Meu
saponáceo é um sapo mesmo, daqueles que, por um tempo, abandonou a lagoa e veio
morar debaixo da minha máquina de lavar
roupas.
Ele foi embora,
mas era um bom inquilino. Certamente pulou conforme a precisão. Pode ser que o
pródigo volte e será recebido com mais pompas, pra nunca mais abandonar meu
reino encantado.
Saía toda a
noite por volta das oito horas, acho que não suportava notícias televisivas que
chegavam até no seu refúgio. Retornava para debaixo da máquina de lavar por
volta das seis da manhã. Lá passava o dia. Na horta eu deixava uma vasilha
dágua para ele beber e ele até tomava banho; um detalhe – lavava o pé. Eu
deixava a luz que ilumina a horta acesa um pouco mais, pois atraía os insetos e
o resto do trabalho para se alimentar ele fazia com sua língua comprida de
manicure.
Ele é muito
bonito, ganha de um príncipe com cavalo branco e, por pouco não o beijávamos,
mas carinho ele ganhava. Ele chegou pequeno e cães e gatos não se importavam
com sua presença e vice-versa, mas tapa de gato levava dos três, mas era uma
outra forma de carinho.
Com pessoas e
animais estranhos ao nosso lar ele inchava, soprava e até nem saía da toca – o que
fazia com que eu afastasse as visitas da área e as levassem a outro cômodo. A
saída do Saponáceo era garantida sempre.
Não sei se ele
vai voltar e outro talvez não se domestique. Ele já não cabia mais debaixo da
máquina. As duas patas traseiras pareciam jararacas para não ser pego por trás.
Estou triste
porque não é qualquer sapo que eu engulo, neste eu voto, mas, por ora, ganhou a
perereca.
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