domingo, 19 de julho de 2009

Vergonha de ser honesto.




A IDADE DA CORRUPÇÃO

Sou brasileiro e não desisto nunca de levar vantagem.

Definitivamente não gosto de bancos. Nada rende, nem as filas. Com parcos juros até acredito que, aos poupadores, compensaria um retorno ao velho “pé-de-meia” e “debaixo do colchão”. Primeiro que o dinheiro é seu e, conforme for o tamanho do saque, tem que avisar com antecedência ao banco. Tenho até medo de algum bancário desalinhado, sabendo quem e a quantia, planeje saquear o cliente ou repasse informações, sei não...
No interior as filas rendem ainda menos e não é devido ao número de caixas, mas à dificuldade de entendimento dos usuários, além do quê, são normalmente desconfiados e exclusos da tecnologia imperante.
Numa das poucas vezes que fui para um atendimento normal, por qual passam tantos brasileiros, passaram na minha frente, preferencialmente, quatro idosos, nada mais justo, porém, entre eles havia um coroa muito enxuto vendendo saúde e disposição. Na verdade, como pai de um comerciante, ele estava ali como “Ofice-Old”, um velho despachante do filho. Em sua maleta havia pilhas de depósitos e fornecedores a pagar...
A Lei é taxativa quando limita o atendimento preferencial ao idoso para com seus problemas e, no máximo, do cônjuge, mas numa cidade pequena todo mundo deixa passar - o caixa, o idiota, o prejudicado, afinal é chato requisitar direitos e, dada a ignorância, pode custar a vida ou angariar inimigos pelo resto da mesma, assim que funciona.
Pode ter certeza que, quem te passar pra trás ainda vai rir pra valer, com sua turma, da tua inapetência por cidadania.
Andei “jogando praga” neste velho e, pra completar o meu desprezo, por tal figura e toda a sua geração, tive um contato adicional com o mesmo numa barbearia...
Já não vou ao banco e terei de mudar de barbearia...
O profissional do estabelecimento, enquanto atendia o velho safado, ofereceu-me, na Época, Veja bem, Isto É, uma revista, pra eu ler.
Comentei rapidamente a respeito da quantidade elevada de propagandas, uma vez que a revista é comercial e de boa tiragem.
O velho idoso larápio comentou de cadeira que “a revista tem dinheiro demais” e que já assinou, por longo período, tal revista e ainda outras, totalmente de graça. A revista tem um plano de quatro edições iniciais gratuitas e ele assina só por este período. Quando acaba o período ele renova com um nome falso, mas com mesmo endereço.
Ao final do relato parecia esperar os aplausos pela façanha, ao que, diante tanta cara-de-pau, tive que recriminá-lo, porém sem chances de mudança.
O maior problema, conclusão não minha, é que se matarmos todas as pessoas com idade acima de doze anos, ainda assim a corrupção estaria enraizada, deve ser genético e é a manifestação do nosso DNA cão.

1 comentários:

Ellen disse...

Gostei do seu blog, especialmente desse texto. É triste essa nossa realidade onde ser honesto é tão raro que a gente sente até vergonha de ser, em certas ocasiões. Nessas horas a gente chega a perder a fé na humanidade... Mas daqui a pouco lá estamos nós novamente escrevendo, discutindo, reclamando e esperançosos para que as coisas melhorem. Percebi que você é um dos meus. Estou seguindo seu blog.
Bjos

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