domingo, 9 de dezembro de 2012

Sopranzetti - A vida é um sopro...




NOVO ENDEREÇO E VELHA FÓRMULA

Eu tive um amigo sem igual. Deveria tê-lo observado mais, pois era digno de várias anotações que serviriam de exemplos sem fim, mas a gente tinha que trabalhar...
A sua imagem pessoal era inconfundível, típica de um italiano bonachão. Sua estatura era pouca, a careca era notável e a barriga, avantajada, garantia-lhe o apelido de Bolinha.
Era dono de um bar noturno onde, entre idas e vindas, devo ter trabalhado por uns três anos com ele.  Comecei trabalhando como faxineiro e fui seguindo carreira promissora dentro do estabelecimento e tornei-me balconista, garçon, pizzaiolo, cozinheiro... Ele reconhecia o valor de cada um. Nosso salário era semanal e consegui até instituir uma folga semanal para os funcionários, dada à importância que ele dava aos seus auxiliares, liderados por mim. Minha ascensão no trabalho até deu motivos de ciúmes num outro funcionário de mais de duas décadas, o Onofre, mas a família Lanches Corujão seguia com sua função gastronômica social – última porta aberta a qualquer desassossegado pela insônia.
A pizza era a mola mestra do Bar do Bolinha, mas como o Sr Walter Sopranzetti durante o dia era Secretário da Câmara Municipal, ele tinha dois pratos estupendos para seus clientes mais refinados, pessoal este que não faltava por ali, figurões de todo o topo da nossa direção municipal, inclusive, sua filha era afilhada de Osvaldo Pierucetti, ex-prefeito de Belo Horizonte.
As duas iguarias extras, servidas e preparadas sob o esmero do Bolinha eram o Filet à Parmegiana e o Filet Alho e Óleo. Eu aprendi a fazer e, o parmegiana é um sucesso total através dos tempos. Como o Professor Bolinha eu também o apronto só em ocasiões muito especiais.
O Bolinha, ex-dono de Papelaria, tinha uma caligrafia irretocável e, no trato com o preparo do filet demonstrava todo o seu capricho. Era um ritual de precisão e, na limpeza da carne, não acontecia nenhuma perda.
Uma de suas histórias, ele era cheio de histórias, que não consigo esquecer é do seu tempo de Livraria. Teve um vendedor que o procurou a manhã toda e não o encontrou. Aonde chegava o Bolinha já tinha saído. Cansado teve que pegar um almoço numa pensão. À mesa, nesta pensão, o vendedor teceu sua desventura, mais ou menos assim: “Eita cidade difícil, todo mundo conhece este tal de Walter Sopranzetti como Bolinha e eu não o encontro de jeito nenhum. Diacho, onde este miserável estará?” Todos riram, pois ao lado deste vendedor estava à mesa, sorridente entre dentes, a figurinha carimbada tão procurada. Que situação pra o vendedor!
O Bolinha tinha uma Variant TL e, religiosamente, ele, antes do amanhecer do dia, levava-nos, seus asseclas, em casa. Ele não buscava a gente, mas se algum faltasse ele ira atrás, pois a equipe era toda necessária. Durante meu tempo de Soldado do Exército, ganhando pouco, apesar de ser proibido ao recruta trabalhar fora do Quartel, eu fazia uns bicos por lá.  Trabalhava na cozinha ou no forno e não me expunha. Era meu dinheiro de sobrevida, pois o que ganhava como Conscrito só dava para pagar lavadeira e cigarro.
Bolinha era um notívago e, antes de qualquer negócio, o ex-bancário, conduzia o bar por puro prazer, eu acho que às vezes dava prejuízo.
O Bolinha era grande e o quadro dos frequentadores eram seletos, da mesma estirpe.
A Avenida Tiradentes não será mais endereço desta tradicional pizzaria. O Waltinho, quase imagem e semelhança do saudoso pai, muda-se, com o mesmo primor, para a esquina da Rua da Glória com Amapá.
Vou lá matar a saudade e comer bem. Vem.

sábado, 20 de outubro de 2012

Vocação para parasita



Capitalismo ou Democracia?

         Aconteceu em Brasília e eu testemunhei. No subsolo do Conjunto Nacional, quase ocupando a metade daquele nobre espaço central, havia uma unidade do Pão de Açúcar, nossa talvez maior varejista, inclusive muito atuante como hipermercado. Na entrada da loja havia um pequeno espaço e tal, através de insistente pedido, foi cedido a um chaveiro, ofício que daria mais atração à loja. Evidentemente, pois enquanto se copia uma chave compra-se algo naquela infinidade de itens bem disponibilizados.
O ponto de chaveiro pegou e o tempo passou. Administrar é um processo dinâmico e sempre surgem novas ideias de como levar o negócio adiante. Chegou um novo gerente para aquele Pão de Açúcar e, no seu levantamento preliminar, não achou correto que aquele chaveiro ficasse por ali, sugando como uma parasita, os louros do seu negócio feito quase sem nenhum investimento, pois não pagava energia, água e nem o aluguel do espaço. Calculou uma taxa e a colocou sob análise do chaveiro. O chaveiro não gostou de jeito nenhum, lógico. Bradou que tinha seus direitos e que o tempo o tornou soberano sobre aquele espaço. Vieram em sua ajuda dois ou três lojistas vizinhos que se ofereceram para ir até a justiça, caso necessário.
A pressão empregada do gerente cedeu sobre a aparente democracia que ali imperou. O gerente então, no espaço simétrico ao do chaveiro parasita, montou outro chaveiro custeado pela organização e colocou o preço das cópias e demais serviços oferecidos com o preço dez vezes menor.
A busca por cópias aumentou inclusive o resultado diário da loja. O chaveiro dos direitos voláteis não teve como fazer frente e, com o passar do tempo, foi obrigado a levantar-se daquele lugar para não morrer de fome.
Isto pode demonstrar claramente o que pode fazer o suposto abuso do poder econômico. Pobres podem colocar alguém no poder, mas o poder necessita de capital para ser exercido. Se o poder aquisitivo abandonar um local, associado ao não pagamento de impostos, como se governará?
Deus está presente na Terra, mas devemos obrigações a César, em nome da moeda circulante e enriquecedora.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O filtro da vida



Compulsão para o bem

Quando estamos plenamente ativos o que mais desejamos é não ter obrigação alguma. No entanto, quando atingimos a situação de aposentado, ainda com alguma energia, procuramos muito o que fazer e acabam aparecendo alguma coisa. Haja criatividade, pois não podemos parar de produzir.
No meu caso eu cuido de plantas, cães, gatos e galináceos, tudo de estimação, além de algumas tarefas domésticas pra ficar sempre de bem com a cara metade. O melhor presente é ajudá-la na lida que nunca muda para a infeliz com o passar do tempo.
Ficar tecendo Crônicas, como esta, também é paliativo no consumo dos dias que restam.
Outro dia, minha sogra, na tarefa de recompletar a água do filtro de barro, acabou por derrubá-lo e danificá-lo o suficiente para por fim naquilo que se destinava.
Numa análise dos dados, vi que era possível adequá-lo à irrigação. Eu passei a colocar água em parte do filtro e deixá-la nos pés das plantas. Através da filtração, num período de aproximadamente cinco horas, o filtro secava. Depois disto demorou um pouco mais porque a vela vai sujando, inclusive de lodo. Então mudava de planta e este era um de meus passatempos preferidos e acabou por se tornar uma obrigação.
Eu olho para as árvores frutíferas de época e parece que todas querem ser as próximas, mas existe uma sequência e ninguém fura fila. A irrigação gota a gota leva o precioso líquido às profundezas das raízes.
Quando a gente se predispõe a fazer o bem, com certeza ele se irradia, podendo ficar até sem controle chegando a dimensões inimagináveis.
Este pedaço de filtro passou a servir a todos à sua volta. Passarinhos brincavam, gatos se contorciam para beber no fundo dele. Quando mudava de lugar a umidade no pé da planta se enchia de bichinhos de toda natureza. Até uma pequena cobra espreitava este paraíso.
A última inquilina que eu notei no filtro de barro foi uma perereca que se esbaldava toda faceira.
Agora uma só conclusão: Eu não sei ao todo quantos se utilizam desta minha atividade, inclusive animais de rua, pois o recipiente mágico vai para a árvore da calçada, mas não há mais como parar, seria fugir da responsabilidade que cativei.

COVEIRO DO FUTURO



DROGA DE JOVEM

         Eu não acredito na força motriz dos jovens para ações caritativas ou de qualquer monta. É fogo de palha que nem brasas deixam. Talvez o escotismo com o lema “Sempre alerta” e uma consciência de se fazer, pelo menos, uma boa ação ao dia, traduzida em atitude, coloque nos jovens o conceito real de social, crescimento próprio e de solidariedade.
         De um dia para ouro o jovem consegue arrebanhar uma multidão de afins para uma balada e dinheiro suficiente para a esbórnia, mas em busca de um ideal qualquer fraquejam ou não se interessam.
         Criar filhos tornou-se tarefa muito parecida como criar gatos. São uns comem e dormem incompreendidos, saem fortuitamente com dificuldade de arrebanhar, se metem em encrencas e sempre com as garras afiadas contra o mais próximo.
         A proteção demasiada, por exemplo, de não se trabalhar até os dezesseis anos, os tornam indolentes e preguiçosos, prontos pra não trabalharem nunca.
         Este sistema educacional que não aprisiona os incapazes por muitos anos na mesma série acaba por fornecer profissionais iletrados neste jogo de empurra-empurra. Assinalar questões com “x” pode levar qualquer um à melhor universidade sem, no entanto, atestar que o assinalador seja o melhor. O tão almejado curso superior virou comércio e nada mais é que um status que pouco acrescenta na evolução mundana.
         Até a tapa de amor materno, tão necessário nos limites da vida, transformou-se em desumanidade de alto grau.
         Algum ou outro jovem, mais exceção que regra, aprimora sua vida e seu caráter em algum movimento de igreja, mas também se alienam na religião e não gozam moderadamente na almejada vida em abundância. São uns supostamente salvos, porém convictos, mas que não vão aos porcos para resgatar o irmão pródigo afundado no mar de lama dos prazeres múltiplos patrocinados pelo consumismo de drogas de toda espécie. O Cristo Salvador se misturava aos necessitados.
         Pais surpresos, que na acompanharam devidamente a formação do seu maior tesouro, o filho extrovertido e esperto, condenam o mundo sem fronteiras.
         Cursos gratuitos de formação técnica profissional se esparramam pelo chão, mas os “querem tudo de mão beijada” não vão nem por causa do lanche ou do recreio.
         São deuses numa poltrona que, na tarefa árdua do clique ou no bate-papo dos bares, vão conquistando a virtualidade e a trivialidade que tem muito mais olhos ou ilusões jogados em tela do que novos rumos para a humanidade.
         Na minha infância eu enfrentei muitas dificuldades, mas tais me proporcionaram conForto para a velhice e moldaram meu comportamento junto aos meus filhos. Trabalhei até como empregado doméstico, mas com muita alegria. Hoje os jovens não arrumam a cama em que muito dormem e nem lavam o prato em que muito comem. O que mais dói são os pais os acharem fofos e a perfeição que Deus lhes deu.
         Jovem, reaja afinal você não está numa ilha da fantasia e pode ser o coveiro do seu futuro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

UM DOS ELEITOS DE DEUS



 DE QUE ADIANTA GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A ETERNIDADE?

Dr Marquinho, hoje é o teu aniversário e, com tão pouca idade, o teu império em obras é incalculável.
As tuas mãos, quantas vezes com maestria divina, tornearam o homem de barro que se quebrou ou quis furtar a própria existência terrena.
            As tuas palavras, mesmo que poucas, sempre confortaram com a verdade, irradiando confiança, fé e esperança ao mais irresoluto mortal.
            O Sr não é o médico dos médicos, mas o mais paciente dos pacientes dEle.
            O teu olhar, com ligação direta no coração, é torrencial de lágrimas fáceis, mas com o sorriso franco e fraterno que permanece firme numa alegria imorredoura que só pode ser de outro mundo.
            Pai Marquinho, tua geração bendita até à milésima, paga de tuas ações benfazejas, sempre trilharão pela vereda do amor, porque o Senhor encontrou graças.
            Esposo Marquinho, a tua missão te deixa ausente do lar por muito tempo, mas a certeza do retorno triunfal preenche todos os incômodos da matriarca e convivas.
            Caminheiro Marquinho, na evolução dos seres não existe retrocesso ou marcha à ré – o progresso é contínuo e não pode parar. A tua morada num plano superior é um trono de poucos que foi preparado pelo mais dileto dos nossos amigos que também sempre se fez último.
            Político Marquinho, teu reino não é deste mundo, onde, o mais perfeito dos candidatos, Jesus Cristo, também não tenha escolhido bem os aliados e perdeu o confronto direto com Barrabás. Eu queria, como Pedro, desembainhar a minha espada e cortar línguas, mas só devo ter encontrado forças para também negá-lo por três vezes como nosso salvador.
            Perdoa-nos pelo empenho que podia ser maior e perdoa-os, pois não sabiam o que faziam tão incitados.
            Foste cercado por malfeitores, foste ultrajado, ferido e venceu o mundo à sua volta.
            Falam numa tal viagem ao Rochedo e, neste local, as pedras gritarão seu nome. Podem até se transformarem em pães e as águas, mais uma vez, se acalmarão.
            Nem o maior dos adversários, caso exista, consegue desabonar tua existência. Parabéns por estar no meio de nós há tanto tempo. Neste período, em que se confessam os pecados dos outros, a tua penitência ainda é: “Olhai por nós”.
            Deus te abençoe, Primo.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O voto é secreto, nojento e vergonhoso


Preguiçosos: Leiam o último parágrafo.

Fórmula geral: HUMMMMM = 1 = I = ONE = 45.555

         Nos bancos das faculdades a gente aprende como definição que o homem é um animal racional, político e social. Como animal nada a reclamar, somos realmente privilegiados na anatomia deste reino ao qual pertencemos. A qualidade de racional nos difere de toda a natureza, não que não haja raciocínio além do nosso, mas nosso processamento do pensamento é de um nível bastante elevado, pra não dizer complexo. O adjetivo político muitos renegam, como que pertencente à bandidagem, levando-se em conta o que sucede no panorama vigente e no que se chega até nós, ma nossa qualidade de políticos vai além deste prisma  de observação, nossa vida baseia-se na arte política. Restando duas pessoas no mundo, com certeza, uma comandará a outra, mandatário e comandado é uma interação política. Pedindo um desconto, chorando pela mamadeira, ganhando um beijo, oferecendo um serviço ou mercadoria e enfim, em todas as atividades nossas diárias somos agentes políticos ou a política é a nossa principal arma.
         Ser social porque necessitamos do convívio com nossa espécie, com nossos semelhantes, necessitamos do próximo, seja o vizinho, o médico, o professor, a diarista, a cozinheira...
         É um caminho árduo adentrar à política conhecida como tal convencionalmente. Normalmente surgem perguntas assim: O que esta pessoa quer? O que ela já fez? Você conhece a cor do sofá da casa dela?
         As respostas também são diversas também: Ela é antissocial. Nunca foi na minha casa. Não vai ser eleita, coitada. A família nunca prestou. Tá se achando...
         Ainda bem que na nossa cidade não temos como errar muito. Em Brasília eu errei muito porque votei no Joaquim Roriz porque ele me deu Um caminhão de Cestas básicas e brinquedos pra eu doar aos pobres. Votei no Luiz Estevão porque consegui dele a doação de um lote para uma família sem teto. Dois políticos que se apresentam no cenário nacional como a escória. Certamente há outras medidas que os desqualificam, principalmente os inimigos políticos que se vai ajuntando na caminhada pública, dentre outros.
         Aqui em Goiandira, por mais que os candidatos se intitulem as mais belas formosuras não há como nos enganar no todo. Conhecemo-nos uns aos outros, uns muitos e outros poucos.
         Há o inconveniente, talvez, de se sentir obrigado a votar em parentes quando o bem comum é levado a segundo plano.
         Eu tenho um irmão, algumas vezes candidato em Araguari, e um outro em Uberlândia. Jamais votaria no que especula votos em Uberlândia. Apesar de considerar meu irmão araguarino competente e ético para a investidura de um mandato político em Araguari, nunca mudei meu título para aquela cidade que me fez crescer, pois a Lei diz que devemos votar onde temos domicílio e eu moro aqui. Não existe aquilo de “Lei que não pega”, existe o nosso descumprimento da lei. Tem gente, por exemplo, que mora em Goiandira e tem placa do carro de Brasília. Tá errado, pois fica andando em estradas de segunda “entre aspas” e paga IPVA para Brasília, fonte de todo tipo de dinheiro e recursos.
         Eu tenho um defeito, em algum aspecto pode ser considerado virtude, mas que pode mais facilmente me classificar como antissocial no conceito de muitas pessoas. Para muitos ser social ou educado é balançar a mão, dar tchauzinho, cumprimentar e sorrir. Eu me envolvo em com meus pensamentos e, minha concentração, às vezes, é tanta, que não me permite nem escutar música que está tocando ou dar atenção pra quem fala comigo. Eu não escuto mesmo. Isto acontece parado, andando... Passo por pessoas e, muitas vezes, nem as vejo, podem acreditar nisto, não porque sejam desinteressantes, mas nos meus pensamentos no mundo da lua, residem criação de fórmulas de todo o tipo onde tento desvendar uma maneira de melhorar o nível de todas as pessoas, principalmente no convívio social com o não sacrifício da natureza.
         Eu não conheço a Ione sob variadas óticas, mas escolhi a mesma para apoiar por alguns predicados em falto no meio político: Seriedade, sinceridade, ética e uma folha corrida irrepreensível de bons serviços prestados à educação, à família e a todos que cruzaram sua existência. A ela não dou apenas o meu voto, mas todo empenho possível na campanha e cobrança depois de eleita, assim seja! E você?

... E a Caravana passa!




FEITOS E DESFEITOS

Hoje eu quero falar mais de mim, Aristeu, autor deste Blog. Não sou candidato, mas que meu apoio a este ou aquela, fica sendo difamado onde existem pérolas, mas enlameadas. Pela força da internet e, de minhas palavras, também colaborado na campanha eleitoral de Araguari, tendo sido, inclusive, convidado com remuneração para atuar lá, mas preferi a gratuidade de Goiandira, pois meu domicílio é aqui e viver bem não tem preço.
Citarei alguns flashes, importantes para este relato, pois sou dotado de esquecimento, o que me ajuda sobremaneira na dura arte de perdoar o próximo. Talvez, pelo esquecimento, tenho tido a facilidade em deixar escrita alguma coisa que o vento sopre, como semente alada, e que possa frutificar em terrenos aparentemente abandonados. Quanto mais podre o terreno mais fácil o florescimento, por isto também, o Cristo tenha dito que suas palavras estavam direcionadas aos doentes.
Na minha caminhada curta, em socorro dos cães abandonados, o lucro não será a mordida de um, mas a lambedura de mil.
Ainda ontem no Asilo, uma senhorinha de apelido Mariinha, disse me conhecer e eu fiquei pensando ser delírio da mesma, mas conhecia mesmo:
_ O Senhor já foi à minha casa, algumas vezes, orar enquanto eu estava doente.
Puxa! Verdade! Era um trabalho maravilhoso que deixei pra trás, mas que, depois desta, vou retomar. O abandono deste trabalho gratificante foi devido à preocupação com a língua de alguns cidadãos maledicentes, pois éramos uma equipe comigo apenas de homem. O que olhos de rapina veem parece-lhe sempre carniça.
Um dia no hospital, em socorro a um parente, apareceu um jovem negro, de complexão física avantajada, e com o rosto torto e ensanguentado. Falando que apanhara da polícia buscava atendimento. A enfermeira disse que não poderia atendê-lo sem camisa. Achei um absurdo e retirei a minha dando para o mesmo vestir. Conclui daí que se eu tiver uma camisa e, ela for mais necessária a outro, meu peito ficará nu mesmo sem ser torneado. Como se diz nos grupos vicentinos: “A gente não faz pra aparecer, a gente aparece pra fazer.” Tenho certeza que se aquele rapaz pertencesse a um bando e que, se caso me encontrasse como presa, ele se lembraria de mim. Quem faz o bem também é lembrado, principalmente pelo Pai do Bem.
Por falar em vicentinos, durante sete anos, fui pertencente àquela confraria em Brasília e frequentava sorridente a favela mais perigosa e, de lá, todo trabalho compensou numa só menina que, aprendeu a tocar violino e frequenta carteira escolar com finalidade da prática da medicina.
Depois deste tempo todo vim descobrir que, ainda bem criança, eu e toda minha família morávamos como assistidos numa vila vicentina de Patos de Minas, ou seja, ainda havia débitos ou créditos desconhecidos nesta caminhada tendo Deus como guia e contador. Não sei o saldo, mas confio no contador e na minha disposição de positivá-lo.
Outra coisa, digna de nota de encerramento, foi o meu apoio desinteressado nestas eleições à Professora Ione. Interessado sim na qualidade da nossa Câmara. No andar da carruagem descobri que no ano 2000 ela era a diretora do Colégio Dom Emanuel que acolheu meu filho em fim de ano letivo porque o mesmo precisava concluir o 2º Ano do Ensino Médio, pois em Brasília não teria mais aulas no ano, pois o PT liderou greve dos professores. Ele havia passado no Concurso de Oficiais do Exército. Ele hoje, como Capitão do Exército, teve esta mãozinha da Professora Ione que, como educadora, não tenha passado mais que um dever e, pra ele um degrau, indispensável na caminhada “para o alto e avante” da Nobre Cavalaria.

Tem cachorro na política de Goiandira




CABO ELEITORAL RECOMPENSADO

            Seria muito bom se uma pequena cidade, como a nossa Goiandira, tivesse candidato único à Prefeitura. A disputa eleitoral avança para com a vida de todos nós e aqui se conhece ou se supõe muito mais do que se deve a vida íntima dos outros. A busca pelo poder acaba por deixar portas fechadas por toda uma vida e não há como esquivar de cidadãos indesejáveis pelas mesmas ruelas e de destinos iguais. Ser comedido é o fio da navalha. Se minha mãe fosse candidata ainda assim estaria do lado do Dr Marquinho, independente de partido que ele se filiasse, por motivos vários de convicção e conhecimento até mesmo familiar.
            No pleito da vereança também nascem discórdias, mas talvez em menor grau. É a segunda vez que voto nas eleições municipais. Eu não consigo apenas votar, mas procuro dar minha contribuição como ideias, textos, fotos e manufatura de alguma propaganda.
            Na eleição passada eu escolhi um candidato a vereador no aleatório e, minha ajuda desinteressada, acabou por render-me um amigo e sócio de um empreendimento passageiro, mas que proporcionou a ambos uma experiência sem igual. Hoje ele se integra ao bloco oposicionista e também possui uma experiência política maior com voo solitário e independente de mim.
            A candidata que escolhi desta vez não foi por acaso, mas fruto de uma observação criteriosa. Apesar de ter notado a sua desenvoltura numa sala de estudos religiosos, a sua conduta extraclasse é diferenciada de muitos. A Professora Ione é respeitada em qualquer nível, séria, ética, inteligente, bem como possuidora de outras qualidades ausentes por demais no teatro político.
            Aquela pseudo presença risonha que eleitores inocentes chamam de simpatia, ela não tem mesmo. A sinceridade mora nela e vem à tona sempre que possível. Aquela família super engajada disposta a tudo pra levar o seu nome para que o eleitor engula, ela também não tem, muito ao contrário, pois o que fizeram foi pedir insistentemente que não mexesse com a candidatura, mas o dever social falou mais alto. Uma vida de ensinamentos merece agora que se dê o exemplo. Ainda assim, timidamente, vão abraçando a causa e vão se revestindo com um pouco da couraça da matriarca lutadora.
Para mudar algo na democracia tendenciosa a maior força motriz é a participação, principalmente feminina.
Minha candidata vai peregrinando. Às vezes encontra muito ânimo, o que a reabastece no ideal.
Para acarretar-lhe mais trabalho, principalmente na dura rotina de dona de casa, ainda repassei-lhe um cãozinho que encontrei abandonado. Ela o acolheu com muito carinho juntamente com toda sua família. Por este ato, nada mais que este ato, me sinto recompensado pelo já fiz e pelo que ainda posso fazer nesta luta da nossa pretensa e digna representante na Casa do Povo.
Obrigado, Professora Ione, você é aquela que será sempre rigorosa na Câmara, qualquer que seja o mandatário.

Dó do Povo, escalpelo do povo e que para o povo




É LEI TORÁ

                Viva a Campanha Eleitoral, pois a mesma renova nossa esperança! Não basta ser criança, tem que ter esperança.
                O candidato que balançamos a bandeira hoje, em outra oportunidade vindoura, será apedrejado por nós e até escorraçado com o mesmo pau da bandeira.
A chance de errarmos no voto é grande, pois quase sempre são os mesmos engendrados no ramo político.
Quando há alguma forma impeditiva, chamada de ficha-suja, ainda assim este político encontrará fórmulas de participar do governo mesmo que aparentemente não eleito.
A nossa democracia ainda não é uma das melhores, mas está evoluindo e é, queira o não, o retrato do povo. A gente aparece feio na foto, mas é nossa imagem e semelhança.
O acesso, apesar dos partidos serem a porta seletiva principal, é para todos. Qualquer um pode ser candidato, mas o eleitor não pode eleger qualquer um. O eleitor é o único filtro, pois depois que passou por ele fica muito difícil retirar a erva daninha do comando das nossas vidas. Serão então, no mínimo, quatro anos de amarguras. Diria um médico o tempo de incubação de um vírus danoso.
Existem políticos profissionais e tal atividade não pode ser assim classificada. Ser dirigente público deveria ser uma obrigação do cidadão, como a composição do Juri Popular.
A reeleição deveria ser proibida ou, quando muito, o candidato vice ou suplente assumiria.
Democracia assim tem outra definição: é de dar dó do povo, escalpelo do povo e que para o povo.
Devagar chegaremos a um modelo democrático menos vicioso, mas qualquer que seja há de se ter punições rigorosas e imediatas para usurpadores do erário. Neste caso, faço questão de pertencer ao esquadrão de apedrejamento em praça pública e que se dane eu ter pecados.

Abertura do Último Comício pela Professora Nita




CRÔNICA INICIAL DE PALANQUE

         Eleitores de Goiandira, chegamos ao fim de uma etapa onde, cada um de nós, portou-se brilhantemente. Carregamos virtudes, mas muitos tentaram sobrecarregar-nos de defeitos, ainda que parcos.
         A Família 45 teve seus embriões fecundados dentro de uns partidos, mas a sua proliferação, a febre 45, deu-se em cada canto da cidade, em cada bairro, em cada casa, em cada sonho.
         A cada caminhada, a cada reunião e a cada comício, as forças foram se agigantando, mas no corpo-a-corpo, olho no olho, cara a cara, ombro a ombro e Facebook a Facebook, a confiança aumentou em cada um dos postulantes.
         Existe dinheiro para a campanha, mas infelizmente não são milhões, ainda que fossem milhões não quitariam nossa dívida com estas formiguinhas que desfilam com maestria nosso sobrenome e bandeira 45. É muito entusiasmo, é muito pé no chão, é um contágio extraordinário.
         Todos os aliados foram buscar entusiasmo, perseverança e alegria na certeza dos dias futuros que serão ainda mais prósperos para nosso povo. Vamos continuar a dar passagem para o progresso, inclusive industrial.
     Esta família 45, no dia 7, irá mudar o sobrenome para Família Goiandira e celebrar com todos estas bodas, que é o objetivo de toda esta luta. Goiandira conhece cada um de nós mesmo que erre o número.
        Nós somos uma panela onde cabem todos da nossa cidade. Fomos buscar representantes dignos em todas as nossas camadas sociais. Pessoas bilionárias de caráter juntaram-se a este exército.
       André Garcia, um policial não é elite, mas um empresário de sucesso.
         Cida Ferreira, uma professora do Lajeado não é elite, mas doutora em ponderação.
         Cido Palhares, um pastor amante do esporte, não é elite, mas joga no nosso time.
       João Ferreira, um fazendeiro tradicional, político de berço, não é elite, mas pode distribuir ensinamento e modéstia fartamente.
        Deusdete, um armador de ferragens não é elite, mas pode, e muito, contribuir nas colunas da nossa democracia.
        Gilberto Leiteiro, você acha que ser dono de algumas terras, trabalhar como motorista da prefeitura te coloca na elite?
         Luiz Porcão, você não é elite, perueiro, mas tem passagem franca a todos os rincões além de conhecer a palavra fidelidade política como ninguém.
      Marlene, você é a única que é elite, neste grupo: a elite da simplicidade e soberana em representar aqueles que do pouco fazem um banquete.
        Marquinho Agapito, você não é elite, mas consolo para as mãos ansiosas por uma contradança com o trabalho. O trabalho digno resolve a maioria dos problemas do cidadão.
         Manezão, você é mais que elite. Manezão, você é a alegria e a rocha firme, tantas vezes confirmado nos destinos de Goiandira.
         Moacirão, você é a elite dos nobres sentimentos, você é a grata surpresa desta família. Você é tão grande quanto nossa cidade.
         Rita, você é a elite da simpatia e protética de cada sorriso construído com a força da mulher.
         Jair Bento, você não é elite, mas um trabalhador privado em expansão. Seu sucesso depende de uma grande Goiandira e é isto que você busca.
         Silvio, seu contido silêncio faz de você um guarda atento de Goiandira e Goiandira pode te confiar o se maior valor que é o FUTURO.
         Sônia não é elite, mas faz a cabeça de muitos.
         Renatinha, você é demais e, como praticante da advocacia, poderá guiar nossos passos pelas sendas da justiça.
         Vera, sendo elite como mais caixa que dona de supermercado, você sabe o custo da cesta básica e a necessidade de cada família. Ter pra vender e ver que o outro não pode comprar é certamente um martírio.
         Vino, por tanto tempo levando na carroceria da sua vida os problemas de Goiandira, você é nobre nesta luta, elite da elite.
         Vanildo Pica Fumo, você é perito nas nossas estradas vicinais e conhece, como ninguém, onde estão os buracos que nos isolam do crescimento.
         Professora Ione, a sua estatura é diminuta, mas a seriedade é tão grande quanto à sua competência no trato da coisa pública. Vamos bater o pé contra todas as mazelas que queiram instalar no nosso meio.
         Estes são membros menores da Família 45. O eleitor é o membro maior, o nosso patrão. Todos vocês são pessoas que estão norteando a jornada eleitoral da dupla Dr Marquinho e Clodoaldo, ícones sem precedentes da nossa cidade.
         Educação e Saúde sem modéstia.
         Em um palanque eleitoral se apresentam a verdade e a mentira, o sonho e o pesadelo, o caminho e o abismo.
         Goiandira, vote bem. Não somos políticos ocasionais. Ainda que tudo não se realize como desejamos, estaremos de prontidão por quatro anos, porque o progresso não pode parar.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Goiandira em Disputa




DE VOTO

         Na quietude de um pequeno município, como o nosso, Goiandira, o voto deixa de ser secreto, a paixão toma conta e todos tem chance de denunciar sua preferência. Alguns, com o medo de retaliação, que é possível que aconteça, tentam disfarçar o indisfarçável. Que Deus os protejam também.
         A política não era pra ser assim, mas a coisa ferve ainda mais quando surgem dois candidatos na mesma família – Quem eleger? Independente de ser um bom político é uma grande virtude ter família grande. Deve ser a famosa compra de voto com o mesmo sangue, moeda de troca, critério forte.
         Os partidos vão se perpetuando até que outros se instalam e vão seduzindo os mais novos porque os mais velhos, ai de nós, não podemos pular de galho sob olhares fortes de cobrança de fidelidade.
         Não há, portanto, a desculpa de não conhecer os candidatos. Talvez nem fosse necessário o período eleitoral pelo grande tempo que é, mas a indústria do Marketing, vindo da capital, levanta dúvidas. As estatísticas amedrontam e qualquer fato pode proporcionar uma modificação na intenção de votos.
         Aparentemente é tudo previsível. Qualquer cidadão sabe selecionar o time de nove vereadores num universo maior que três dezenas de candidatos e, pasme-se, até a quantidade de votos de cada um. Ninguém gosta, muitos odeiam e a festa invade cada sorriso, cada rincão, redobrando a esperança.
         O Doutor Marquinho faz parte da minha família – Ponto pra ele.
         O Doutor Marquinho tem uma vida ilibada e patrimônio coerente com o suor do seu trabalho – Outro ponto pra ele.
         Talvez sua eloquência não receba a nota máxima, mas a sua tolerância cobre a diferença – Mais um ponto pra ele.
         Ele, uma vida inteira, acalentou o sonho de ser prefeito, a hora chegou e, quem cuidou das nossas dores, há de se alegrar quando fizermos este sonho acontecer – Pontão.
         O cofre público precisa ser alimentado, as contas públicas de uma dieta e o esforço físico precisa ser moderado. Ele sabe o que é pressão. Tem a receita e o relatório – Pontaço.
         Mesmo que gritem que o Doutor Marquinho não é nenhum santinho, eu continuo de voto – Ponto e ponto.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

CRIANÇA EM TRABALHO ESFORÇADO EM GOIANDIRA



TRABALHO DIGNIFICA A CRIANÇA

AQUÉM DO HORIZONTE

                Pra quem mora no interior fica difícil perceber a divisão entre a zona rural e a zona urbana. Ter como vizinhos alguns ruminantes ou relinchadores não é nenhuma surpresa, se bem que alguns cidadãos, inconformados com o doce barulho do campo, tem acionado o Ministério Público para que se retirem como despertador matinal o mugido da simpática, nossa alimentadora, dona vaca. Apesar de terem afastado os animais, que ainda moram por perto, o leite do carroceiro é buzinado na freguesia. Apesar de barato, não tem preço.
                Como passeio sozinho, ou seja, com três caninos na coleira, procuro evitar ruas tumultuadas e me arranjo pelos limites da pequena urbe. Passaredo faz-me companhia também. Outro dia avistei um garoto moreno conversando com uma moradora sobra a capina do seu quintal. Fiquei emocionado e lembrei-me do tempo em, naquela idade, também carpia lotes, limpava jardim e trabalhava de boia-fria.
                No dia seguinte, um sábado, encontrei o mesmo garoto com uma vara de pescar e algumas minhocas magras numa latinha. Puxei prosa:
                _ E aí, pescador? Não vai capinar hoje?
                _ Não. Final de semana eles não gostam que capina. Tem muitas visitas que não podem ver de menor trabalhando. Tenho três lotes para a semana. Vou ali tirar uns peixes e levar pra casa pra gente comer.
                _ Uai, tem onde pescar por aqui?
                _ Tem sim, é nas represas do Odemir, até um amiguinho meu morreu lá. Tá vendo aquelas duas moitas de bambus? É lá, tem tilápia de palmo.
                Então eu adentrei com ele e meus cães num terreno alagadiço que nos sujou a todos. No caminho descobri que o Adriano, nome do garoto de treze anos, filho do conhecido Patrola, era o mesmo que, há pouco tempo, trabalhava na Padaria do Juninho. Este garoto trabalhador ajudava internamente e, de bicicleta, ajudava a entregar pedidos. Fofoqueiros de plantão, coisa típica do interior, talvez o único mal, fizeram com que tal irregularidade chegasse à Promotoria. A mãe contou à autoridade que a família era grande, carente e que a ajuda do menino era fundamental. Também notificou que era um menino de boas notas escolares e não era explorado. O promotor disse que faria ouvidos de mercador, mas se chegasse alguma denúncia teria que tomar providências. O Conselho Tutelar não fez vista grossa e, para muitos quis mostrar serviço, denunciou a situação. Nem tico nem taco, pois o garoto, agora, de uma maneira mais penosa e arriscada, continua ajudando na sobrevivência da família.
 Ele me mostrou suas mãos muito calejadas e perguntei-lhe porque não usava luvas. Disse que eram caras e que todo dinheiro que levasse pra casa ainda era pouco. Então mandei que ele passasse na loja do Gilberto e falasse com a Cárita, pois iria deixar pago um par de luvas.
Chega de cachorrada, peguei os meus e me afastei vendo-o lançar o anzol. Como sou fraco, mesmo autorizado não consigo fazer com que ele enchesse sete cestos.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Viva o Ano Eleitoral



ANO ELEITORAL

Concurso estagnado
Sai do papel afinal!
Grita o eleitor manipulado:
Viva o ano eleitoral!

Meio-fio esfarelado
Ganha broxa de cal.
Todo lixo é apanhado.
Viva o ano eleitoral!

Tem varrido e capinado
Nunca se viu nada igual.
Cidadão desantenado,
É o ano eleitoral!

Buracos são asfaltados,
Serviço fundo de quintal,
Somos todos enganados
Neste Ano Eleitoral!

Troca-se o secretariado
Em reforma imoral.
Caixa dois é criado
Pra Campanha Eleitoral!

A máquina tem funcionado
Como se tudo fosse legal.
Justiça de olhos fechados
Nesta corrida eleitoral!

Se algo está projetado
Dá maquete inaugural.
É um sonho encantado
Viver no ano eleitoral!

Tenho um amigo filiado
Que neste pleito vai por sal.
Se ele for desvirtuado
Nem Deus livra-nos do mal!

domingo, 22 de abril de 2012

A semente da Marcha



TRADUÇÃO DE PARTE DA IMAGEM: OS PREFEITOS SEJAM BONS

            Antes deste meu particular relato sobre a “Marcha Contra a Corrupção”, em Araguari, quero contar outra história introdutória:
            Na pequena cidade de Assis, à época elevada à categoria de Vila, havia um mosteiro, com maioria de jovens, dirigido pelo Irmão Francisco. Reinava naqueles jovens um ímpeto forte para mudar o mundo como havia pedido o Maior Mestre. Certa vez, um noviço afoito foi chamado por Francisco para, com ele, ir à vila evangelizar. Deu gritos de alegria, enfim ao lado do grande pregador, iria mostrar sua fé sem medida no Cristo ao mundo. Puseram-se em marcha e, silenciosamente, percorreram todas as ruas da vila, sem falar com ninguém, e retornaram à clausura. Francisco perguntou ao noviço o que ele achara da evangelização e, com a sinceridade peculiar dos jovens, respondera que foi frustrante, pois não catequizaram ninguém. Francisco então lhe explicou: - Irmãozinho, todos na Vila nos conhecem, principalmente pelo modo da nossa veste da humildade e modéstia. Só de terem nos vistos lembraram-se do Cristo. Evangelizar é colocar o Cristo no pensamento e coração do outro e isto fizemos a todos que nos viram ao passo que, se nos detivéssemos com um ou outro poderíamos não evangelizar ninguém.
O silêncio pode convencer mais que o debate e semelhante foi a Marcha contra a Corrupção em Araguari. A cidade parecia fantasma, mas não falávamos para as paredes. Os motoristas bloqueados no trânsito ficaram perplexos pela ousadia de uns poucos. O organizador, Eu, o Rauzito, o Zé Ramalho, O Gabriel, o Pensador, o Gonzaguinha e tantos outros estávamos presentes.
Havia gente de fora, da capital, araguarinos esperançosos que viajaram com este fim. Vontade de voltar e encontrar uma cidade mais digna.
Havia pré-candidatos ao cargo principal do município e a beleza de uma, quem sabe, futura primeira-dama, tinha que ser reverenciada. Pretendentes ao cargo de falsos fiscais do futuro prefeito certamente marchando Pró-Hipocrisia ou representando aqueles pecadores que atiram pedras.
O “fotografácil” repudiado, ainda na insistência, expôs ali na concentração, nossa Araguari – Imagens que eram pra representar o descaso dos nossos governantes, mas que no seu clique mágico e doutros congeladores de instantes, mostrava na arte irretocável a majestosa urbe maltratada, mas que não agoniza.
O desinteresse faltou à marcha. Conheci amigos virtuais que se mostraram contentes com minha presença e correspondidos.
A minha musa da CLI, a funcionária delatora que não conseguiu engolir duplo marmitex, aparentemente frágil, corria e pulava debaixo de um sol da sua grandeza. Sua voz rouca, certamente pelos inúmeros depoimentos àqueles que não querem ouvir ou dar outra interpreção ao que ouvem, dava mostra de cansaço físico, mas de elevada moral.
Pessoal do processo seletivo, ainda não chamados, seguia à espreita e com discrição, pois retaliações aparecem mais cedo do que se pensa no horizonte negro.
Um representante do GLBT empolgava com a coreografia e a descontração. Por ele desvenda-se o fenômeno das multidões presentes em qualquer Parada Gay. O povo quer espetáculo deste circo imperdível.
Fui personagem deste enredo, acreditem, pela primeira vez. Já participei de marchas marciais cívicas obrigatórias, onde o olhar em frente aliado a movimentos enérgicos visam mostra a Força Armada do Filho que entrega a vida pela Pátria.
Cheguei mais cedo e pude adorar o Grande Palácio vazio onde, certamente, no transcorrer de atos emanados, tais paredes majestosas cobrem orgias com os bens que deveriam ser públicos.
Marcharam crianças e velhos. Alguns com dificuldades na locomoção e eu até saltitei.
No meio daqueles cinquenta um chamou-me mais a atenção. Era um garotinho de seis anos que terminou preenchendo um cartaz que a mãe iniciara. Ele mesmo produziu seus dizeres e empunhou seriamente seu protesto pelo circuito do poder - Câmara-Prefeitura. Ao fim dar Marcha eu requisitei o cartaz com pretensão de emoldurá-lo como o maior troféu obtido contra a corrupção.
Naquele menino, “subversivo precoce”, senti que a terra parou. Entre os inúmeros propósitos o mais verdadeiro era daquele, talvez o único imaculado que poderia jogar pedras nos corruptores.
Ao sentir naquela criança o brilho “intimidatório”, confeccionei mais um cartaz e levantei sem qualquer receio. Nele dizia: A CORRUPÇÃO PODE TER FIM. EU LARGUEI.
Ainda assim fico com a pureza da resposta da criança do cartaz: QUE OS PREFEITOS SEJAM BONS.




terça-feira, 3 de abril de 2012

Santo do Dia



03 de Abril

            Pense num cara que aguardou tranquilamente os nove meses intra-uterino passar...
            Pense num cara bebê comilão...
            Pense num cara obediente aos pais há vinte e sete anos...
            Pense num cara que serve ao ministro supremo, mas é presenteado pela amiga dos serviços gerais...
            Pense num cara que a merendeira da escola aumenta a porção...
            Pense num cara responsável sem limite...
            Pense num cara trabalhador que nunca ficou sem emprego desde tenra infância...
            Pense num cara bonito, grande, simpático, amável, sorridente...
            Pense num cara respeitoso com todos...
            Pense num cara honesto e leal sem medida...
            Pense num cara animado frente às dificuldades múltiplas...
            Pense num cara caridoso, carinhoso e sensível...
            Pense num cara que, mesmo sem muito ler, seja brilhante, inteligente e culto...
            Eu penso sempre neste cara. É meu filho e como seria diferente o mundo se houvesse uma porção dele a enfeitar nossos dias.
            Desejo a todos ao menos um filho como ele!
            Se alguém achar que é exagero meu, saiba que estou sendo modesto frente a tudo quanto poderia dizer a mãe dele.
            Feliz Aniversário, Douglas!
            Te amamos muuuiiiiitooo!