domingo, 2 de janeiro de 2011

Paródia Brasiliana


NO DESCOBRIMENTO

Pátria (Poema de Olavo Bilac)

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seui esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!


500 ANOS DEPOIS

Mátria (Esquema de Lavo di Arak)

Lama, da cabeça aos pés, na terra em que nasceste!
Lambança! Não haverá em nenhum país mais que este!
Dá nos chapéu! A roubar! Falta brio! O quê resta?
Que natureza, povo bobamente em festa.
É uma teta de mâe a patrocinar granfinos.
Vê se há vida no sertão! Vê a lida dos meninos,
Ficam os balanços no ar, tudo fechado e incerto!
Falta luz, amor, que multidão de insetos!
Sê grande extensão de mamatas, onde impera
Fecunda e dolorosa, a eterna miséria!

Farra de terra! Sempre a negou a quem trabalha
Para o pão de cada dia, o “Arquiteto” nos falha...

Que nem vala funda o infeliz merece,
Grande afago se tem almoço, pede bis e entristece.

Lambança! Não haverá em nenhum país mais que este!
Irrita com a esperteza na terra que bem quereste!

0 comentários:

Postar um comentário