quinta-feira, 9 de junho de 2011

O discurso do primeiro encontro continua válido


ENCONTRO TOPOGRÁFICO

Saudosos encontreiros, antes de mais nada seria bom definir encontro topográfico como um ponto onde o plano de assuntos, além de descoordenados, tendem ao infinito de um clube tridimensional.
Como vício, embora tantos o digam arte literária, não poderia deixar de anotar as minhas impressões sobre esta iniciativa, com certeza, de enézimas repetições.
Talvez alguns achem que as adesões não tenham sido satisfatórias em consonância às espectativas, mas onde dois ou mais topógrafos estiverem reunidos fluirão histórias incríveis e jamais repetitivas.
O primeiro fato, que me vem agora à mente, foi quando recente, num trabalho de campo e gabinete, realizado na bacia norte de Minas, um civil, operador de GPS, vale ressaltar que qualquer um pode ser, numa roda de boteco nos propôs como tema para um livro, idealizado e estruturado por ele mesmo, intitulado “Guerreiros do GPS”. Aconteceram risos, pensamentos e manifestações diversas. Eu, como amante da literatura e da topografia, não deixei de conjecturar a respeito. Imaginem, se algumas poucas aventuras, como operador de GPS, foram capazes de suscitar inspiração para uma tentativa e eternização, o que daria uma vida inteira de realizações não apenas topográficas?
Topografia é a arte de desenhar a Terra, mas para muitos aqui presentes é um campo diverso. Nós, não apenas desenhamos as curvaturas e reentrâncias da Terra, nós fazemos História. Desde a pontaria geodésica, aos astros mais longíquos, à determinação instantânea e milimétrica da posição, o personagem principal é o topógrafo.
Quem passou pela Topografia poderá passar por qualquer outra experiência. Prova disso é que, aqueles que não continuaram na Caserna, estão espalhados nas mais diversas atividades profissionais: são bancários, juristas, legisladores, técnicos diversos, doutores, políticos, odontólogos, engenheiros, empresários e... é melhor deixar de lado tais citações dado a infinidade do índice de aproveitamento do pessoal.
Mesmo dentro do Exército, onde a ocupação de claro é específica, os topógrafos se irradiam: segurança de autoridades, identificadores, contadores, assessores, professores e tantas outras posições haja visto que mesmo num quadro complementar, nunca deixarão de ser topógrafos.
O ser topógrafo está emaranhado com o progresso. A Geografia é o escopo ou a mortalha, mas seu campo de batalha é o universo, a filosofia, enfim a busca da precisão sem fim. Se localiza entre a cidade e o campo, entre os avanços tecnológicos e o tirocínio do reflexo, entre a grota e o oceano, entre os mestres e os matutos, entre o sóbrio e o ébrio, entre a loucura e a razão, entre o plano e o corte abrupto do abismo, entre o civil e o militar, entre gênios e braçais, entre família ou em prostíbulos, dá mais que livro ou mera poesia.
O Zênite e o Nadir o coloca como centro do universo, mas o que ele pretende é viver simplesmente no limite.
( Aristeu do litro )

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