terça-feira, 23 de junho de 2009
O Madeiro
A cruz e o martelo
Sem muita pretensão existe para estes dois instrumentos o mesmo formato e destinos convergentes.
O martelo, doutra feita, tendo pregos como aliados pendurou na cruz o mais justo dos homens... PECADO. Desde então, vem sendo manipulado. Ao seu toque, em julgamentos, tantos ele tem condenado, também silenciado, mas tem libertado.
A cruz é venerada e o martelo temido.
Nas mãos de um carpinteiro, ambos são eternizados, mas nas mãos de um magistrado um representa poder e outro submissão. Deve ser duro a um cristão meritíssimo pensar no Altíssimo e julgar o seu irmão, mas até chegar o Reino de Jesus - a Salvação na Cruz - é a solução dos homens o Tribunal do Martelo.
Para ser obediente, até Cristo se curvou na Cruz pelo martelo. Pra consolo dos julgadores o Filho de Deus perdoou também seus algozes.
Os juízes humanos sabem o que fazem no cumprimento da Lei, mas esta Lei terrena de cunho direcionado.
Nem o martelo, nem a Cruz devem ser idolatrados, mas aqueles que os empunham devem ser abençoados. São símbolos da justiça, apesar de que todos nós, sejamos quem for, devemos ser procuradores e promotores da Justiça.
Existe uma devassa de medidas contra a escória de magistrados e que a busca de acertos seja conduzida pela cruz.
Entre a Cruz e o martelo se posicionou Jesus e, fora dos dois, não há Salvação.
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VIDA DE TRABALHADOR DE CARNE E OSSO
Não é mole. Se por de pé antes do sol, após uma noite para repor energias a serem gastas no batente do dia seguinte. Um café ralo, com um pedaço de pão – quando tem – os primeiros raios de sol anunciam o dia que será longo e estafante, como estão sendo os últimos 30 anos de minha vida. Primeiro é enfrentar ônibus lotado, todos, como eu, trabalhadores indo enriquecer algum burguês faminto por lucro. São 10 horas de trabalho, muitas vezes até mais, pois, são as horas-extras que ajudam a não passar fome. A labuta é sob sol forte ardendo o rosto, a parte da manhã até que dá pra agüentar, mas às 2 da tarde, sol a pino, a coisa aperta. Corto muita cana, sou bom de facão, rende mais na manhã, até o meio-dia, quando é servido o almoço – arroz, feijão, ovo frito – tenho certeza que muita gente nem isso tem – com a pança cheia é hora de voltar ao trabalho, o cuidado com as cobras é preciso ter, senão... a camisa, sempre de mangas compridas protege os braços do cortante capim da cana e a essas alturas está ensopada de suor que derrama sobre a terra que nem sei de quem é. Mais um dia trabalho árduo está se findando, os músculos de meus braços tremulam como água fervente, parece que não tenho mais controle sobre eles, minhas costas e coluna também reclamam com dores indescritíveis, as mãos ásperas e de couro grosso não permitem carícias delicadas na esposa que está ao lado, também com as mãos cheias de calos que o canavial proporcionou. Dizem que com o tempo se acostuma, eu não me acostumei, e não quero que meus filhos se acostumem, mas por enquanto precisam ajudar nas despesas da casa e estão começando a calejar as mãos que deveriam estar deslizando sobre papeis na escola. Terminado o dia, agora é retornar ao barraco, comer o que tiver e dormir de um lado só; para, no outro dia, recomeçar tudo de novo. Mas há um tempinho pra assistir o noticiário na TV, o jornal anuncia desgraçadamente a vida de milhões de sofredores, que como eu padece nesse mundo afora, é vejo que não to sozinho. E quando a notícia é sobre política ou sobre os políticos eu me envergonho, mas não sou daqueles que acha que é todo mundo igual, tem gente boa aí nesse meio, é verdade que não são muitos, mas têm. Eu sou um trabalhador de carne e osso, tenho que ir todos os dias para o trabalho, que é duro, para receber meu minguado salário de fome, o que eu não entendo é que tem gente que recebe um excelente salário entre 1 mil e 5,9 mil reais e nem precisa ir ao trabalho, é o que a televisão e o jornal chamou de: FUNCIONÁRIO- FANTASMA, uai, funcionário-fantasma, não sei o que é isso, mas é melhor que ser trabalhador de CARNE E OSSO como eu; acho que quero ser um funcionário-fantasma, ou seja, não trabalhar e receber um bom salário, mas de onde vem o dinheiro que pega o salário do funcionário-fantasma? O jornal falou que vem do POVO, de milhares e milhares de trabalhadores como eu. É pensando bem, não quero ser funcionário-fanstasma; vou dormir, pelo menos posso deitar minha cabeça no travesseiro com a consciência tranqüila de que não roubo ninguém e que meu salário vem do suor do meu rosto, assim como o de milhares de trabalhadores de CARNE E OSSO.
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