domingo, 5 de julho de 2009

Eu e Manuel Bandeira na Feira de Literatura Internacional de Parati


Neste ano de 2.009 Manuel Bandeira foi o escritor comemorado na Feira de Parati. Cedi alguns versos e os abaixo transcritos figuraram num compêndio distribuído gratuitamente na referida Semana da Literatura, próxima passada, além do seguinte Portal: http://www.scribd.com/doc/17083399/Jornal-de-Debates-FLIP-2009-Edicao-nro-1

Era pra ter sido publicado os versos, já postados neste Blog, referente ao plágio feito em "Vou-me embora pra Goiandira", mas na hora H optaram por estes, modéstia à parte, magnífico desabafo.

RESPOSTA A MANUEL BANDEIRA


“Vi ontem um bicho / Na imundície do pátio / Catando comida entre os detritos./ Quando achava alguma coisa, / Engolia com voracidade. / O bicho não era um cão, / Não era um gato, / Não era um rato. / O bicho, Meu Deus, / Era um homem.” – Manuel Bandeira (1886-1968)


Após tanto tempo, óh Manuel, / Da sua indignação, / Quero que chegue aos Céus / A atual situação: / Agora somos canibais, / Quando milhões vivem ao léu / Nutrindo-se das lixeiras de hospitais. / No seu tempo uma civilização / Surgia em torno de uma igreja. / Hoje é em torno do lixão / Onde o Governador beija e verseja. / Ratos e moscas varejeiras, / Cruz sanitária do seu amigo Osvaldo, / Hoje não é mais sujeira. / O que diz o último laudo? / É o “humanae habitat” ou nicho. / Desenvolvemos raças de cães / Que nem vivem mais como bichos, / Mas para os homens nem pães: / Continuam comendo lixo. / Não têm nem mais a vaca como mãe / E o estoque de restos tá mixo. / Inúteis transgênicos e genoma / Com lucros enormes e não fixos. / Deus cria a vida e o doutor toma / Registrando inclusive a patente. / Desnutridos e em estado de coma / Ironia cada vez mais latente. / Cadê o ensinamento de Roma? / Qu’eu num traGO MORRA, / Dando adeus aonde o diabo SÓ DOMA. / Enquanto persisto nesta zorra / Carrego uma triste verdade: / A que como como um frade.

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