quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

DRA MÍRIAN LIMA E A DOENÇA CRÔNICA...


... DO MEU INTERIOR?


            Sou araguarino genérico, conforme definição do Edilvo Mota, mas isto não impede que meu princípio ativo se assemelhe aos araguarinos de marca maior. Cheguei à Cidade Sorriso, diziam os perseguidores Sorrincho, novinho, descalço, descamisado, famélico e galguei, não foi mole não, uma posição mais digna ao ser humano. Obrigado, Araguari!
Não há necessidade, no momento, de pontuar motivos de amor por esta mãe de leite. O assunto é outro, mas o exílio de hoje não é uma pena capital, pois nós degredados acompanhamos, na velocidade da luz, a vida na aldeia distante e querida – lugar da nossa nascente onde manará, Deus falou, Leite e Mel.
No esfregar, alguns chamam de clique, da nossa Lâmpada Maravilhosa, ilumina-se a nossa bola de cristal, outros chamam de tela, e então não ficamos apáticos com o calvário da Funcionária Pública, à qual condecoro Alto Padrão, Mirian Lima. Dá pra escutar o clamor de ensandecidos: “Crucifiquem-na! Ela não tem rabo preso? Não existe isto! Deve ser uma bruxa. Vamos queimá-la”.
Na doença crônica da corrupção que assola todo o Reino, ela apontou com o dedo limpo, na humilde aldeia, composta de artesãos de queijo, as artimanhas do Senhor Ratão, através do Pajé, Ministro da Saúde.
Seria nossa nova Ariadne? Aquela que, por um fio de amor, ensinou Teseu como sair do Labirinto desenrolando um novelo pelo caminho de entrada, assim que ele matasse o Minotauro? O Minotauro e o labirinto eram a blindagem do rei de Creta, pois o mesmo não queria dividir a ilha, em formato de queijo mineiro proibido, com os legítimos irmãos. Aquilo sim era um presente de grego.
Aos Quarenta Ladrões a Mírian, deve ter se tornado a pedra da caverna e a senha “Corram-te-Sésamos” já correu e é de domínio público e notório.
Ali Mamá vai precisar de quatro patas de coelho pra que te quero, mas não há de contar com a sorte, mas com o desinteresse provocado pelo lenga-lenga vestido de toga.
Nesta corrida a tartaruga, faça-se justiça, perderá porque o povo votante da platéia irá a outro espetáculo mais emocionante – O “Palanque das Promessas”, onde a mentira vive, no mínimo, quatro anos.
Atrás de um simples marmitex, com sabores majorados, existe um Lobo-Mau que não se satisfaz com o Chapéu da Vovó ou com o que tem no mato e na cartola, pois seu instinto imutável é caçador.
Atrás de um mamógrafo há uma grande teta sinalizando um câncer, mesmo inoperante e empoeirado, indigno de manutenção da nota periódica real.
Doutora Mírian Lima, além de chata você amola, papel cumprido. Pode até sair de cena, pois o fio da meada começa na sua aldeia e a outra ponta já atravessou campinas e planaltos, vales e sombras, palácios e casebres...
Não quero falar do seu perfil, mas chamo-a simplesmente de Doutora por ter o grau máximo em Indi”gestão” Pública.
Vamos aguardar, mas o que tudo indica é que com o tempo e à falta de memória/participação, vão nos convencer que tudo isto é um conto da carochinha.
...E fomos felizes para sempre.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Por que Apple fabrica o iPhone na China?




        Janis Peters Grants, comentarista predileto do Facebook, sobre esta indagação tua comecei uma viagem, uma triste viagem no tempo e lugares. Em princípio esta empresa abocanhou como logomarca o símbolo do pecado, para agradar aos místicos. Somos cercados de ciências específicas diversas por todos os lados, mas nenhuma supera a filosofia, aquela que permanece incólume mesmo que se caiam reinados e potestades, comunismo, socialismo, imperialismo, ditadura, todo e qualquer sistema que se curva à economia. O capital venceu. O ano de 2012 deve ser mesmo o fim deste mundo canalha da moeda, do descaso ao meio ambiente e das bolsas de valores. Não sei como será depois disto, mas o importante é que aconteça. Dou até o meu restante de vida medíocre por isto.
        Todos nós, com raras exceções dos santos que aqui existem, gostamos de comprar produtos baratos e hoje estão baratos demais. Acontece que por trás dos preços baixos está o trabalho escravo ou semi-escravo – a exploração do ser humano como mero animal.
        Toda indústria quer produzir na China por causa da mão-de-obra farta. Direitos trabalhistas por lá é sonho para o futuro distante. O principal para aquela super-população, faminta e miserável, é a sobrevivência. Dizem até que a fome instiga a inteligência e de bobos aqueles milenares não tem nada.
        Em contrapartida, no meu interior brasileiro, não há mão-de-obra disponível, nem cara. O que deve ser feito, mesmo que se tenha dinheiro disponível, deve ser feito por a gente mesmo. Tenho me especializado num senhor faz-tudo. Portanto não é preciso ir além-mar, pois no nosso País muitos também trabalham em troca de comida apenas, inclusive isto aconteceu comigo. A grande diferença é a razão do caos. Há também aqueles outros que se satisfazem as migalhas sociais distribuídas por um mandatário.
        Janis, estive no Vale do Jequitinhonha em trabalho de demarcação de cota de inunda da Usina de Irapé e atestei a miserabilidade que nos assola, principalmente naquela macro região mineira. Eu tinha dinheiro pra pagar até, digamos, cinqüenta reais por dia trabalhado aos peões, mas tive que pagar quinze reais apenas. Era o preço de exploração local. Participei indignado de reuniões com o governo local, comerciantes, mas tive que praticar os preços dali para não gerar uma revolução por ali, afinal, segundo os próprios, meu trabalho era passageiro e os empregadores locais teriam condições de manter os preços que eu pagava por toda uma vida. Lógico que dei alguma compensação extra, mas cheirando a banditismo, é mole? Tive que me curvar, pois dependia da colaboração de toda a população pra realizar o trabalho, principalmente dos fazendeiros possuidores de terras ribeirinhas.
        Em Cristália a Prefeitura só tinha dois funcionários, um o prefeito e o outro seu secretário geral, um genro. Veja bem, cem por cento de nepotismo. (risadas). Quando a Prefeitura precisava realizar alguma obra contratava trabalhadores, por dia, preço de salário mínimo. Encontrei um caçador de espingarda a tira-colo, percorrendo aqueles morros numa velha bicicleta e, durante três dias, pelejou e não encontrou nenhuma caça pra subsistência familiar. Inóspito até aos animais de todos os portes.
        Janis, pra mim ninguém deveria ganhar mais de dez mil reais. Vai faltar pra alguém, lei da compensação. Não existe função que valha mais que este meu teto salarial suposto. Jogador de futebol ou piloto de corrida ou apresentador televisivo, por exemplo, é uma ofensa a qualquer trabalhador, um desestímulo sem precedentes.
        Não sei como deverá ser após 21 de dezembro, mas religião também não dá certo. Nos Atos dos Apóstolos havia a divisão de bens e isto só durou conforme os bens, depois a igreja confiscou tudo.
        Deve estar certo trabalhar pela comida já que o Pai determinou que ganhássemos o pão de cada dia com o suor do nosso rosto, mas estamos suando não apenas o rosto, estamos, uns muitos, totalmente banhados de suor e lágrimas, na mesma proporção.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O QUE UMA PERERECA FAZ – ACABOU COMIGO.



                 Depois de tanta chuva o dia amanheceu ensolarado. A horta, cheia de luz, trazia insetos à baila. A borboleta desengonçada atraia as tapas do meu gatinho branco, mas escapava num vôo aparentemente desordenado. Com tantos insetos fazendo a festa fui procurar o Saponáceo, às vezes apenas sapo e noutras tantas vezes apenas Inácio. Não há aqui nenhuma alusão ao grande presidente que, um dia, por Brizola, fora chamado de Sapo Barbudo. São apenas xarás.
                Meu saponáceo é um sapo mesmo, daqueles que, por um tempo, abandonou a lagoa e veio morar debaixo  da minha máquina de lavar roupas.
Ele foi embora, mas era um bom inquilino. Certamente pulou conforme a precisão. Pode ser que o pródigo volte e será recebido com mais pompas, pra nunca mais abandonar meu reino encantado.
Saía toda a noite por volta das oito horas, acho que não suportava notícias televisivas que chegavam até no seu refúgio. Retornava para debaixo da máquina de lavar por volta das seis da manhã. Lá passava o dia. Na horta eu deixava uma vasilha dágua para ele beber e ele até tomava banho; um detalhe – lavava o pé. Eu deixava a luz que ilumina a horta acesa um pouco mais, pois atraía os insetos e o resto do trabalho para se alimentar ele fazia com sua língua comprida de manicure.
Ele é muito bonito, ganha de um príncipe com cavalo branco e, por pouco não o beijávamos, mas carinho ele ganhava. Ele chegou pequeno e cães e gatos não se importavam com sua presença e vice-versa, mas tapa de gato levava dos três, mas era uma outra forma de carinho.
Com pessoas e animais estranhos ao nosso lar ele inchava, soprava e até nem saía da toca – o que fazia com que eu afastasse as visitas da área e as levassem a outro cômodo. A saída do Saponáceo era garantida sempre.
Não sei se ele vai voltar e outro talvez não se domestique. Ele já não cabia mais debaixo da máquina. As duas patas traseiras pareciam jararacas para não ser pego por trás.
Estou triste porque não é qualquer sapo que eu engulo, neste eu voto, mas, por ora, ganhou a perereca.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Meu Herói, Meu Capitão.

HÁ 28 ANOS... O ano era 1.984. O mês era janeiro. O dia seguinte seria sexta treze e o melhor foi a superstição não ter entrado em cena. Muita juventude no casal e a falta de recursos, com o excesso de felicidade, eram a tônica da vida. Tínhamos mais amigos talvez por não termos sido mais críticos. Um destes amigos passageiros, porém inesquecível, foi nosso motorista, logo pela manhã, em direção ao Hospital Militar, onde nasceria meu primogênito na parte da tarde. Os médicos diziam parto normal, mas pra eles somente. Meu bebê, portador de um perímetro cefálico avantajado, causou dores extras à maternidade. Num acompanhamento posterior, agonizante, chegou-se à conclusão que era apenas macrocrania, mas nos deu pano pras mangas, desconforto e incontáveis lágrimas verteram. O importante é que hoje ele não é mais isto, apenas cabeça dura. Pai não guarda dos filhos os mesmos detalhes que as mães, mas no dia que ele nasceu uma alegria indescritível tomou conta de mim. Liguei para todos os parentes e fiz uma festa solitária, pois permaneciam no hospital. Fui até arteiro, pois um pessoal que fazia barulho sob minha janela predial levaram um banho de borra de café patrocinado por mim. Um amigo recém-pai comentou comigo que “filho quando nasce é muito feio, tem cara de joelho...”, respondi na lata que só se fosse o dele, pois o meu era lindo. Não era só lindo, mas inteligente, trabalhador, obediente e atleta. Neste ano dei uma bicicleta nova e enorme a um garoto que mandou aos Correios uma cartinha para o Papai-Noel, mas para os meus dois filhos, as primeiras bicicletas foram usadas, inclusive a mãe jura que havia uma feminina... Quando um filho equilibra-se numa bicicleta seus caminhos começam a se esconderem dos olhos paternos. Tempos duros que passaram despercebidos tamanha a felicidade. A mãe não consegue esquecer a quantidade de fraldas lavadas a mão no tanque, nem eu, pois eram muito cheirosas e o arame do varal da altura do meu nariz. Quanta facilidade nos dias atuais com a proliferação das fraldas descartáveis, um agente poluente da mãe natureza. Eu aprendi a espetar as fraldas, fazer mingau e, pelo amor de Deus, a dar balas Soft. A marca dele era ser estudioso e em cima de cadernos, tipo brochurão, do MEC e mochilas que tinham que durar três anos. O Atari, trisavô dos vídeos-games, era praticado por toda família no apartamento funcional. A cidade de Brasília era o palco das nossas aventuras e, cidade cara, fez nos padecer bastante. As dificuldades passadas hoje são lampejos saudosos sem cicatriz. Inspirado na minha rota farda seguiu a mesma carreira, porém em posto mais elevado. A nossa distância quilométrica não é pouca, mas, nesta data querida, continuo acendendo velas, para ele, ainda que o mundo tente apagar.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PARODIANDO



PATUÁ COM FRANGO E VELA

ARAGUARI DOS MEUS SONHOS só está na aquarela;
ORGULHO DE MINAS GERAIS é mais uma balela;
RELEMBRO OS DIAS RISONHOS é um nome de novela;
DA MOCIDADE QUE NÃO VOLTA MAIS e o coração martela;
VIVO CARPINDO SAUDADE para plantar minha querela;
SAUDADE QUE ME INVADE O SER desde o tempo de remela;
ARAGUARI QUE ME VIU NASCER tem patuá com frango e vela.

LONGE DE TI NÃO SEI VIVER e sinto frio na espinhela;
ARAGUARI DO MEU BEM QUERER está plena costela;
SEM TI NÃO POSSO VIVER, mas o político engambela;
AR PERFUMADO de antes só se cheira com cautela;
DAS FLORES DO MATO nada mais se revela;
A NOITE AS ESTRELAS BEIJANDO O REGATO o artista pincela;
TUDO A SORRIR EM MÁGICO ESPLENDOR, é patuá com frango e vela.

ARAGUARI É UM NINHO DE AMOR ao governante de lapela;
Cidade Sorriso quando se emprega toda a parentela;
Em cargos debaixo nomeia a clientela;
É culpado todo mundo e a câmara maior parcela;
Papel de fiscalizar é porca sem arruela;
Na Rádio do seu Quinhão a defesa acotovela;
Só mesmo bater tambor com patuá com frango e vela.

O panfleto Diário toda página em tela
Conta mil maravilhas e a bobada se estatela;
Vende o voto “olho e dente”, fica cego e banguela;
Eu não tenho nada com isto e sofro todas as seqüelas;
Se eu quebrar o átomo, a fissão não tem cancela;
Eleito e eleitor vai virar uma esparrela;
Talvez tenha o mesmo efeito de patuá com frango e vela.