sexta-feira, 4 de março de 2011

MEU DEUS NÃO É SÓ PALAVRA, MAS O LIVRO TODO.


POUCAS E BOAS.

Coruja dá azar. Esta semana este animal de mau agouro pousou num campo de futebol, na Colômbia, onde se realizava uma partida. A bola rebatida pela defesa acabou por atropelar a ave que ficou caída e tonta. Um zagueiro de quase dois metros aproximou-se e chutou a coruja para longe. Foi uma vaia só. Os torcedores gritaram “assassino” por diversas vezes e realmente o foi, pois a corujinha não resistiu e veio a falecer no procedimento médico de socorro. Ao jogador brutamontes coube a demissão e processo aberto por instituição de proteção aos animais. Bem feito e o relativo arrependimento de pouco adiantará.
No meu carro, arrombado em Brasília, levou-se meus óculos. Óculos para leitura a gente nem sempre costuma carregar, mas repus imediatamente tal objeto de primeira necessidade, pois constantemente leio. Saindo à rua costumo não carregá-lo, mas devia e vou ver se me acostumo com tal carga. Passando frente à Lotérica resolvi fazer uma fezinha para espantar o azar que anda me atrapalhando e, sem os óculos, peguei cartão da quina em vez da mega-sena. Na quina, o normal é apostar cinco dezenas e fica muito barato, mas confiante de estar com o cartão da Mega colori seis dezenas e ainda pedi “surpresinha” e “teimosinha”, ou seja, por falta dos meus olhos artificiais, minha aposta dobrou de preço. Agora só falta não ganhar! Seis dezenas na Quina é muito mais caro que na Quina. Experimente! Por ironia pura ainda apostei os mesmos números contidos no meu recibo do Imposto de Renda, que pra não dar sopa ao azar, declarei imediatamente à divulgação do Programa Base. Parece que terei restituição primeiro que todos e estou realmente precisando de qualquer quantia.
Eu também, assistindo àquele lixo do “Programa do Ratinho”, fui seduzido a me cadastrar no site “Show de Centavos” onde, supostamente, arrematam-se produtos diversos por uma ninharia. Produtos mil são vendidos num percentual próximo de dez do valor de mercado. Quanta enganação. Aquilo é uma jogatina similar àqueles tefefonemas que até pouco tempo a gente oferecia o “menor e único lance” que certamente saíram do ar por enganação ao consumidor.
Os lances realmente são de centavos, mas cumulativos. Lance dado e não vencedor é dinheiro perdido. Se paga e não se leva. É uma aposta contra a máquina que deve estar programada para ir até um teto estipulado para cada produto. Quando o lance está em dez centavos, por exemplo, é sinal que nove participantes juntos já pagaram quarenta e cinco centavos e não levaram nada em troca a não ser a falsa expectativa. O somatório do conjunto, uma exemplo clássico de progressão aritmética, é assim obtido: 0,01 + 0,02 + 0,03 + 0,04 + 0,05 + 0,06 + 0,07 + 0,08 + 0,09.
O interessante da “roubalheira” é que o tempo do Leilão do objeto é sempre acrescido de três segundos a cada lance acrescido de um centavo. O tempo é dinheiro em caixa. É impressionante como uma extorsão, aparentemente diminuta, fique tanto tempo no ar. Adeus à economia popular e, acima de tudo, é viciante.
Outro dia, neste “Show de Centavos” alguém arrematou um netbook, objeto que no mercado adquire-se por uma quantia máxima de R$1249,90, por R$99,52. Aparentemente uma economia de 85%, mas que os leiloeiros apuraram no total R$495.261,28 por um único exemplar, ou seja, quase o preço de um estoque de 400 netbooks. Para checar este cálculo, e outros arremates do site, basta utilizar a fórmula facilitadora que eu mesmo a desenvolvi, que é a seguinte: Valor total apurado do bem é igual ao último lance, em centavos, elevado ao quadrado, acrescido do último lance e, o total obtido, divide-se por dois. Pronto! O resultado será em centavos e, divide-se por cem para encontrá-lo em reais. Parece tirinhas: De centavo em centavo somente o Tio Patinhas tornou-se tão patético milionário. Recapitulando a fórmula, agora literal: ∑=(X2 + X)/2. Lembre-se que um real é igual a cem centavos e X2 é Xis ao quadrado.
Não sou matemático formado, mas prático e um verdadeiro curioso numérico. Gosto tanto de calcular que, uma vez, analisando as palavras de Cristo, na matéria de física, cheguei à conclusão que o que Ele disse pode ser confirmado numa distância de cento e quarenta e quatro sóis de nós. O versículo analisado foi este: “Céus e Terra passarão e minhas palavras não passarão”.
Ora, para obter o resultado acima, considerei que as palavras de Cristo, ditas há quase dois mil anos, diferentemente dos sons emitidos por nós, simples humanos, propagam-se no vácuo, porém à mesma velocidade de nossos verbetes, ou seja, a trezentos e quarenta metros por segundo. Também considerei a distância entre o Sol e a Terra equivalente a quinhentos segundos-luz e, cada segundo-luz, a bagatela de trezentos mil quilômetros. Concluo, portanto que, quando Cristo disse: “Pai, a Ti entrego o meu Espírito”, o Espírito deve ter chegado, mas suas palavras ainda não.
Realmente, como se pode constatar, não se sabe se este autor seja mais louco que curioso, mas na última viagem de volta de Brasília parei no Quilômetro 141 da BR-050, num local que auto se denomina “Templo da Ciência”. Além da curiosidade, queria prestar culto a este Deus Científico Admirável, mas na realidade, no local existe mesmo uma Biblioteca. Estava sob forte chuva e não pude entrar, mas eu voltarei, pois o Livro, enquanto eu simples encarnado, considero um verdadeiro Templo onde me encontro com o Espírito Maior.

1 comentários:

EFGoyaz disse...

Esse lugar é bem interessante e o fundador está sepultado lá. A proposta era que cada visitante pudesse pegar ou deixar os livros que quisesse, sem nenhum ônus ou identificação. Porém, o tempo passou e a proposta, tão interessante, parece que não deu certo. Acho que as pessoas se preocuparam em pegar os livros e abandoná-los em suas próprias casas.

Postar um comentário