quinta-feira, 10 de novembro de 2011



ITAMAR – PAI DO LEONTINO

Sr Itamar, muito obrigado pelo incentivo desinteressado, meu eterno e admirável fã desconhecido. Nunca tive pretensões gráficas sobre meus escritos diversificados entre crônicas e poemas, mas quis o Boníssimo que minhas palavras viajassem ao vento na velocidade da luz.
Debrucei-me sobre tal ofício sempre com o intuito de uma autoterapia ocupacional desde os tempos escolares onde galguei alguns prêmios como recompensa extra.
Cada palavra escrita nascia também com muita preocupação devido às repercussões. Acredito ter feito desafetos por alguma opinião emitida, pelo menos uns poucos se manifestaram ofensivamente. Possibilitou-me então uma acurada autocensura de idéias, porém não o tempo todo devido minha mente rebelde.
Escolhi a internet para divulgação de minhas crônicas, primeiro em blogs de amigos e depois no meu, denominado “Doença Crônica” que, atendendo sugestão do amigo Natal Fernando, troquei para “Crônica do meu Interior”. A minha eco-intenção de não imprimir alguma obra foi por água abaixo, pois meus leitores já imprimiram quase 30.000 folhas do meu Blog. Só na Rússia fui acessado por quarenta internautas e, no Brasil, quase 20.000.
Tenho um fã recíproco na nossa capital brasileira que, no princípio, a cada modesta crônica internética minha, ele imprimia e ofertava ao colega de trabalho Leontino. O Leontino, por sua vez, levava tal papel ao seu pai, Sr Itamar. Nesta corrente de bem-querer seu Itamar era o leitor de ponta mais exigente. Seu Itamar cobrava do filho os meus escritos, pedido este que repercutia em mim. Muitas vezes seu Itamar era a força suficiente para me impulsionar em mais uma crônica, só de ele ler teria valido a pena a produção literária. Itamar foi durante tempo o meu objetivo, mas, por ele, atingi até a Feira de Literatura Internacional de Parati.
Não conheci Seu Itamar pessoalmente, mas sabia do seu vasto conhecimento da Língua Portuguesa e a paixão pela leitura. Minha qualidade foi pressionada e ocasionando assim menores erros. Sempre imaginei Seu Itamar, homem criterioso, numa cadeira de balanço em uma varanda de veraneio. Ele sabia mais de mim, pois minhas crônicas, antes de utópicas, é um retrato falado da alma do autor. Nunca soube quais assuntos de maior afinidade, mas queria sempre proporcionar algum prazer no Pai do Leontino.
O filho Leontino eu conheci. É um funcionário público probo técnico-intelectual assíduo, mas com linguagem simples. Um companheiro de trabalho que, por trás de um par de óculos sisudo, distribui soluções do cotidiano de um tribunal de contas de um país corrupto. Leontino, independente de ter sido um menino de recados entre eu e o pai, goza por todo o sempre de minha simpatia, inclusive por ter adquirido uma ninhada de cães e distribuído a pessoas de seu afeto como presente. Eu fui encarregado de comprar estes filhotes de Cocker Speniel, a raça que “estuprou” meu coração e implantou caninos na minha doce rotina nesta passagem terrena.
Recebi contrito a notícia do passamento do Seu Itamar na mesma semana que meu Cocker, aos dezessete anos, também faleceu. Ambos lutaram pela vida com muito ardor. Eu tenho uma teoria de onde os mesmos estão me aguardando ou me assistindo e intuindo. Acredito que agora estão a ler as minhas crônicas direto no meu pensamento, antes mesmo de formalizadas.
Talvez minha inspiração tenha diminuído, mas meu fã recíproco quer patrocinar a edição de uma obra minha com um milheiro de tiragem. Não sei se farei este “entre-capas”, mas se o fizer antecipo que no meu agradecimento configurará seu Itamar, meu leitor desconhecido.
Leontino, não desista das minhas crônicas que sempre te lembrarão daquele que você conhecia e talvez amasse mais do que ninguém

3 comentários:

Marilia Cunha disse...

Acho que você deve fazer o "entre capas"... Suas crônicas merecem um livro e eu farei questão de adquirir um exemplar ou talvez mais, para presentear escolas onde trabalhei. Abração,
Marília

Aristeu disse...

Marília,

Não posso frustrar os que desejam também este meu sonho antigo. Se eu estava frente a um abismo você acabou de me empurrar.

natal fernando disse...

Abismo, sei não. Sinistro. acho que será sucesso entre mais pessoas. Mas sucesso já é e tem reconhecimento. Basta para ser estrela (ou melhor astro)! A palavra Interior do nome Crônica do Meu Interior tem duplo significado, ambos são fontes de energia e sabedoria; primeiro interior pessoal e segundo interior do país, também ambos são oficinas onde buscamos os intrumentos para o crescimento. Ambos usando o veículo da crônica dando o tom poético e musical. Ainda bem que você mudou o nome do Blog para melhor com inspiração nos sentimentos positivos e saudáveis.

Postar um comentário