sábado, 20 de março de 2010

As Alterosas Mineiras


O Norte de Minas, nas proximidades de Ijicatu, às margens do Rio Jequitinhonha, eu trabalhei como topógrafo. Nunca vi gente tão hospitaleira, mesmo sabendo que estávamos ali pra fazer levantamento da cota de inunda da Usina de Irapé - a qual engoliria toda a sua história e geografia. Num lugar tão inóspito Deus cravejou de diamantes e gente do mesmo quilate.

JEQUITINHONHA

SÃO TANTAS PEDRAS DE TANTO JEITO
E TANTOS PEDROS DE PRANTO EM PEITO!
TANTOS MENINOS COM MUNIÇÃO
E O CANTO VIVO DA PASSARADA!
CASAS MODESTAS DE TAIPA E CHÃO,
MAS FAZEM FESTA A QUALQUER CHEGADA.
CACHORROS MAGROS ENCOLHEM O RABO
E UM SORRISO LARGO ENCHE A ENTRADA.
TUDO É “CUMPADE” QUE ENTRA SUADO
E SECA O POTE EM POUCAS GOLADAS.
É ÁGUA FRESCA COM COR E GOSTO
BUSCADA A BALDE OU MANGUEIRADA
QUE PÕE ABAIXO O SUOR DO ROSTO.
SÃO TANTAS PEDRAS DE TANTO JEITO
E TANTOS PEDROS DE PRANTO EM PEITO!
O RIO ABAIXO COM ÁGUA TURVA
INDICA ACIMA MUITOS BRILHANTES.
EM CADA BARRA E EM CADA CURVA
BATEM PENEIRA COMO GIGANTES
É PEDRA PÃO QUE ÀS VEZES EM VÃO
BUSCAM INCESSANTES SEM MURMURAR!

0 comentários:

Postar um comentário