes. Heróico passado não foge à luta. Sua voz se agiganta límpida, entre outras mil, como um florão nos lábaros. Sempre impávida da glória do passado que tenha a merecida paz no futuro. Um presente desgarrido não serve nesse instante pra desconsiderá-la por ter no Hino formoso desconhecido até mesmo a clava forte de sol. Não é a própria morte de um filho teu ou de quem te adora, pois Vanusa sempre foi idolatrada. Salve-a Salve-a!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

DILMAIS A MARINA, OUTRA SILVA DE MAIOR ESTIRPE


Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima

De todos os partidos existentes o único que sempre me chamou a atenção é o Partido Verde. Agrada-me muito o ideal e algumas características dos integrantes, inclusive registrei no Blog sobre esta minha preferência em 20 de março corrente.
Como militar na Ativa, repetindo, não se pode filiar a partido político, veto que cai quando chega à inatividade e então agora posso.
Após o Horário Eleitoral Gratuito televisivo do Partido Verde, no dia 10 último, com a exposição da mais nova filiada Marina Silva, seduzido não resisti e filiei-me. Lógico que foi uma filiação on-line, pois em Goiandira o Partido ainda não existe. Ainda não sei como se concretizará tal filiação, mas estou atento às instruções vindouras. Qualifiquei-me como filiado militante. Quem sabe funda-se um diretório no Município!
Numa busca “googleniana” evidencia-se as impressões nacionais positivas à pré-candidata ao Planalto que, embora nascitura, desponta com um índice de doze pontos percentuais. Extraordinária imagem da nossa "bissenadora" que fora vereadora e deputada estadual, sempre mais votada, além de ministra e secretária.
Uma Maria que não vai com as outras. Acabou-se a calmaria e vai ser um banho-maria.
Osmar significa calcular e marina é um porto seguro.
Silva é de silvícola mesmo, da selva.
“Vaz” é partir para um mundo melhor como uma incessante vazante.
Lima é a palavra certa para polir ou aperfeiçoar ou água que corre sem interrupção num lameiro sem tamanho.
Marinar é um verbo que vai pegar e vai temperar, com certeza, o sabor das nossas decisões.
Não há vaidades nesta gigante que andou descalça até os 18 anos por imposição da extrema pobreza. Aos quinze anos, um misto de malária, hepatite e intoxicação por metais pesados, a levou, graças a Deus, à capital Rio Branco. A menina raquítica do seringal viu um mal tornar-se um bem. Esta mulata somente aos dezesseis anos, no Mobral, iniciou os estudos sem fim que lhe proporcionou títulos, até mesmo internacionais.
Chico Mendes tornou-se o mestre maior e amigo eterno da menina política, ambientalista, professora, historiadora, pedagoga e mãe, quem sabe de uma Nação inteira.
Três palavras a norteiam: biodiversidade, sustentabilidade e amazônia; caso pudéssemos torná-las um conjunto franco nominal assim soariam: biodiversité, durabilité e amazonité.
Não posso deixar de salientar uma conclusão do jornal britânico “The Guardian” que a classificou como uma das cinqüenta pessoas em condições de ajudar a salvar o Planeta.
Como nossa presidenta sua influência poderá ser bem maior. Oxalá!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

GEOMETRIA DO AMOR


Lógica da vida e lógica da matemática


Outro dia um amigo levou-me a conhecer José Nogueira Fontes, uma figura ímpar da matemática literária. Ele é muito conhecido pelo pseudônimo adotado de Jonofon Sératis. Quem lhe deu tal segundo batismo foi Malba Tahan, seu professor espetacular e mestre amigo lido no mundo inteiro.
Malba ajuntou as três primeiras sílabas do nome dele e formou Jonofon, a seguir pegou as últimas sílabas e formou Sérates. Nessa métrica de Tahan meu pseudônimo seria Anoso Teurares. Gostei, parece nome de constelação!
O pseudônimo é tão importante que um artigo assinado por José Nogueira Fontes, no antigo “Correio da Manhã”, no Estado do Rio, nunca foi publicado, mas o mesmo artigo assinado por Jonofon Sérates teve destaque e “glamour” no mesmo jornal.
Jonofon deu aulas por quase sessenta anos e, como doutor da lógica, descomplicou muito a temida Matemática. Tem um acervo de vinte e dois livros publicados e mais um em formatação. Suas histórias e truques matemáticos maravilham qualquer observador. Fez parte da revista Galileu e teve várias apresentações televisivas, principalmente no “Programa do Jô” por mais de uma vez.
Numa primeira análise havemos de o ter por um maníaco numérico, pois a matemática o cerca por todos os ângulos. Reside numa mansão enigmática onde a geometria é retratada na horta, nas portas, nos pisos. Os animais domésticos recebem números como nomes - vi um “fila” com o nome de “Cinco” e um gato com o nome de “Catorze”, certamente em alusão ao Jogo do Bicho. Acho que se Jonofon fosse um matemático religioso chamaria o cão de “666”.
A flora do seu jardim também é agraciada com nomes algébricos e certamente suas raízes expoentes são quadradas. Uma palmeira imperial é chamada de Pitágoras e forma com suas irmãs um triângulo eqüilátero num ponto plano daquela área. A piscina é em forma incógnita e seu volume está contido de sujeiras.
Jonofon conquistou o seu espaço e é um professor de fortuna, um evento raro na estatística dos educadores brasileiros.
Eu só não sei a razão de ele com setenta e três anos ter uma namorada de vinte e sete, a não ser que juntos ele fique “sem”...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

DEUS É MECÂNICO


Peça e receberás

No nosso viver, vez por outra, temos nas mãos provas dos cuidados dispensados pelos céus por nós. É bem verdade que não são milagres grandiosos como a abertura do Mar Vermelho ou o tombamento dos muros de Jericó, mas a cada um é dado conforme sua necessidade. Se para os seguidores de Moisés era necessária uma grande proeza, foi lhes dado tal, pois a fé naquela hora era nula.
Fazia eu parte outrora de um movimento magnífico da Arquidiocese Militar do Brasil. O nome deste movimento era ou é “Pastoreio Militar”. Muito parecido e copiado dos Encontros de Casais, Segue-me, etc. O objetivo principal é formar no seio da família militar alguns que poderiam levar a Palavra dia a dia aos irmãos de farda. Militar cristão, este é o brasão. As equipes que promoviam o encontro eram formadas com três meses de antecedência. O encontro durava de sexta-feira à noite às oito horas da noite de domingo e participavam como encontristas em torno de cento e vinte pessoas e o mesmo número para encontreiros. Encontrista é aquele que faz o encontro e encontreiro é aquele que promove o encontro, exatamente como em todos movimentos católicos. Bem, fui designado para a equipe da Tesouraria. Tal equipe é responsável por toda compra do Encontro e as saídas para a Equipe da Cozinha são inúmeras. A Equipe ainda monta um bazar com vendas de lanches, livros, lembrancinhas e refrigerantes no horário das refeições. É uma equipe pequena e de atribuições enormes. Quando comprovei minha presença nesta equipe senti um calafrio. As finanças não andavam bem. Minha Belina estava com o consumo de cinco quilômetros por litro de combustível. Tudo corre pelo voluntarismo e as distâncias percorridas com a “Belinosa” (era este o nome que meu cunhado pôs no meu veículo) seriam por minha conta. Já havia feito uma peregrinação por inúmeras oficinas mecânicas e ninguém conseguiu descobrir e sanar a causa do exagerado consumo. Certa hora, num bate papo com Jesus fui taxativo: “Olha, Senhor, estou trabalhando para o Senhor. Meu carro está consumindo muito, mas tenho fé que iniciarei este trabalho com meio tanque e no término estarei com o tanque cheio sem ter abastecido.” Parece blasfêmia, mas fui sincero e de certo modo isto aconteceu. Não foi exatamente como pedi, mas aquele carro que antes consumia o litro em apenas cinco quilômetros passou a rodar o dobro com o mesmo litro de álcool. Para mim foi mais que suficiente para renovar minhas forças e continuar procurando servir à messe do Senhor. De lá pra cá tenho dito e testemunhado que Deus é mecânico também.