22/03
– Dia Mundial das Águas
Há vinte e um anos a ONU, mui
sabiamente, brindou o mundo com a Declaração Universal dos Direitos das Águas e
este dia ficou consagrado a este líquido classificado em incolor, inodoro e
insípido. Com o lugar merecido de pai sei que um bebê fala primeiro o nome da
mãe e a seguir o nome da água. Mina é onde existe riqueza ou água.
Os Direitos
da Água, em visão criteriosa, talvez sejam mais importantes que os Direitos
Humanos, afinal onde há água há vida, o que torna todo o planeta usuário.
O progresso,
em ritmo de lucro fácil, acabou por levar a níveis mínimos nosso estoque
potável. Nossos mananciais tornaram-se esgotos industriais e acumuladores de
poluentes domésticos, inclusive sólidos. A manipulação inadequada de pesticidas
e extração de minérios destruiu espécies de nossos rios. Em breve estaremos na
fase crítica de lidar com a escassez, coisa cotidiana de nossos irmãos
nordestinos.
A água,
símbolo batismal em tantas crenças, ou benta ou fluídica, é pura mágica quando
desce dos céus em disparada para o mar. Nada a aprisiona: ela fura pedras pra
encurtar o caminho, mata a sede e é devolvida por animal ou vegetal, evapora,
faz barulho, ilumina-se com raios e é soprada pelos ventos. Assim continua,
como colocado nas Escrituras, tal como a Palavra de Deus criando novos caminhos
e emoldurando montanhas.
Em qualquer
estado físico da matéria ela se encontra em pleno trabalho. Quando vapor, por
exemplo, movimenta máquinas. Na forma líquida movimenta turbinas. Na forma
sólida conserva a vida ou alimentos. Impulsionada rompe metais. É a maior
ferramenta depois das nossas próprias mãos.
Os egípcios tinham três capitais à
beira do Rio Nilo e, conforme suas cheias, eles iam mudando de capital, coisa
que não aprendemos e, a cada chuva, desastres e prejuízos incalculáveis são
atribuídos à calamidade e segue o bonde do esquecimento.
A mesma água que nos dá segurança
alimentar remove as nossas montanhas e esburacam as nossas vidas devido à
dependência de mandatários temporários descompromissados.
Não deixemos nossas águas passarem em
brancas nuvens. As mulheres tornam-se, nesta luta diária de salvamento do
planeta, em protagonistas ao cuidarem do lixo da maneira conveniente e do bom
uso do líquido sagrado. Vamos beber bastante água, extensivo a todas as idades,
mas sem esquecer que “dia de muito é véspera de nada”.
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