
Sou trapaceiro e não desisto nunca.
Não sei precisar qual foi o meu primeiro desvio de conduta e o último ainda dista.
Quando brincava de “pique esconde”, na minha vez de contar, eu olhava disfarçadamente onde os amiguinhos se escondiam.
Jogando “varetas” eu assoprava para buli-las na vez do adversário. No “bafo” também ventava.
Na escola “achei” muito material alheio. Colar em provas nem se o diga.
Nas feiras-livres uma frutinha ou outra acabavam sendo degustadas sem que houvesse a devida indenização ao comerciante.
O “pão nosso de cada dia” eu furtava na janela em que era deixado.
Aprendi a apagar carimbos de selos e reenviava correspondências com os mesmos. Nos mesmos Correios eu me abastecia de cola para meu álbum de figurinhas.
Como garçom não repartia equitativamente gorjetas, além de errar nas contas a meu favor.
Na caserna fui especialista em fechar contas mal resolvidas, contabilizar notas sem a entrega do material e embolsar comissões de fornecedores.
Já furei bola única quando meu time tava ganhando.
Já fiz interurbanos de repartição pública.
Já soneguei imposto de renda quando aumentei despesas e dependentes, assim como quando comprei sem notas.
Já me embriaguei na contramão, ultrapassei indevidamente tanto em faixa contínua quanto em velocidade.
Já bebi e não paguei não sendo esquecimento.
Já fui protestado, sempre protestante.
Já invadi propriedade pra colher fruta madura.
Já aprisionei a fauna silvestre local.
Já fiz ramalhete de jardim alheio.
Já fiz “boca de urna” com dinheiro na carteira. Já fui beneficiado com tráfico de influência.
E, se um dia eu for eleito, certamente, vou empregar minha família fantasma em gabinetes de parceiros políticos.
Podeis me encontrar facilmente junto a outros manifestantes que imploram por políticos honestos, suplicam por criminosos presos e se declaram no caminho da retidão.
Sou brasileiro e não desisto nunca.
Isto é uma crônica de ficção - Qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência!
Maravilha o que você expressou na "Amizade virtual". Realmente, existem pessoas que só conhecemos através da Internet, mas já não conseguimos viver sem elas. Sinto falta sua quando some do blog.Aliás, este blog do Aloísio faz milagres: aproxima as pessoas, aprofunda a nossa intimidade com quem já conhecemos e acaba sendo uma esteira de muito carinho, sensibilidade, amizade e notícias. Um abraço.
Nada escapa ao olhar arguto do nosso mestre Aristeu. De fato, o mundo virtual, por vezes, é capaz de nos proporcionar sentimentos que acham ausentes do nosso mundo real.
Quanto ao comentário da Marília, não tenha dúvida de a intenção do Aloísio é justamente esta: aproximar as pessoas por meio da informação.
Ótimo fim de semana a todos!
É o caso, Aristeu. Tenho você e outros aqui do blog como amigos, mesmo não os conhecendo pessoalmente.
O nosso Criador (refiro-me ao Aloísio que deve ser um grande arquiteto) quando traçou seus planos (do Blog) deveria saber que pessoas especiais como o Senhor Aristeu deveriam cumprir sua missão de filosofar e provocar os demais elementos da natureza. Não é fácil filosofar como ele, pois é próprio dos filósofos terem a simplicidade na visão das grandes coisas, mas com a grandeza de ser sincero e honesto. São qualidades que vejo nos textos desse senhor que não conheço. Qualidades que certamente foram forjadas na disciplina que a caserna impõe aos bravos defensores da pátria amada. A internet pelo que si vê do seu artigo também molda e produz filósofos, cria o seu ambiente moderno, e os bons filósofos se fazem calados, em profundo silêncio, mas pensando muito, mas ao final apontam os rumos para a humanidade. A internet é quase um trabalho interno e seu Aristeu percebeu em si a ressonância dessa ferramenta moderna de aperfeiçoamento social, interagindo e ampliando potenciais. É quase um trabalho interno mas de troca e parceria com o mundo exterior. Parece que o Criador (o Outro) entregou essa ferramenta para os homens se entenderem sem as barreiras da distância, mas também para pensarem muito em plena solidão. Surpreendentemente nessa comunhão sem fios se conecta com o Cosmo e com os conterrâneos. E assim como é no microcosmo parece ser no macrocosmo, assim como é em baixo é em cima, parecido com o que os cientistas estão dizendo que no átomo temos a descrição do universo... Para sorte nossa essa comunhão foi facilitada com Araguari no coração...