terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As provas continuam...


Maré braba II


Um blog, na tradução simples entre idiomas, nada mais é que um bloco de anotações, mas ao blogueiro é um diário e até uma arma social. Ali ele confessa suas dores, aspirações, alegrias e comunga de ideiais com o universo conhecido e desconhecido. Aos mais sensíveis há de se notar até o humor do blogueiro e suas angústias. Eu, por exemplo, estando bem, sempre produzo.
Há dezessete dias sumi dos cabos óticos e deixei de ser decifrado pelos "modens". Uma vontade de postar, mas ligeiramente aturdido.
Há bem pouco tempo postei uma tsunami de acontecimentos não agradáveis na minha vida. Acreditava que era o fundo do poço, mas não é que havia mais lenha pra queimar? E ainda há. É verdade também que não me interessa, e nem é conveniente, relatar todas as desventuras nem pouco gerar compaixão, mas é uma auto-afirmação de que a guerra continua e que a esperança em tempos melhores não se finda - uma fé arrazoada no intangível!
A cirurgia a que um dos meus filhos foi submetido foi um sucesso apesar do congestionamento do SUS. Como fui acompanhá-lo na cirurgia e pós-cirúrgico tive meu carro arrombado em Brasília. Deixei meu carro sob uma frondosa e admirável árvore. Um manto de sombras cobriu meu carro e também aos malfeitores. Uma trava "multi-lock", recomendo, não permitiu que levassem meu bem maior, mas fizeram um arrastão considerável: levaram tudo que tinha dentro, inclusive estepe, chave de roda, roda, triângulo, macaco, tapetes e extintor. Fiquei perdido sem meu "gps" e ainda não coloquei outro som. Minha esposa chora sua total coleção de cds...
O maior inconveniente foi a lanternagem que tive que fazer para reparar o furo feito sob a maçaneta da porta do motorista onde o funileiro ainda surrupiou combustível do meu tanque. "Desgraça pouca é bobagem..." Lembrei-me de um amigo.
Tenho alergia a Brasília e com tais fatos empolei de vez.
Esta mesma árvore que tanta sombra ofertara resolveu quebrar um galho, em mais um temporal brasiliense e, tal galho, desabou sobre o carro do meu filho com perda total - ainda bem, dizem os positivistas, que ele não estava dentro. Com algum gasto considerável, fazendo do limão limonada, é possível transformá-lo numa pick-up ou conversível. E ainda há de se pagar IPVAT e SEGURO OBRIGATÓRIO...
Isto me fez lembrar de quando num passeio matinal brasiliense pela infância dos meus filhos e um poste caiu próximo a nós, foi por pouco mesmo. Um relâmpago também já caiu a poucos metros de mim. Alguém gosta lá em cima testa-me sempre.
Também recordei do helicóptero de instrução militar que deixou meu outro filho com sua patrulha no Pico das Agulhas Negras e a seguir explodiu na rede de alta tensão. É muita tensão...
Concomitantemente à caída da árvore no "Errou Me engane", como trato o velho e agora acabado "Renaut Megane", uma chuva desabarrancou minha fossa séptica gerando-me outro prejuízo considerável.
Isto mesmo - moro numa cidade sem saneamento básico, coisa inacreditável nestes tempos! Dizem que há verba ou crédito, mas não há projeto. Acho que temos que eleger engenheiros...
Meu velho cão quer partir, minha cadela precisa de mais cuidados, minha amada parou de reclamar, mas sei que oculta-me dores! Ainda bem que nossa diarista pediu demissão e eu mesmo estou ajudando nos afazeres domésticos.
Estou às voltas com uma terrível dor de dente - um canal sem fim, mas com perseverança araguarina acredito no porvir.
Vou encerrar com uma boa e uma má notícia: A boa é que meu filho "brasiliense" passou em primeiro lugar num bom concurso público. A má notícia é que de nada adiantou, pois a Dilma cancelou todos os acessos ao Serviço Público numa canetada de corte orçamentário. Isto depois de ele gastar suas parcas economias nos exames médicos de admissão ao Órgão Público. Cabe recurso? Sim, chorar ou recomeçar.
Nada como recomeçar, pois a fé remove montanhas e a chuva também, não de lágrimas!

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