DROGA DE JOVEM
Eu não acredito
na força motriz dos jovens para ações caritativas ou de qualquer monta. É fogo
de palha que nem brasas deixam. Talvez o escotismo com o lema “Sempre alerta” e
uma consciência de se fazer, pelo menos, uma boa ação ao dia, traduzida em
atitude, coloque nos jovens o conceito real de social, crescimento próprio e de
solidariedade.
De um dia para
ouro o jovem consegue arrebanhar uma multidão de afins para uma balada e
dinheiro suficiente para a esbórnia, mas em busca de um ideal qualquer
fraquejam ou não se interessam.
Criar filhos
tornou-se tarefa muito parecida como criar gatos. São uns comem e dormem
incompreendidos, saem fortuitamente com dificuldade de arrebanhar, se metem em
encrencas e sempre com as garras afiadas contra o mais próximo.
A proteção
demasiada, por exemplo, de não se trabalhar até os dezesseis anos, os tornam
indolentes e preguiçosos, prontos pra não trabalharem nunca.
Este sistema
educacional que não aprisiona os incapazes por muitos anos na mesma série acaba
por fornecer profissionais iletrados neste jogo de empurra-empurra. Assinalar
questões com “x” pode levar qualquer um à melhor universidade sem, no entanto,
atestar que o assinalador seja o melhor. O tão almejado curso superior virou
comércio e nada mais é que um status que pouco acrescenta na evolução mundana.
Até a tapa de
amor materno, tão necessário nos limites da vida, transformou-se em
desumanidade de alto grau.
Algum ou outro
jovem, mais exceção que regra, aprimora sua vida e seu caráter em algum
movimento de igreja, mas também se alienam na religião e não gozam
moderadamente na almejada vida em abundância. São uns supostamente salvos,
porém convictos, mas que não vão aos porcos para resgatar o irmão pródigo
afundado no mar de lama dos prazeres múltiplos patrocinados pelo consumismo de
drogas de toda espécie. O Cristo Salvador se misturava aos necessitados.
Pais surpresos,
que na acompanharam devidamente a formação do seu maior tesouro, o filho
extrovertido e esperto, condenam o mundo sem fronteiras.
Cursos
gratuitos de formação técnica profissional se esparramam pelo chão, mas os
“querem tudo de mão beijada” não vão nem por causa do lanche ou do recreio.
São deuses numa
poltrona que, na tarefa árdua do clique ou no bate-papo dos bares, vão
conquistando a virtualidade e a trivialidade que tem muito mais olhos ou
ilusões jogados em tela do que novos rumos para a humanidade.
Na minha
infância eu enfrentei muitas dificuldades, mas tais me proporcionaram conForto
para a velhice e moldaram meu comportamento junto aos meus filhos. Trabalhei
até como empregado doméstico, mas com muita alegria. Hoje os jovens não arrumam
a cama em que muito dormem e nem lavam o prato em que muito comem. O que mais
dói são os pais os acharem fofos e a perfeição que Deus lhes deu.
Jovem,
reaja afinal você não está numa ilha da fantasia e pode ser o coveiro do seu
futuro.
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