quarta-feira, 9 de março de 2011

A vida como ela é.


"Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão." Benjamin Franklin.

Recebi prazeiroso e com um pouco de dor, após tantas órbitas, a seguinte missiva:

Eterno amigo da infância e da velhice, como vai? Não pensas que me esqueci de você. De vez enquanto dou uma olhada em seu blog para me deliciar com suas escritas. Uma me chamou a atenção em especial: O Pai de minha neta. Se quiseres, poderia me dar mais detalhes.
Mas mudando de assunto, gosto muito de relembrar o passado e como você faz parte dele fico tentando recordar como éramos puros em nossos ideais. Aquelas questões da Amazônia e dos indígenas nunca sairam da minha cabeça. Consegui vir morar mais perto da floresta com o intuito de protegê-la e também aos seus habitantes tradicionais, porém, hoje, estou vivenciando grandes dilemas por causa disso. Já vais entender. Larguei tudo, bons emprego na iniciativa privada para tentar viver como antropólogo e ficar mais perto dos meus objetivos, mas creio que na vida já temos algumas missões pré-determinadas e essas pelo que tudo indica não são as minhas. Tenho enfrentado amigos e inimigos nessa minha proposição. O PT e as ONG's internacionais dizem que estão protegendo estes nossos patrimônios ambiental e cultural, mas no fundo estão defendendo interesses internacionais. A oposição (PSDB, que não sabe ser oposição) prega uma exploração e integração desses patrimônios, ou seja, não sei qual o pior, e nessa situação fico imobilizado, às vezes servindo até a esses interesses escusos dos vários atores que atuam na Amazônia.
Resumindo: hoje estou desempregado, liso, procurando emprego e o pior, incompreendido pela mulher. Ore por mim.
Um forte abraço meu amigo.

ASSIM RESPONDO, EM CARTA ABERTA, POR PODER SER ÚTIL A MAIS ALGUÉM:

Ora, ação, Amigo Palestino,

Bem-vindo à humanidade terrestre onde nossos sonhos, convicções e ideais quase sempre morrem conosco.
As mudanças de cenas, no palco da eternidade, onde atuamos, levam-nos vidas e mais vidas, dores e desencontros.
Não se desespere por não ver um cenário ou horizonte, diferente do almejado, pois você, assim como eu, não somos autores
da peça em cartaz, mas meros coadjuvantes e, assim mesmo, dêmo-nos por muito satisfeitos e cumpridores do papel.
O que conta afinal é o que está recôndito em nossos corações. Somos muito impacientes, mas a grande obra de transformação se realiza diante nossos olhos, mesmo que estejamos não vendo. Lembra-te de que enquanto sonhávamos com a proteção da natureza ou de silvículas e outros personagens trabalhavam nisto com afinco como o incrível Jacques Custeau?
É imperioso que cuidemos do nosso ecossistema e tal ocorrerá ou pelo nosso amor íntimo ou pelos desastres que causamos.
Sempre brigaremos por esta vida que não conseguimos vislumbrar, no nosso atual script, de onde veio ou para onde vai.
As cortinas se fecharão e o aplauso virá. A cada papel aumentará mais a nossa confiança do Autor e seremos então mais marcantes na metamorfose deste planeta em evolução sempre.
Não duvide que existam mais universos e, para isso, basta querer dimensionar o que é você mesmo - o que pulsa no teu íntimo é uma energia indescritível e de geração não-espontânea.
Vivemos para compreender e não para sermos compreendidos. Cada qual é responsável pela sua própria mudança e não em mudar os outros. Não tente mudar tua esposa e ou descendentes por imposição de idéias - simplesmente demonstre através dos exemplos, o ensino agradável à Força Maior que, nada mais é, que a tua própria força elevada ao infinito que nos rodeia.
Nada de imposições: Pegue a tua cruz e siga o caminho, pois a Lei Divina sempre se cumprirá. Tanto a matéria quanto a energia desprendida vão se equacionando novamente.
Nossa presunção nos coloca como criaturas máximas e isto, com certeza, só nos distancia da verdade.
Agremiações ou partidos de seres humanos são sempre falhos e criados para o desenvolvimento ou interesse do próprio clã, a qualquer preço... É a velha história de o fim justificar os meios. Quase todo revolucionário parte de uma causa social e, o tempo, sempre desmascarador, o transformará num ditador. O poder quase sempre desvirtua.
Relaxe! Nesta nossa viagem podemos nos acomodar melhor na poltrona, mas jamais reverter rotações, translações e evoluções consideráveis da nossa nave.
"Amai o próximo como a ti mesmo"... "como a ti mesmo" quer dizer primeiro você!
O Caminho do sábio, pode crer, nunca é o que ele traça, mas por onde os ignorantes o vão empurrando.
Deixem que te conduzam, afinal não é isto que o tornará deste mundo!
Ame o máximo o teu próximo mais próximo porque o lugar que está te esperando pode ser inatingível a ele por ora.

1 comentários:

Ellen disse...

Acho que não devemos abandonar nossos ideias... Mesmo que eles vão se transformando, mesmo que o natural seja ir desanimando pelo caminho... Acho que quando temos uma "missão" e optamos por simplesmente deixá-la de lado, no fundo não temos paz. Uma pessoa que tem conciência de que deve fazer sua parte e não a faz se sente impotente, sem razão de viver, decepcionado consigo mesmo. Mesmo que o objetivo maior nunca seja alcansado em vida, é melhor morrer tentando do que de braços cruzados... Fazer sua parte que lhe cabe e ter esperança de que não se é o único, outros virão e darão continuidade. Eu penso assim.

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