terça-feira, 16 de junho de 2009

Manuel Bandeira foi embora pra Pasárgada e eu...


Vou-me Embora pra Goiandira


Vou-me embora pra Goiandira

Lá sou amigo do prefeito

Irei com a mulher que eu quero

Na cama que eu já deito

Vou-me embora pra Goiandira

Vou-me embora pra Goiandira

Em Brasília não sou feliz

Lá a existência é uma abertura

Falam de modo inconseqüente:

As vizinhas se assanham

Manicure abertamente

Sogra que se acrescente

E cunhados inclusive.

E como farei plástica

Serei sempre atleta

Na hora dum arranca-rabo

Na frente sairei mais cedo

Tomarei banhos de amar

Em Caldas, ali do lado,

Quando sentir o frio.

Vou encher o olho d’água

Quando comer chicória,

Couve, quiabo e pepino

Dolorosa comidinha ao jantar

Vou-me embora pra Goiandira!

Em Goiandira tem mudo

Lá é pura gozação

Tem possesso bem seguro

Erro na concepção

Tem gramofone simpático

Tem adenóide que arde

Tem frutas hermafroditas

Pra gente descascar ou chupar

E quando eu estiver dando alpiste

Aos pássaros de cantar no peito

Que eu os açoite... se me der

Vontade de os matar

- Lá sou amigo do prefeito -

Irei com a mulher que eu quero

Na cama que eu já deito

Vou-me embora pra Goiandira!

4 comentários:

ANTONIO MARCOS DE PAULO disse...

Bandeira, com certeza, está tremulando de felicidade. Vou repassar a todos que gostem do que é bom.

Anônimo disse...

Meu Deus!!

Unknown disse...

A sorte do mundo é a existência dos delirantes. Ainda bem que os mesmos se identificam. Que a arte de delirar continue presente. Abraços deste Leirbag Saile

Aobsil Notielc disse...

Estamos cosmicamente interligados
Em Brasília, Brasilinha, Goiandira, São Luis ou Imperatriz
Mete o rito

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