quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Para um amigo ateu
Eu não acredito em Deus.
Eu enfio a mão no bolso
E não encontro nenhum breu.
Nesta hora fico grosso
E não me encontro em Deus!
Minha cruz segue pesada,
Não encontro um cirineu,
Saúde debilitada
Sai de retro tal de Deus!
Tem buraco no caminho
E estoura o pneu,
Derramou todo meu vinho
Que não divido com Deus!
Eu enfrento autoridades,
No meu perfil eu sou ateu,
Nos debates tenho qualidade,
Devo nada a este Deus!
Já avisei minha consorte
Que não sou nenhum Romeu,
União até a morte
Para quem não crê em Deus?
Vou ficar adoentado,
Vou chegar no apogeu,
Mas deixo bem explicado
Nasci e vivi sem Deus!
Se eu estiver errado
Vou juntar-me aos fariseus.
Não há perdão deste pecado
Que me disse o Aristeu!
Que é autor deste poema
Com nome de semideus,
Que rima em qualquer tema
Dando assim o nosso Adeus!
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2 comentários:
Excelente poema, você é mestre das palavras.
Imagino que, caso Deus exista, ele jamais estaria preocupado com quais filhos acreditam nele. Existindo ou não existindo, sendo crente ou ateu, o que devemos é fazer o bem, não degradar a obra que o criador fez, seja ele Deus ou o acaso. É isso que importa.
http://www.youtube.com/watch?v=NLD6qMP8AqI
Aristeu, aplaudo de pé sua arte literária. Embora sendo ateu, aprecio a criação. Aprecio Aristeus e Gil Vicentes. Aprecio a obra do SER Humano.
ORIGINAL Gil Vicente(Português antigo):
Perguntame quem fuy eu
atenta bem pera mi
posque tal fuy coma ti
I tal hasdefer comeu.
E pois tudo a ilto vem
oo lectos demeu confelbo
tomame poz teuelpebo
olhame I olhate bem.
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