sábado, 28 de novembro de 2009

Tudo que Lula disser será perdoado.




MAL DITO POR LULA E INTERPRETADO POR MIM

Recebe-se de tudo na Internet. Verdades são poucas e boatos infindáveis. Interesses desmedidos entram em cena. Eu costumo responder a SPAM, pesquisar, verificar o teor e avisar meu contato sobre o tipo de repercussão ao se retransmitir certo tipo de notícia. Como desafio, por exemplo, outro dia, recebi algo mais ou menos assim: “30 perguntas sem respostas”. Eu as respondi.
Recebi de um contato amigo, com o título de “Jóias do Nosso Guia”, umas afirmações às quais não pesquisei a veracidade da autoria, mas parece ter DNA no Palácio da Alvorada.
Tal documento internético circulatório classifica como guia o Presidente Lula, o que não corresponde, pois ele é nosso dirigente por um tempo, depois deste tempo poderemos nem querê-lo ver mais ao passo que guia é um mentor ou mestre da nossa vida sem limitação de tempo.
Também não gostei da partícula “Jóias”, uma tentativa irônica, de autor desconhecido, à falta de domínio gramatical pelo nosso distinto líder maior. Ele é apenas um irresponsável com as palavras. Como é erroneamente taxado de analfabeto tem autoridade pra dizer qualquer coisa que, com certeza, será perdoado.
Faço oposição à continuidade no poder no Governo Federal por Lula ou quem ele apóie, mas quero justificá-lo nas sentenças atribuídas a ele como supostas frases hilárias.
Elas até podem ser brincadeira da parte dele, pois ele é inusitado, intuitivo e oportunista.

1)“Eu gostaria de ter estudado Latim; assim eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina.”

Eu gostaria que ele estivesse estudado não apenas Latim, mas também grego, inglês, espanhol, italiano, alemão e eteceterês. Assim poderia até governar o mundo. Ele demonstra aqui estar preocupado com a América Latina, mas o aprendizado do Latim o ajudaria no mundo inteiro. Ele é doutor na arte do trocadilho, sim senhor! Não nos esqueçamos jamais disto: Seu bom humor é um presente presente.
Também há uma hipótese de ele estar ironizando FHC que estudou tão bem o Latim e não se fez entender como Lula neste continente.

2) “Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos”.

Isto é mesmo terrível, pois além de não ter sucesso pode-se até perder a posição que ocupa que está longe de um ser fracasso. Não são palavras conseqüentes uma da outra. O fracasso não estará presente pelo simples fato de não se obter o sucesso. Por outro lado você pode fracassar sem nunca ter tido sucesso. Fracasso vem antes do sucesso até no dicionário.

3) “A grande maioria de nossas importações vem de fora do País”.

A afirmação presidencial está correta porque uma minoria de importações vem do Paraguai e são produtos genuinamente brasileiros. Na lógica do Presidente, e na minha, o Brasil importa produtos nacionais mesmo.

4) O Holocausto foi um período obsceno da História da nossa Nação. Quero dizer da História desse século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século.

Não sei exatamente a grafia da palavras “neste ou nesse”, mas da maneira que coloquei ficam mais ajustadas. Não as recebi assim, mas como coloquei já tornam a frase inteligível.
Realmente foi obsceno, pois o Governo Brasileiro extraditou seres humanos para o Regime Nazista executar. Em qualquer século, nesse ou neste ou naquele, o holocausto foi , é e será uma mancha que não pode desgrudar dos nossos pensamentos nem com o poder da força nuclear. Lula é uma criança pós-guerra e não presenciou tais agruras, mas, com certeza sofreu outras também discriminatórias.

5) “Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E esta palavra é estar preparado”

Não nos esqueçamos que Lula discursa pensando diretamente nos menos favorecidos, inclusive desfavorecidos da educação da língua. Enquanto alguns pseudo possuidores do vernáculo o criticam, numa proporção terrivelmente desproporcional, a super camada baixa ouve-o entusiasticamente com lágrimas escorregadias e sem vergonha.
Ele iniciou a fala pensando na palavra “predisposto”, mas quando iria pronunciá-la, temeu não ser entendida pelo seu dileto público e a trocou pela locução verbal “estar preparado” que é o significado legítimo de predisposto. A matemática da oratória incide no resultado dos aplausos.

6) “O futuro será melhor amanhã.”

Puro otimismo. Se hoje vislumbramos um futuro promissor, no amanhã quereremos melhor ainda. Ontem nem futuro tínhamos.

7) “Um número baixo de votantes é uma indicação de que menas pessoas estão a votar.”

Ele não disse isto. Só pode ter dito “amenas” que quer dizer “que gostam ou deleitam”. Agora faz sentido, pois o número baixo de votantes é uma indicação de que só estão votando quem gosta. Os que não gostam pagam uma multa desprezível no Cartório Eleitoral e pronto.

8) ”Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não.”

Mais uma vez eu apelo para o público alvo. A redundância, o pleonasmo e outros componentes da tautologia dignificam o reforço ao entendimento.
No espírito empreendedor do Presidente reina o positivismo. Estar preparado para um imprevisto é pessimismo, mas esperar que ele não ocorra é a veia ardente do otimismo nunca visto na História deste País, por isto ele acrescentou “ou não”.
Depois da palavra “imprevisto”, na frase, lógico que não precisava acrescentar mais nada, mas quem tem língua presa tem que exercitá-la sempre, recomendações da fonoaudiologia.
O torneiro Lula estava preparado para perder o dedinho e se acontecesse um imprevisto ele perderia o dedão, o pai de todos, o fura-bolo e seu vizinho.

9) “Para a NASA, o espaço ainda é prioridade”.

Concordo, mas também otimista, chegará um dia que todos os recursos deverão ser alocados para a Terra, principalmente quando já estiverem conquistados todos os objetivos siderais que se resumem em um: Ficar de olho no inimigo terráqueo.

10) “É tempo para a raça humana entrar no Sistema Solar.”

Pura energia do visionário Luís. Eu concordo em genérico, em homérico e degrau universário, afinal o Sistema Hidrelétrico inunda grandes áreas agro-pastoris exaurindo o ecossistema. O sistema Nuclear pode arranjar brigas indesejáveis com a NASA da questão anterior.
O Sistema Solar de energia aplaca até a conta de luz no final do mês, mesmo que dividamos até os limites de Plutão, vizinho desqualificado.

11) “Nós temos o firme propósito com a OTAN. Nós fazemos parte da OTAN. Nós temos um firme compromisso com a Europa. Nós fazemos parte da Europa.

Chega. Vou comentar só a frase principal: “Nós fazemos parte da Europa”.
Pra início de conversa o Casal Lula tem direitos italianos. Será que não era nisto que pensava?
Outra coisa, quando a gente chega à Europa nem precisa mudar de língua. Tem muito brasileiro lá. Nossos produtos enchem as vitrines. Postos BR, nosso orgulho, em cada esquina. Chego a imaginar que, depois do mandato, “O Cara” abandonará o MERCOSUL pra assumir a União Européia...

Ufa! Quero uma cadeira na ABL e uma carteira da OAB...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Professor, pense bem!


GREVE DO PROFESSOR

A lengalenga salarial dos professores começou não sei quando, mas vai terminar nunca. Se a Educação não tem preço não existirá também, em contrapartida, salário digno de tal carreira.

Os professores sempre foram meus melhores amigos e, uma professora, tornou-se minha consorte por azar.

Está na hora de eles fazerem uma greve ao contrário, o que logo explico.
Pelas mãos deles, excetuando os analfabetos do ABC, passam cem por cento dos eleitores, cem por cento dos políticos, cem por cento dos comerciantes, cem por cento dos consumidores, cem por cento dos industriais, cem por cento da mão-de-obra, cem por cento dos juízes e cem por cento de nós condenados.

Eu não entendo como alguém que faz a cabeça dos outros não se coloca lá dentro.

A contra greve que proponho é o redobrar de meios, tempo, dedicação, suor, impaciência, noites mal dormidas, excesso de avaliações e um aumento de reprovações, pois um cidadão, com educação forjada, consegue saúde, segurança e salário aos professores.

sábado, 21 de novembro de 2009

Animais medrosos


FOGUETEIROS

Quando Jesus disse: “Vinde a mim as criancinhas”, certamente ele se encontrava também de braços abertos aos cãezinhos, afinal atrás de uma criança há sempre tal animalzinho. Jesus, entre tantas atividades, fora pastor e, com certeza, o cão fiel era seu escudeiro.
O banheiro e o cão, no caminhar progressivo da Humanidade, foram trazidos do fundo do quintal para dentro de casa. Transformou-se paulatinamente num membro da família, um próximo.
Tenho um desses orelhudos há quase quinze anos. Há mais de três anos toma medicação, três fórmulas, para o coração. Fica o tempo todo no meu encalço e, quando me ausento, enrola-se num canto demonstrando muita tristeza.
Este cachorro é diferente de tantos outros. Enquanto alguns se escondem com medo de fogos de artifício ele corre pra cima do barulho.
Tenho também uma cadela vira-lata que treme toda com os estrondos, inclusive de trovões, e se refugia embaixo da minha cama.
Todos os dias eu passeio com os dois nas coleiras num circuito repetido e eles adoram.
Apareceu na porta de minha casa uma cadela abandonada e, ainda por cima, pneumônica. Começamos a alimentá-la, em seguida deixamo-la na garagem. Vacinamos, “antibioticamos” e já dormia também em nossos aposentos.
Eu saia para a rua e ela ia solta comigo por toda a cidade. Quando saia com os outros dois amarrados ela nos seguia solta. Esteve conosco por mais de quarenta dias até que, numa salva de foguetes, saiu correndo e desapareceu.
Eu a procurei por três dias e três noites, debaixo de sol, chuva e estrelas até que a encontrei morta – fora atropelada!
Definitivamente eu não entendo estouro de foguetes – um absurdo. Não são somente gatos e cachorros que sofrem conseqüências, mas todos os animais, inclusive silvestres. Apesar da existência de monstros humanos caçadores, ainda resta uma fauna em nossos cerrados.
Ainda hão de ser proibidos os fogueteiros, mas somos de um País em que o normal é ser um fora-da-lei.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Onde moram nossos heróis








Penúltima Morada

Um amigo disse-me certa vez que devíamos amar muito nossos filhos porque são eles que escolherão nossos asilos.
Eu não consigo me ver num asilo por abandono dos meus filhos, mas convenhamos que se a gente viver muito vai acabar prejudicando o dia-a-dia dos nossos herdeiros. A nora ou o genro tem o direito de não nos amar tanto. Uma pessoa idosa e, digamos, adoentada não suporta claridade, barulho, alimentação fora de hora e fica ranzinza, pois a vida eufórica de netos denota o fim da sua.
Num ato voluntário comecei a ajardinar a frente do asilo da nossa cidade. Em pouco tempo os velhinhos estavam à minha volta alegres com apenas a minha presença.
Sorrisos banguelas, andar manco, cabelos encanecidos, rugas abundantes, aparência doentia, jeito maluco, bengalas agressivas, membros tortuosos, membros ausentes, cacos humanos saltam aos olhos.
Sem parentes, mas com um salário invalidez que custeiam seus dias finais.
Um salário mínimo é muito pouco, mas se torna muito digno quando sustenta uma vida debilitada anos a fio. Existem idosos há mais de vinte anos persistindo em asilo.
Lá é a penúltima morada. Dali só mesmo o Campo da Esperança. Teve uma velhinha exceção, ainda lúcida, que aproveitou visita de advogados ao local e falou que tinha filhos em condições de cuidar dela. À força da Lei fora levada do asilo, mas por força da Lei e não do amor.
Um orfanato é um local de filhos sem pais e um asilo é o local de pais sem filhos. Uma diferença, porém é gritante, pois uma ou outra criança é adotada e os idosos não. Quer dizer, eu pelo menos, vez por outra, pretendo ir ao asilo buscar um idoso para passear e almoçar comigo.
Uma dica para quem quer conviver com eles: Trate-os como crianças e terá enormes possibilidades de agradá-los.