sábado, 12 de novembro de 2011

A simples morte de um cão



MISSÃO DE SÉTIMO DIA

Quero confessar antecipadamente que chorei, choro e ainda chorarei a partida do meu amigo. Ele foi valente por demais, até pareceu que morreria de pé. Há mais de cinco anos que sofreu o primeiro infarto e, de lá pra cá, ininterruptamente, eu o medicava com enalapril, digoxina e furosomida. Colocava minha medicação junto com a dele para não esquecer de tomar a minha, pois a dele eu não esquecia. Ao final dos tempos ele estava mestre em não engolir a medicação então, para enganá-lo, eu dissolvia os comprimidos em uma seringa adicionando um xarope caseiro à base de mel, romã e guaco. Tal xarope contribuía para as mazelas ocasionadas pela tosse comprida de cachorro que ele tinha.
O coração dele era grande em todos os sentidos, encostava no esôfago e pulmão ocasionando engasgos sem fim. Na última noite ele já tossia sangue, muito sangue, e eu vi que nada mais podia ser feito, ainda mais numa pequena cidade sem recursos neste campo dos animais domésticos.
Ele não conseguia deitar, pois era acometido da falta de ar e mal se sustentava. Para tranqüilizá-lo um pouco, coisa que já havia feito antes, ministrei algumas gotinhas de neozine, meu remédio para dormir. Ele também gritava de dor, mas a novalgina não fazia mais efeito.
Depois de uma noite turbulenta, por volta das cinco da manhã, ele deitou e se aquietou. Eu que durante muito tempo espionava-lhe o sono não vi mais o peito inflar. Deu uma esticada na canela, mas foi a última.
No meu colchão, ao lado do dele,  ainda pude ver a “Maria Barriga” subir no corpo inerte dele. Maria Barriga é uma gatinha bebê, viralata e feia, que tirei da rua. Este nome é provisório e se refere ao tanto que ela come. Ele já não gostava mais de brincadeiras, especialmente da gatinha.
Skendal, o nome dele, já tinha sido expulso do nosso quarto pela “Milica”, outra viralata que tiramos da rua, na Vila Militar, por isto uma das causas do nome Milica, de milico, de militar. Ela batia nele certamente porque tossia e levantava muito a atrapalhando a dormir.
O nome Skendal era apenas mais um, pois ele atendia por vários nomes: Ken Ken, Kenka, Izi, Marelo... até cão peta. Skendal, originalmente, se refere a um personagem do antigo seriado televisivo intitulado de “Cobra”, interpretado pelo ator Michael Dudikoff, ídolo de minha consorte.
Meu Kenka, das orelhas enormes, também foi chamado de “Tô Pelado” embora fosse bastante peludo. Por causa de ter sido atropelado e ter saído sem danos à exceção de um escapelado na coxa.
O primeiro susto que tivemos com ele foi numa reação alérgica à vacina nacional. Ficou igual um buldog. Depois ele teve Erliquiose, além do tratamento veterinário, tive que dar-lhe bastante água de coco e ração batida com leite.
Eu desobedeci aos veterinários no quesito alimentação. Dei de tudo para meus cães. Sorvete, chocolate, churrasco e outras comidas de gente, pelo menos no almoço. Toda vez que vou à cidade grande trago um frango assado para que banqueteiem até os ossos. Dou ração à vontade e eles a comem provavelmente mais a noite.
O mal que isto traz é para a dentição, mas o Skendal, por exemplo, com dezessete anos, tinha todos os dentes. O único problema é que o odor era grande, pois depois de idoso não podíamos mais fazer limpeza de tártaro devido à anestesia.
O orelhudo, outro nome, foi adquirido numa compra de rua e, nesta época, eu ainda não amava cachorros. Minha esposa gostava de cachorro e meus filhos também, mas por morarmos em apartamento havia certa repulsa a este bem tão precioso. Resolvi atender os insistentes pedidos de meus filhos e, para dobrar a mãe, dei a ela como presente do dia das mães do ano de 1995. Assim não tinha como recusar. Era o filhote mais lindo do mundo!
O Skendal, lindo e gracioso, descia quatro vezes ao dia para sujar os gramados brasilienses. Ensinou a disciplina e o cumprimento das obrigações aos meus filhos que eram escalados ao passeio obrigatório. Meu filhote, mais dócil impossível, aproximava as pessoas da gente. Muitas crianças queriam passar a mão, inclusive de colo.
Ele, apesar de cercado de mimos, se sentia carente e fuçava a gente pedindo mais carinho.
Não gostava de gatos, nem cavalos e muito menos de estouro de foguetes, o que se faz muito no interior, infelizmente. Jogávamos um pedaço de pau para ele buscar e ele não devolvia.
Muitas vezes deixei de sair para não deixá-lo só. Quando a gente saia ele latia demais e incomodava a vizinhança de blocos. Tive que arrumar-lhe uma namorada, a Brighithe, outro amor de cadela, e assim ele ficou bem acompanhado. Também não convém que animal algum fique só.
Brighithe, uma Cocker Lata, faleceu precocemente aos treze anos, vitimada por cinomose que foi tardiamente detectada, além da falha nossa na data da vacinação. Estávamos envolvidos com nossa mudança e pagamos caro por isto. Ela sofreu durante um mês e também faleceu nos meus braços. A gente não acostuma com a morte nunca.
O Skendal foi vasequitomizado pra não emprenhar a Brighithe, mas ainda assim perturbava, pois muitos moradores do prédio optavam por cadelas e, quando tais entravam no cio, ele fazia um chororô sem fim, nem comia. Eu, seu mui amigo, tive que mandar castrá-lo. Ele, teimoso como sempre, ainda neste estado, conseguia a duras penas alguma monta ou apanhava da Brighithe por não conseguir.
Skendal adoecia quando eu viajava. No terceiro andar distinguia o barulho do meu carro. Quando o interfone tocava, ele ficava alegre e até abria a porta ao visitante, fosse quem fosse.
O Skendal ajudou-me a parar de fumar. O cachorro ficava o tempo todo atrás de mim e só se afastava quando eu acendia um cigarro. Um cachorro sabia que aquilo faia mal e eu não? Parei. Obrigado, Kenka, por isto também.
Mais duro que perder um amigo é cavar-lhe a sepultura. Eu vinha há muito tempo imaginando este momento, mas não diminuiu a dor. O “Nino”, o meu gato preto, encontrado na porta do cemitério, ainda fez uma festa na beira do túmulo. Não sei o que via, pois éramos assistidos apenas pelas galinhas poedeiras, aquelas que morrem sempre naturalmente e não vão para a panela. Acho que elas queriam apenas ciscar a terra fofa da cova, mas pus um pedaço de pneu de trator em cima.
O espólio do Skendal vai para o “Pêpo”, nosso cãozinho tirado do bueiro. O colchão do Pêpo vai pra “Maria Barriga”. A coleira surrada de tantos passeios terá que esperar o Pêpo crescer. A caixinha de remédios fica comigo mesmo.
Chega de prosa. Chega de lágrimas. Skendal era alegria.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011



ITAMAR – PAI DO LEONTINO

Sr Itamar, muito obrigado pelo incentivo desinteressado, meu eterno e admirável fã desconhecido. Nunca tive pretensões gráficas sobre meus escritos diversificados entre crônicas e poemas, mas quis o Boníssimo que minhas palavras viajassem ao vento na velocidade da luz.
Debrucei-me sobre tal ofício sempre com o intuito de uma autoterapia ocupacional desde os tempos escolares onde galguei alguns prêmios como recompensa extra.
Cada palavra escrita nascia também com muita preocupação devido às repercussões. Acredito ter feito desafetos por alguma opinião emitida, pelo menos uns poucos se manifestaram ofensivamente. Possibilitou-me então uma acurada autocensura de idéias, porém não o tempo todo devido minha mente rebelde.
Escolhi a internet para divulgação de minhas crônicas, primeiro em blogs de amigos e depois no meu, denominado “Doença Crônica” que, atendendo sugestão do amigo Natal Fernando, troquei para “Crônica do meu Interior”. A minha eco-intenção de não imprimir alguma obra foi por água abaixo, pois meus leitores já imprimiram quase 30.000 folhas do meu Blog. Só na Rússia fui acessado por quarenta internautas e, no Brasil, quase 20.000.
Tenho um fã recíproco na nossa capital brasileira que, no princípio, a cada modesta crônica internética minha, ele imprimia e ofertava ao colega de trabalho Leontino. O Leontino, por sua vez, levava tal papel ao seu pai, Sr Itamar. Nesta corrente de bem-querer seu Itamar era o leitor de ponta mais exigente. Seu Itamar cobrava do filho os meus escritos, pedido este que repercutia em mim. Muitas vezes seu Itamar era a força suficiente para me impulsionar em mais uma crônica, só de ele ler teria valido a pena a produção literária. Itamar foi durante tempo o meu objetivo, mas, por ele, atingi até a Feira de Literatura Internacional de Parati.
Não conheci Seu Itamar pessoalmente, mas sabia do seu vasto conhecimento da Língua Portuguesa e a paixão pela leitura. Minha qualidade foi pressionada e ocasionando assim menores erros. Sempre imaginei Seu Itamar, homem criterioso, numa cadeira de balanço em uma varanda de veraneio. Ele sabia mais de mim, pois minhas crônicas, antes de utópicas, é um retrato falado da alma do autor. Nunca soube quais assuntos de maior afinidade, mas queria sempre proporcionar algum prazer no Pai do Leontino.
O filho Leontino eu conheci. É um funcionário público probo técnico-intelectual assíduo, mas com linguagem simples. Um companheiro de trabalho que, por trás de um par de óculos sisudo, distribui soluções do cotidiano de um tribunal de contas de um país corrupto. Leontino, independente de ter sido um menino de recados entre eu e o pai, goza por todo o sempre de minha simpatia, inclusive por ter adquirido uma ninhada de cães e distribuído a pessoas de seu afeto como presente. Eu fui encarregado de comprar estes filhotes de Cocker Speniel, a raça que “estuprou” meu coração e implantou caninos na minha doce rotina nesta passagem terrena.
Recebi contrito a notícia do passamento do Seu Itamar na mesma semana que meu Cocker, aos dezessete anos, também faleceu. Ambos lutaram pela vida com muito ardor. Eu tenho uma teoria de onde os mesmos estão me aguardando ou me assistindo e intuindo. Acredito que agora estão a ler as minhas crônicas direto no meu pensamento, antes mesmo de formalizadas.
Talvez minha inspiração tenha diminuído, mas meu fã recíproco quer patrocinar a edição de uma obra minha com um milheiro de tiragem. Não sei se farei este “entre-capas”, mas se o fizer antecipo que no meu agradecimento configurará seu Itamar, meu leitor desconhecido.
Leontino, não desista das minhas crônicas que sempre te lembrarão daquele que você conhecia e talvez amasse mais do que ninguém

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para um amigo ateu

Eu não acredito em Deus. Eu enfio a mão no bolso E não encontro nenhum breu. Nesta hora fico grosso E não me encontro em Deus! Minha cruz segue pesada, Não encontro um cirineu, Saúde debilitada Sai de retro tal de Deus! Tem buraco no caminho E estoura o pneu, Derramou todo meu vinho Que não divido com Deus! Eu enfrento autoridades, No meu perfil eu sou ateu, Nos debates tenho qualidade, Devo nada a este Deus! Já avisei minha consorte Que não sou nenhum Romeu, União até a morte Para quem não crê em Deus? Vou ficar adoentado, Vou chegar no apogeu, Mas deixo bem explicado Nasci e vivi sem Deus! Se eu estiver errado Vou juntar-me aos fariseus. Não há perdão deste pecado Que me disse o Aristeu! Que é autor deste poema Com nome de semideus, Que rima em qualquer tema Dando assim o nosso Adeus!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um texto da Marília


EMENDAS PARLAMENTARES

As Emendas Parlamentares estão previstas na Constituição Federal e são instrumentos que permitem aos parlamentares participarem da elaboração do orçamento anual, visando uma alocação maior e mais eficaz de recursos públicos. O assunto é polêmico: uns as defendem, pois vêem nelas a oportunidade de os pequenos municípios receberem benfeitorias da União, podendo assim dirigir parte de recursos públicos para construção de hospitais, creches, postos de saúde, etc. Para outros as emendas parlamentares representam mais uma ação politiqueira e eleitoreira, além de propiciar ao governo federal negociar com congressistas o apoio a futuros projetos e bela oportunidade de “presentear” os fiéis.
Como as coisas no Brasil não andam sempre por caminhos certos (os parlamentares honestos que me perdoem), muitos se aproveitam deste orçamento para fazer mutretagens. Em 2010, R$ 136,6 milhões foram enviados aos parlamentares. Alguns colocaram a verba onde não têm um voto sequer. As ONGs têm a preferência dos políticos, muitas delas existentes apenas de fachada, tendo seu nome envolvido em fraudes denunciadas por jornais. Precisamos nos interessar mais pela vida política de nosso país e por aqueles que mais têm tirado proveito dela: os políticos. E depende de nós expurgar os “fichas sujas”. Eles visam principalmente acumular fortuna no exercício exclusivo de altas funções públicas. E o povo? O povo que se dane, ora esta!


Marília Alves Cunha
Rua Icaraí, 20 – apto 402 – B. Maracanã
Uberlândia - MG
Fone – 32140374
Email – mariliacunha16@hotmail.com

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O depois e o antes




Estação Cultural Goiandira

No raiar do Século Vinte,
Goiás ouviu um apito de trem.
Tempos novos com requinte
Nos trilhos com destino a Belém!

Sesmaria de Campo Limpo
A Estação Goyandira rebatizou
Como pedra de garimpo
Em jóia a transformou.

Foi elevada então a distrito
E sem demora se emancipou.
Uma independência sem grito
E a Terra Branca brotou!

Lombo de burro não mais,
Fim desta condução,
Para ir mais longe Goiás
Nasceu a Primeira Estação!

O comércio e residências,
Hotéis, pousadas e pensões,
O progresso sem resistência
Expandiu pelos rincões.

O fio com a eletricidade
Chegou e teve nome de Prada.
Muito mais cedo que tarde
O estrangeiro fez morada.

Pessoas ilustres em carros especiais,
Composições de luxo em Maria Fumaça,
A noite não se calou mais
E nem ficou vazia a praça.

Cresceram as flores engrinaldadas,
Mas tudo foi passageiro.
Só se vê cargas pesadas,
Falou mais alto o dinheiro.

O ideal foi submergido
E asas de aço viraram pneus.
No rumo de subdesenvolvido
Projeto de longo prazo morreu.

Pra preservar a nossa memória
O IPHAN sempre se inspira
E pra não cessar nossa trajetória,
De cinzas a Estação Cultural Goiandira.

sábado, 20 de agosto de 2011

Gláucio, a imagem que fica.


A culpa é do fotógrafo

Às vezes passamos uma vida internética inteira sem conhecer pessoalmente nossos contatos virtuais.
O Gláucio, também fotógrafo procurado, não gosta de aparecer; tanto é que durante muito tempo, no falecido Orkut, sua foto de perfil era de costas e estampava pseudônimo, ao que ele chama de "fake", de Estrada de Ferro Goyás.
O interessante de nossa história é que tínhamos um amigo físico em comum que proporcionou-nos um conhecimento cara-a-cara.
O Gláucio parece um turista do mundo, pois acha tudo lindo e fotografa sem dó. Ouvi dizer que viaja até de rabeira nos trens e acampando como ciganos.
É um apaixonado pela arquitetura histórica e o transporte sobre trilhos, mas são poucos os que gostam de andar na linha.
Chegou em minha casa, na Goiandira, escoltado, pois a Câmara de Araguari está cheia de moção atrás da sua câmera. Tornou-se filho ingrato aos governantes de plantão por seus cliques esporem mazelas explícitas da péssima administração.
Ele tem que tomar cuidado afinal é um titica de gente, uma coisinha miúda, um nó na garganta, um Davi que incorpora um Golias.
Ele tem uma barbicha característica do Abrahan Lincoln, o lenhador gigante.
Falando nisto, é atribuído ao ex-presidente americano a seguinte frase: "Se me derem três horas para cortar uma árvore, ficarei duas horas e meia afiando o machado."
Já o Gláucio, se derem três horas para ele "tombar" uma árvore, em cinco minutos ela já estará no Facebook e no Google Earth. No fim das três horas o lenhador Lincoln já estaria enforcado.
Gláucio, busca e achareis, peça e abrir-se-vos-á, clique e divulgue, pois o seu sucesso é um caminho sem volta.
Nosso acordo fica de pé: Antes que te levem ao Jordão minha casa pode ser seu asilo.

sábado, 6 de agosto de 2011

REFERÊNCIA A RAFAEL KESLER


O Bullying e Outras Coisas

Não posso furtar-me ao dever de mais uma vez comentar um texto de Rafael Kesler, desta vez intitulado “MANIFESTO CONTRA O BULLYING”, postado na data de 06/08/2011, em seu blog http://rafaelkesler.blogspot.com .
A narrativa parece uma iguaria que tem gosto de quero mais. É invejável a exposição dos fatos em frases conectadas identificando-se como uma sinfonia.
A idéia principal, recheada de pormenores, paulatinamente impregna-se em nosso ser.
Com o texto consegui dar um passeio pelo meu passado, principalmente pela minha infância, doce para mim, porém amarga para tantos que não conseguem assimilar os revezes da vida.
Como criança criada solta, tive venturas sexuais precocemente, utilização do fumo e de substâncias alcoólicas. No próprio lar era chamado de Patinho Feio, Manquitola e “Vinte e Nove Trinta”. Os amiguinhos também não davam refresco apelidando-me de Zoiúdo, Dentuço ou Professor Pardal e às vezes até apanhava.
Quando entrei para o Quartel, onde o assédio moral é ordem do dia, os apelidos continuaram como Dentinho ou Mônica e tantos outros impublicáveis.
O que eu quero dizer com tudo isto é que o abuso sexual infantil, o bullying ou uso de substâncias entorpecentes fazem parte da vida de muitos, o que nem sempre pode caracterizar-se como norma para desvios de conduta ou desvarios. Um psicopata ter sido vítima de bullying é igual àquela estória de cartomante dizer que temos uma bisavó índia. Há, em ambas as afirmações, grande chance de ser verdade.
É verdade entretanto que já tive internações psiquiátricas, mas a isto há todo um arcabouço de embasamento genético e não às experiências de vida.
Minha iniciação sexual com gays e prostitutas só me fazem ter um olhar de caridade sobre tais seres humanos.
Nesta palavra, caridade, reside toda a essência de uma luta infinda de todos nós. Quando lutamos a favor da caridade estamos lutando a favor do amor ou da paz e contra o bullying, a pedofilia, a invisibilidade social ou as discriminações de raça, cor, idade, credo, sexo, peso...
“ – Simples, não?
- Muito simples, Senhor.”

sábado, 30 de julho de 2011

A RAFAEL KESLER


OS PROTAGONISTAS DA NOSSA VIDA

Acabo de deliciar-me com a crônica de Rafael Kesler, estudante de Direito, escritor, 22 anos, colunista do Diário de Araguari, no link http://rafaelkesler.blogspot.com/2011/07/invisibilidade-social.html .
Um texto apropriado e o autor com uma visão privilegiada de quem observa os fatos sob um camarote especial.
Rafael, você finaliza dizendo ter fé suficiente para que toda a situação seja revertida e eu te digo que apenas fé não resolve nada. Um texto como o seu já é um pequeno feito e pode ser o início de uma obra.
Analisar uma situação tão desafortunada pelo meio televisivo, no conforto e segurança de um verdadeiro lar, serve apenas de alerta que normalmente é seguido de esquecimento.
Há de se viver junto ao drama para que nossa alma fique impregnada das mazelas existentes na nossa sociedade. É um aprendizado para sempre. Não há uma invisibilidade social, mas uma cegueira quase que total para aqueles que não querem ver, afinal “pobres sempre os teremos conosco.”
Já atuei junto à população carente, principalmente na “favela” da Estrutural em Brasília, e posso afirmar peremptoriamente que muitos seres humanos dão as mãos uns aos outros. Em meio a crianças usuárias de drogas já ouvi uma tocando violino como se fora um anjo.
Dentro de favelas percebe-se nitidamente a variedade de religiões que buscam resgatar filhos de Deus através não só da palavra, mas também do pão. Eu, por exemplo, pertencia ao movimento dos Vicentinos Católicos, mas havia também sociedades civis como ONGs ou até mesmo empresas privadas, na busca incessante de elevar ou promover tais categorias de pessoas da situação tão desumana. A Estrutural nasceu em torno de um lixão.
É muito fácil culpar os administradores públicos, mas qualquer canetada de recursos públicos, em prol desta inferior camada, é combatida veementemente por todos. É um tal de dizer que cesta básica gratuita sustenta vagabundos, mas ninguém quer dar emprego a estes desocupados. Pertencem ao lixo e que cuidem de nossos lixos, quando muito.
O transporte coletivo não entra na favela e, na verdade, nem a Polícia, ambulâncias, bombeiros, Correios ou empresas telefônicas. Se favelados comprarem um bem nalguma loja não encontrará transportadora.
Queremos sempre mais presídios para abrigar esta categoria de vizinhos desagradáveis, desde que tais presídios fiquem bem longe de nós.
Falando nisto, se os governantes atuarem e construírem escolas ou postos de saúde no seio desses eleitores miseráveis, hão de faltar professores e profissionais de saúde.
Haveremos sempre que bradar por reformas, mas só mesmo o amor pra reformar o ser humano que, uma vez reformado, não haverá mais o que reformar.
Abra o olho, não para a televisão, mas para aquele que te vê por baixo, pois alguém na nossa esquina esmolando é o nosso próximo – o protagonista da nossa ascensão a Deus.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

tribunaaraguari.blogspot.com


CIRCULANDO

Com molde pequeno, mas grande jornal,
Noticia Araguari em tempo semanal.
É voz do povo e do governo fiscal.
Questiona e informa sem ser radical.
Seu dirigente tem perfil e respaldo.
Conhecimento de causa e engrossa o caldo.
Com livre trânsito pra tudo tem laudo.
Não é só mais um silva o jornalista Enivaldo.
Custa cinquenta centavos, irrisória fortuna,
Em dezesseis páginas de cinco colunas,
Brilha agora neste espaço ou lacuna
Um tablóide moderno - o Jornal Tribuna!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

OBSERVATÓRIO DE ARAGUARI – CEM MIL ACESSOS


Araguari, “verás que um filho teu não foge à luta!”

O Observatório de Araguari, www.observatoriodearaguari.blogspot.com, completará esta semana cem mil acessos. Nasceu sem muita pretensão e foi avolumando-se.
O dono do Blog, Antonio Marcos de Paulo, é um araguarino da melhor estirpe. Sujeito muito competente que atua no Tribunal de Contas do DF. Um técnico perito em contratos e licitações públicas no centro do poder, então sabe tudo!
Advogado, ex-sargento do Exército e ex-bancário, acumulou um amor enorme pelo Brasil e terra natal. Distante, porém não muito, usa dos seus conhecimentos para participar da vida araguarina onde estão seus familiares. Faz-se presente mesmo distante apontado o caminho correto.
Coleciona assinatura de periódicos e sintoniza as rádios araguarinas, além de contar com informações privilegiadas dos comentaristas do Blog, uma gama de araguarinos influentes que participam e uns tantos sem nomes que temem represálias do poder local.
O sucesso do Blog propiciou-lhe entrevistas nas rádios e uma centena de amigos.
É certo que incomoda aos mandatários e bajuladores que, vez por outra, atribui-lhe como membro de oposição ou inexistência chegando até a lhe desqualificar como araguarino. A verdade é que é osso duro de roer e audaz em todas suas atitudes. Incorruptibilidade é uma de suas tantas qualidades.
Sua intenção era só alertar sobre possíveis erros administrativos do poder, mas pode fazer muito mais, principalmente quando algumas vozes amigas suplicam-lhe uma pré-candidatura, nem que seja a vereador, pois apontar erros é mais fácil que não cometê-los. Chega de ser estilingue quando a vida está do outro lado.
Antonio Marcos liberta-te das amarras de algum suposto medo e transforma o que puder no mundo com a sua sabedoria através do exemplo como sempre tem feito. Em todo caso não é um caminho sem volta e a qualquer momento pode-se desistir da empreitada.
Chega de a Democracia ser um tipo de governo onde os ruins são maioria!

domingo, 26 de junho de 2011

Melancolia


NEM SEMPRE

Interessante que melancolia começa com mel, mas arde como pimenta.
Nem sempre a gente está com a crônica na ponta da língua e começa com devaneios. Nem sempre se agrada, o nem sempre chegou. A vontade de escrever é maior do que o que escrever.
Um dia fui magro e meu umbigo colava às costas. Ninguém me via.
Um dia fui criança, mas não brincava e hoje, se brinco, dizem-me não ser mais criança. Uma grande parte de minha vida foi pesadelo, mas nem por isso deixei de sonhar. Muitas vezes não durmo, mas só me notam as orelhas.
Dizem que sou vitorioso, mas luto bravamente por um empate econômico.
Eu já sorri muito quando meus dentes eram tortos e agora serenizo quando estão ortopticamente sanados. Talvez eu seja a coisa errada no lugar certo ou a coisa certa no lugar errado.
Eu já bebi tanto e não matei a sede e hoje afogo-me nas próprias mágoas.
Eu já joguei pra não ganhar e hoje espero sentado ganhar sem jogar.
Eu já fui bonito aos meus próprios olhos e hoje só enxergo defeitos que são troféus do tempo.
Eu já mendiguei um pedaço de pão e hoje ofereço o pão inteiro.
Às vezes lutei bravamente, mas muitas vezes desisti precocemente.
Meus olhos sem graça já viram o mundo colorido enquanto hoje meu sorriso amarelo desponta a cada alvorecer.
Já tive coragem de enfrentar generais e hoje me assusta um simples cabo.
Já dirigi bêbado e não fui condenado, mas critico hoje quem bebe e dirige com uma força de quem nunca fez.
Já dei carteirada e hoje me julgo ninguém.
Parece ser tarde, parece não ter mais gosto, mas busco a felicidade, não minha, mas de todos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Visse o toco?


MANIFESTO DO TOCO

Sou o toco, mas já fui sibipiruna genuinamente brasileira.
Hoje, no auge da minha desimportância, zombam de mim. Meu passado me indica a competência para a destinação. Lembro-me que sob minha proteção, a guisa da sombra fresca, o Manoel se fez Bonito.
Assim como o homem se julga “sapiens” eu sou da linhagem “Caesalpinia peltophoroides”. Minha família da Mata Atlântica era numerosa, verdadeira árvore genealógica! Hoje nada de lógico. Habitávamos no coração da cidade, hoje sem coração.
Os passarinhos agora passarão...
A praça está em desalinho enquanto éramos alinhadas. Grosseiros são aqueles que nos dizimaram.
Minhas flores eram mais coloridas que o ouro e atraíam os abelhudos, o que nos faziam manar mel além do leite.
Iria viver mais de cem anos e com mais de dezoito metros, mas fiquem sabendo que minha imponência e eternidade continuam incomodando. Já não me nutro de seiva e tampouco me importam os raios solares, mas amo as terras araguarinas por quem dei a vida e também posso dar o fogo da paixão.
Nos altos estudos universitários sempre fui indicada como uma boa peça para o paisagismo urbano e fui dizimada, juntamente com a família, por um “secre-otário imunicipal”.
Eu sou candidato a prefeito com meu chapa Edilvo pelos corações partidos. Não tendo família para praticar o nepotismo. Não queira fazer de mim uma cruz para o Edilvo, pois como eu, sempre trabalhou desinteressado pelo chão araguarino.
Vote em mim porque toco não dá galho.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O orelhudo quer me deixar


O Covil do homem

Tenho ainda, por pouco tempo certamente, um velho cão fiel (redundância). São mais de dezesseis anos de convívio fraterno. Há quase cinco anos que o mesmo faz uso de uma medicação cardíaca. Ele teve um derrame e, desde então, religiosamente, administro a medicação idêntica aos humanos (enalapril, digoxina e furosemida).
Muitos acham graça deste cuidado com um animal, mas pra mim é mais que um animal – um companheiro de todas as horas. À chegada do trabalho sempre vinha me saudar e, numa cidade grande, no terceiro andar, sabia reconhecer o barulho do meu carro em meio ao caos urbano.
Outro dia, numa farmácia popular, quando iria comprar a medicação cardíaca canina, orientaram-me para pegar receita médica no meu nome para que eu não pagasse por tal medicação. É o jeitinho brasileiro por qual não me acostumo. Ficaram espantados diante da minha negativa e sabão, pois honestidade ainda é algo assustador e pouco atingível.
Em cidade muito pequena é difícil de cuidar dos animaizinhos, pois ninguém gasta com veterinário e eles não montam “pets shops”. Veterinário é supérfluo e, quem realmente gosta e cuida, tem que ir à cidade vizinha para tais cuidados. Recentemente um veterinário tentou fundar um consultório na cidade, mas desistiu pra nossa infelicidade. Contou-me que um cliente, retrato idêntico de muitos os quais teve contato, pela despesa com o animal de estimação estar estimada em quarenta reais, mandou sacrificar o bicho. Cruz credo! Esconjuro!
Pastor evangélico cria passarinho na gaiola enquanto outro que, apesar de ir ao culto todo dia, com um estilingue, fica apedrejando os cachorros de rua. Nunca vi tais ensinos do Grande Messias.
Cristo, por ter sido pastor de ovelhas também, deve ter tido um cãozinho que o auxiliava. Não consigo ver alguém que diz amar o próximo e que não tenha paixão por animais.
O amor à natureza precisa aumentar para que nós mesmos nos salvemos. Atualmente pertencemos a uma alcatéia e nosso covil está fadado à destruição se assim continuar.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Numa enrascada e então homenagem ao Santo das Causas Impossíveis


POESIA A SANTO EXPEDITO

001. Pra iniciar essa narrativa,
002. Desd’esta primeira parte
003. A história ficou mais viva,
004. Pois busca em um “saite”
005. Obteve cinco mil endereços
006. Com gratas respostas.
007. Neste Santo de apreço
007. Que a cada dia aumenta
008. Sua legião devota:
009. É nosso Santo Expedito
010. Com origem na Armênia.
011. Que pareceria mais um mito
012. Se hoje não fosse a presença
013. Em Melitene, sua cidade,
014. Aonde fora martirizado,
015. Com grande felicidade,
016. De mais santos no calendário.
017. O nome de hoje lá é Melatia.
018. Entre os rios Tigre e Eufrates,
019. Berço da Cristã família,
020. Da qual fazemos parte.
021. Entre o Mar Cásipo e o Negro
022. No Cálcaso, além da Capadócia,
023. Nesse lugar de sossego
024. Seu sangue regou a fé nossa.
025. Roma pra manter vasto Império
026. Assegurou-se em pontos frágeis.
027. De uma defesa a ferro e fogo,
028. Colocando ali legiões ágeis.
029. Com comandantes capazes.
030. Expedito da XII Legião
031. Que por ter em seus quadros
032. Somente soldados cristãos
033. Teve inimigos recuados.
034. Tal Legião era chamada
035. Por todos de “Fulminante”,
036. Pois por estar encurralada
037. Certa vez um tempo antes
038. Sem água, sem provimento
039. Pronta pra ser derrotada
040. Todos os joelhos dobraram
041. Em uníssono movimento
042. E ao Único Deus suplicaram
043. Uma intervenção no momento.
044. Esta atitude suplicante
045. Pareceu então armadilha
046. O inimigo titubeante
047. Pasmou-se e parou na sua trilha.
048. No Céu surgiram trovões,
049. Relâmpagos em forma de espada
050. Deceparam os corações
051. Dos inimigos à entrada.
052. Diocleciano era o Imperador
053. Que Roma tinha à frente.
054. Parecia um amor
055. Aos cristãos e sua gente,
056. Mas seu genro Galero,
057. Pagão convicto de idéias vis
058. Depreendeu grande flagelo
059. Com intrigas o quanto quis
060. Fez saber ao nobre sogro
061. Que o cristianismo conspirava
062. E suas assembléias eram um logro,
063. Pois outro fim almejavam.
064. Um mar muito sangrento
065. Pelos anos de trezentos
066. Começou a acontecer.
067. Até os próprios familiares
068. Pela espada fez morrer.
069. Diocleciano, em todos os lugares,
070. Inclusive em seu palácio,
071. Fez muito uso do gume de aço.
072. Expedito, um oficial,
073. Dessa armada romana,
074. Foi tentado pelo Mal
075. E por idéias insanas:
075. “Não se converta com afã.
076. Ser Cristão está perigoso,
077. Deixe isto pra manhã.”
078. Estava o Mal em forma de corvo
079. Que foi resistido enquanto pode
080. E ao ver tão grande estorvo
081. Escreveu na sua Cruz um “Hodie”.
082. Pisoteando a ave agourenta.
083. Neste latim se assenta
084. Além do Hodie um Crás
085. Sua imagem nos faz
086. Pedir depressa e obter.
087. É Expedito junto a Cristo
088. Que de pronto nos faz ver.
089. O imperador romano
090. Ao saber de seus insultos
091. Com seu poder sobre-humano
092. Mandou-o a seus deuses prestar culto
093. Claro que não aconteceu
094. Foi flagelado e decapitado,
095. Mas perante Nosso Deus
096. É um Santo bem cotado.
097. Sua história terrena
098. É bem pouca conhecida,
099. O que se torna uma pena,
100. Mas as graças obtidas
101. É que se contam em centenas
102. Em milhões de nossas vidas.
103. Dezenove de abril,
104. Desde aquela era,
105. É sua data consagrada.
106. Nesse século tantos santos se fizera,
107. Pois foi muita gente sacrificada:
108. São Gálatas, Polieucto, Rufo,
109. Hermógenes, Aristonico e Caio,
110. São Sebastião também entra em cena,
111. Exterminados nas calendas de maio.
112. Terra de predileção no Testamento,
113. Pois o seu monte Ararat,
114. Como eterno estacionamento,
115. Da Arca Aliança e resgate.
116. Santo das causas urgentes
117. Patrono dos militares
118. Legionário combatente
119. Defensor dos nossos lares
120. Homem pronto para o combate
121. Encontramos nos altares.
122. Atua em qualquer parte
123. E sem distinção de lugares.
124. Seu nome foi espalhado
125. Muito mais que sua vida
126. A cada milagre alcançado
127. A cada graça obtida.
128. Ao iniciar este cordel
129. Escutou-se um canto crás,
130. Mas um dos membros do Céu,
131. Assoprou que esse corvo jaz.
132. É Expedito que numa decapitação
133. Também deu a vida pelos irmãos.
134. Sua existência é exata,
135. Embora esquecido pelos historiadores,
136. Mas narrativas eclesiásticas
137. Grafam seu nome com louvores
138. É então na Ásia Ocidental
139. Que surge este santo marcial.
140. Os primeiros que ali pregaram
141. Foram Judas Tadeu,
142. Simão e Bartolomeu.
143. As sementes não tardaram
144. E os cristãos ali cresceram
145. Trajano, quando Imperador,
146. Uma legião ali criou.
147. Foi pra defender o avanço
148. De qualquer inimigo romano.
149. Há hoje no lugar um povo manso
150. Que dificilmente erra
151. Com mais de 2500 anos
152. É o primeiro País Cristão da Terra.
153. Invadidos pelos bizantinos,
154. Perseguidos por romanos,
155. E levados ao russo comunismo,
156. Mas um terremoto divino
157. A este povo acabou dando
158. O ressurgir do nacionalismo
159. Nesta pátria é devido,
160, O culto a Santo Expedito
161, Desde o dia seguinte
162. Da sua morte virou rito.
163. Transpôs o oriente
164. E a cada dia é crescente
165. Três séculos de perseguições
166. Com Constantino foram encerrados
167. Trespassaram corações,
168. Mas santos foram multiplicados.
169. Cristo, como pedido queremos isto:
170. Faça-nos ser também santificados.
171. Na data de dezenove de abril
172. Os devotos fazem festa.
173. Pagamentos de promessas
174. Sem que falte um só til,
175. Pois dizem que o Santo Militar
176. Também é urgente em cobrar
177. Os soldados desta Legião
178. Eram tratados de “expeditus”
179. Porque tinham armas leves
180. Que permitiam boa movimentação.
181. Já os outros - “impeditus”
182. Tinham aversa missão.
183. Dessa História talvez seja
184. A origem do seu nome,
185. Mas existem outras que, sem demora,
186. Nos dão mais acalantos,
187. O importante é que o Santo
188. Intercede nas nossas vitórias.
189. Protetor dos estudantes,
190. Jovens e viajantes,
191. O crescimento dos fiéis
192. Dá ao Santo a nota dez.
193. Fragmentos de sua ladainha
194. Mostram frutos da sua vinha:
195. Invencível Atleta da fé;
196. Até a morte fiel,
197. Tudo perdeste e permaneceste de pé,
198. Pra ganhar Jesus no Céu
199. Venham os golpes da chibata
200. E a espada que não mata
201. Recebeste a coroa da Justiça
202. Oh! Patrono da Juventude
203. Inimigo da preguiça
204. Ao se pôr em atitude.
205. Modelo dos Soldados
203. Saúde dos adoentados.
204, Advogado dos pecadores,
205. Mediador dos pleitos,
206. Pronto socorro à nossa voz
207. Em todos nossos clamores
208. Por tudo que tem nos feito
209. Perante Deus-Pai, Rogai por nós

O discurso do primeiro encontro continua válido


ENCONTRO TOPOGRÁFICO

Saudosos encontreiros, antes de mais nada seria bom definir encontro topográfico como um ponto onde o plano de assuntos, além de descoordenados, tendem ao infinito de um clube tridimensional.
Como vício, embora tantos o digam arte literária, não poderia deixar de anotar as minhas impressões sobre esta iniciativa, com certeza, de enézimas repetições.
Talvez alguns achem que as adesões não tenham sido satisfatórias em consonância às espectativas, mas onde dois ou mais topógrafos estiverem reunidos fluirão histórias incríveis e jamais repetitivas.
O primeiro fato, que me vem agora à mente, foi quando recente, num trabalho de campo e gabinete, realizado na bacia norte de Minas, um civil, operador de GPS, vale ressaltar que qualquer um pode ser, numa roda de boteco nos propôs como tema para um livro, idealizado e estruturado por ele mesmo, intitulado “Guerreiros do GPS”. Aconteceram risos, pensamentos e manifestações diversas. Eu, como amante da literatura e da topografia, não deixei de conjecturar a respeito. Imaginem, se algumas poucas aventuras, como operador de GPS, foram capazes de suscitar inspiração para uma tentativa e eternização, o que daria uma vida inteira de realizações não apenas topográficas?
Topografia é a arte de desenhar a Terra, mas para muitos aqui presentes é um campo diverso. Nós, não apenas desenhamos as curvaturas e reentrâncias da Terra, nós fazemos História. Desde a pontaria geodésica, aos astros mais longíquos, à determinação instantânea e milimétrica da posição, o personagem principal é o topógrafo.
Quem passou pela Topografia poderá passar por qualquer outra experiência. Prova disso é que, aqueles que não continuaram na Caserna, estão espalhados nas mais diversas atividades profissionais: são bancários, juristas, legisladores, técnicos diversos, doutores, políticos, odontólogos, engenheiros, empresários e... é melhor deixar de lado tais citações dado a infinidade do índice de aproveitamento do pessoal.
Mesmo dentro do Exército, onde a ocupação de claro é específica, os topógrafos se irradiam: segurança de autoridades, identificadores, contadores, assessores, professores e tantas outras posições haja visto que mesmo num quadro complementar, nunca deixarão de ser topógrafos.
O ser topógrafo está emaranhado com o progresso. A Geografia é o escopo ou a mortalha, mas seu campo de batalha é o universo, a filosofia, enfim a busca da precisão sem fim. Se localiza entre a cidade e o campo, entre os avanços tecnológicos e o tirocínio do reflexo, entre a grota e o oceano, entre os mestres e os matutos, entre o sóbrio e o ébrio, entre a loucura e a razão, entre o plano e o corte abrupto do abismo, entre o civil e o militar, entre gênios e braçais, entre família ou em prostíbulos, dá mais que livro ou mera poesia.
O Zênite e o Nadir o coloca como centro do universo, mas o que ele pretende é viver simplesmente no limite.
( Aristeu do litro )

domingo, 5 de junho de 2011

Morrer ninguém quer - Ficar velho também não!


INSS

INSSaciável é a sede pelas falcatruas.
INSSalubre é a situação dos aposentados.
INSSatisfação é a verdade nua e crua.
INSSucesso no INSStituto reformado.
INSScrito nele todos os brasileiros
Que INSSpirados deram suas vidas
Por um INSSuficiente pacote de dinheiro.
INSSegurança a cada simples recaída
INSSuportável mendicar descontos
A cada INSStante de receita prescrita.
INSStrumentos de preferência dá confronto,
Pois INSSensível é a descendência maldita.
INSSurgir contra a situação não adianta
INSSignificativa seria qualquer manifestação.
Ser idoso é um INSSulto e nó na garganta
Em qualquer INSStância da nossa Nação!

sábado, 21 de maio de 2011

Para o Blog Saúde na Tela


"SUS"

Pra se ter saúde na tela,
Meu Jesus, mas que novela!
Acende-se muitas velas
E a consulta protela...

Suscita-se um sistema
Onde ser pobre é "pobrema"
Tem que te se ter algum esquema,
Pois a demora é o lema...

Se o médico pedir exame
Encontra-se quem reclame.
Uma teta que muitos mamem
Libertas qua'e sera tamem!

Assusta-se? suspira-se? Suspeita-se?
Suspende-se? Sussurra-se? Sustenta-se?
Isto - Sustentação... SUS tentação...
Opera-se o apêndice e cobra-se o coração!