domingo, 23 de maio de 2010

Como foi a despedida da flora brasiliense


“NUM GOENTRO”

Tradução: Eu não agüento ver minha esposa aguar o coentro.

Morávamos em apertamento e, ainda assim, criamos um casal de cães de porte médio e não há quem suporte.
A paixão de minha esposa não pára na fauna, mas adentra também a flora. Vasos e xaxins davam topadas com a gente.
Quando a dona-de-casa viajava, eu era muito cruel com as plantinhas – deixava-nas sequinhas, sequinhas. Aquela tal de comigo-ninguém-pode punha a língua pra fora.
Mudei pra uma casa e enriqueci ainda mais a Companhia de Água e Esgoto de Brasília.
Minha esposa fez um jardim na frente e uma horta nos fundos... Dê-lhes água corrente e estercocô. A horta, no princípio, não era fechada e, como os cachorros andavam pela mesma eu apelidara assim os cultivos: pipimenta, cocôuve, merdoéga, ruíncula, cecêbolinha, tomato, xixidreira, chichicórea e quirrabo.
No jardim havia o morracujá e a mortência que não foram pra frente, apesar de ter bebido muita água, mas ficou lindo todo coberto de amargaridas e outras batatas.
Pássaros se acotovelam no nosso espaço: o João-de-Berro, o Briga-Flôr e o Bem-que-eu-via.
Apesar do preço da conta d’água eu não resmunguei mais porque é gratificante ajudar a vida. Uma simples semente é a mais pura verdade de uma árvore frondosa. Plantamos árvores ornamentais e frutíferas, limoeiro, coqueiros, mamoeiros, acerola, mixuruca e grama aos quilos.
Não vamos ficar muito tempo, mas plantamos pra outros colherem, isto posto se não fecharem a torneira.
Pra onde vamos haverá mais espaço e lá construiremos o nosso Paraíso... sem serpentes e árvores do mal, maçã nem pensar.

1 comentários:

Ellen disse...

Muito legal os nomes das plantas... kkkkk
Gostaria que vc, Aristeu, entre no meu blog e fale o que achou da última postagem.
abraços...

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