sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Reality Show Global


Google Earth

Há quase trinta anos que sou usuário dos produtos de satélites geodésicos e de imageamento. É algo fantástico a evolução dos dados fornecidos e precisão dos mesmos.

Na década de oitenta ocupava-se pontos e, para determiná-los geograficamente, levava-se até uma semana. Sem contar o processamento de dados em fitas magnéticas. Hoje se determina milimetricamente em cinco minutos.

A navegação por GPS tira-nos de qualquer ponto do Globo e leva-nos para qualquer outro sempre pelo menor caminho. A latitude e longitude, antes bússola para a navegação marítima, sob os olhos dos satélites permite-nos até vigiar bens móveis. Estão presentes em relógios, celulares e um número sem fim de artigos eletrônicos.

No mapeamento cartográfico, em todas as escalas, está presente a tecnologia espacial.

Os principais satélites de imagem, ou seja, por sensoriamento remoto foram chamados de LANDSAT. Colhem imagens da superfície da Terra em escala de cinza, ou seja, tons de cores existentes entre o branco e o preto.

Dá muita mão-de-obra para determinar o que se vê na imagem impressa. As águas de rios e lagos apresentam-se bem escuras com aparência o Rio Tietê.
Para fins militares desenvolveram-se metodologias de identificação de culturas, revestimento de estradas ou localização de tropas e comboios.

Outro tipo de satélite de geração posterior foi o SPOT que saltou para uma imagem colorida e mais nítida.

Parecia o Paraíso, mas a incansável evolução trouxe-nos o IKONOS. O IKONOS produz uma imagem muito próxima da verdade, na faixa de setenta centímetros. Qualquer objeto maior que isto é descrito visualmente como tal sem margem de erro.

Tem gente que quer obter mais precisão, mas isto equivale a uma fotografia de Brasília tirada de Belo Horizonte e numa distância menor os satélites perdem vida útil.

Grande parte destas imagens está disponibilizada na Internet, a democratização mundial da informação. O Google, campeão de buscas, desenvolveu o Google Earth para arquivo de tais imagens do planeta.

Nas cidades com mais de cem mil habitantes a imagem é do IKONOS, mas a zona rural e povoações menores hão de se contentarem, por ainda um tempo, com o trabalho do SPOT, um tanto não convincentes.

Com o turismo internético, por acesso do Google, eu visito a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, as Pirâmides, o Cristo Redentor, a Pedra da Gávea e ainda posso pegar as coordenas para alvejá-los com meus dois olhos espantados.

O meio ambiente é fiscalizado pelos olhos sempre abertos lá na órbita. Desmatamentos e queimadas são instantaneamente localizados. O Rio Grande do Sul, nota-se claramente, não tem cobertura vegetal abundante o que explica as inundações constantes.

Até o Banco do Brasil sem o uso de fiscais pessoais consegue, pelo satélite dedo duro, saber se o agricultor plantou a soja com o dinheiro tomado como financiamento.

A Bíblia nos declara que não podemos, e nem temos, como nos esconder de Deus. Somos imagem e semelhança e, nesta mesma medida, chegou o tempo em que não temos mais intimidade nem diante o próximo ou o distante, pois somos alvos de olhos cinematográficos espaciais, nos postes, nos muros, na fazenda ou numa casinha de sapê...

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