sábado, 26 de junho de 2010
Em pé, porque no banco não tem banco.
Fila de banco e banco não fila
De início quero contar que a Câmara de Goiandira não aprovou a Lei de Espera em Fila de Banco. Primeiro porque o Banco do Brasil é a única agência bancária na cidade e opera praticamente de favor. O lucro é pouco ou inexistente. Caso multas fossem aplicadas sistematicamente poderiam fechar a agência e, como se diz por aqui, "nem tico nem taco nem farinha no saco".
O segundo motivo é que os próprios usuários são responsáveis pelos atrasos. O terminal eletrônico dá um banho nos clientes - poucos são aqueles desenvoltos com a máquina. É preferível ir à fila normal que levar uma surra tecnológica do caixa eletrônico. Quem nunca apanhou? Também há a falta de confiança nos depósitos em envelopes bem como do pagamento em débito em conta. A melhor autentificação é aquela da boca do caixa.
A agência abre às onze horas e fecha, não sei o porquê, às quinze horas.
Outro dia eu era o primeiro da fila externa à maldita porta rotatória. Para tal façanha tive que chegar cinquenta minutos antes. Naqueles cinquenta minutos, quatro clientes foram atendidos pela gerência com uma certa facilidade, antes do horário oficial de abertura. Como cidadãos normais, no caso excepcional eu, invejam aqueles de influência!
Antes mesmo daquele lerdo relógio bancário marcar onze horas, quatro idosos já estavam à minha frente. Se eles podem chegar quarenta minutos antes por quê não podem esperar este mesmo tempo numa fila sem preferências? Esta é uma Lei que pegou tanto que apenas vão entrando à frente sem dizer nada, sem pedir licença e nem se justificar da intromissão. Não se estampa atualmente a idade facilmente em muitas caras, nem sintomas de gravidez e, quando muito, uma deficiência bem acentuada. Resumindo, o pessoal beneficiário desta exclusividade são abusados, o que permite, inclusive, que alguns caras-de-pau utilizem indevidamente tal Lei.
Ao ir na agência de Goiandira relaxe, pois a maioria dos clientes são idosos caras-de-pau que vão viver ainda por muito tempo.
Eu não sei qual a política bancária na satisfação da clientela, pois, no caso de Goiandira, existem apenas dois caixas e sempre em um há uma tabuleta com os seguintes dizeres: "Dirija-se ao caixa ao lado". Nunca vi os dois trabalhando conjuntamente. O que me deixa risonho é que nesta tabuleta existe uma seta supostamente desnecessária indicando o caixa ao lado... tão próximo!
Dentro do banco, ainda cinco idosos e ou outros beneficiários da Lei dos sem tempos, a mais cumprida no Brasil, me ultrapassaram.
O único caixa saiu pra almoçar e o substituto levou cerca de dez minutos pra receber o caixa. Quando chegou a minha vez, o meu estômago marcava muito mais que o meio dia e meia do relógio lerdo bancário. Dava impressão que estava ali há séculos. O pior é que eu precisava de apenas dois minutos a sós com o caixa. Com fome e puto, pessoas bipolares emputecem sem muita razão, abandonei a agência amaldiçoando-os a todos com toda a minha falta de fé.
No dia seguinte, ao conferir minhas transações, via internet (que felicidade este terminal meu a qualquer hora), notei um depósito não-identificado de pouco mais de cinco reais em minha conta. Na miha outra visita obrigatória à agência a caixa informou-me que no momento do fechamento do seu caixa, da outra vez, havia exatamente aquela pequena sobra. Identificou-a como minha e fez o estorno. Achei-os muito corretos, pelo menos com aquela quantia. Às vezes um só caixa trabalhando permite-nos ser reconhecidos.
Moral da história: Até um grande matemático, quando nervoso, erra na conferência do troco. kkkkkk
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