ONTEM, HOJE E AMANHÃ – DIA DA MULHER
Minha esposa, sempre cheia de dotes,
salve salve, num tempo duro de nossas vidas, fazia salgadinhos, bolos, vendia
roupas e outras atividades lucrativas para complementar nossa renda familiar,
sempre no recôndito do lar. Eu ia para o trabalho bem cedo e retornava na boca
da noite. Na escola do meu filho caçula perguntaram as profissões dos pais e
ele prontamente respondeu que o pai era militar e que a mãe não fazia nada.
É assim o
dia-a-dia da mulher em geral com tarefas tão necessárias e que quase não contam
pontos ou não são notadas. Oh! Glória!
É atribuída
a Jesus Cristo, não sei mais onde li, pois não consta dos evangelhos, a
seguinte frase: “Bendita seja a mulher, pois de uma só poderá nascer uma nação
inteira.”
A mulher,
que teve na costela do homem, uma matéria-prima mais elaborada que o barro, é
este ser que dá vida, de sexto sentido, que embeleza, transforma, perpetua e se
sobrecarrega de tarefas que nunca dantes a pertencera. Ela abraça a causa,
afaga as lágrimas e desmancha-se em sorrisos por um mero e aquém-elogio do seu
merecimento.
A mulher é
mágica e, como agente modificador do ambiente por inteiro. Segue pacificamente
mudando a face do planeta.
A sociedade
que, por milênios, a trancafiou no recôndito do lar, não poderia ir muito longe
mesmo sem a mesma como ponta de lança.
A mulher é
amiga da dor, companheira do silêncio e vítima de destemperos daqueles que mais
sugam de sua seiva. Ela crê facilmente naquele que pouco tem a ofertar-lhe além
de falsas palavras. A sua luta tem desenvolvido mecanismos de proteção e o seu
real valor vai ficando escancarado e vai paulatinamente calando os que antes se
diziam fazedores do progresso.
A mulher
simplesmente não saiu de casa, mas invadiu salas de universidades, mercado de
trabalho antes restritos, parlamentos, paisagens do dia-a-dia, o código de
leis, os corações, os céus...
A mulher
cuida da saúde e expõe suas dores sem qualquer constrangimento.
A mulher se
exercita com a vestimenta e perfumes adequados nas passarelas urbanas das
caminhadas “matino-verspertinas”, apesar do dia escaldante que enfrenta como
atriz principal de vários papéis no palco da vida.
Nos templos
religiosos elas são maioria esmagadora. Elas vivem mais que os homens e, apesar
de muito ter penado nas mãos de tantos, sente saudades do algoz.
O perdão é
uma de suas armas mais usadas nas guerras de sua existência.
Elas estão
em maioria nos asilos por sempre estarem sujeitas ao não incomodar os outros
que tanto incomodaram.
Elas são
minoria nas prisões, mas não deixam nunca de estarem cativas.
Vivemos a
Semana da Mulher que se confunde com a mãe, com a filha, com a mendiga, com a
doutora, com a presidenta, com a dona de casa, com a internada, com a de cara
sofrida e a com cara de burca... Reverências mil, sempre!
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