
A culpa é do fotógrafo
Às vezes passamos uma vida internética inteira sem conhecer pessoalmente nossos contatos virtuais.
O Gláucio, também fotógrafo procurado, não gosta de aparecer; tanto é que durante muito tempo, no falecido Orkut, sua foto de perfil era de costas e estampava pseudônimo, ao que ele chama de "fake", de Estrada de Ferro Goyás.
O interessante de nossa história é que tínhamos um amigo físico em comum que proporcionou-nos um conhecimento cara-a-cara.
O Gláucio parece um turista do mundo, pois acha tudo lindo e fotografa sem dó. Ouvi dizer que viaja até de rabeira nos trens e acampando como ciganos.
É um apaixonado pela arquitetura histórica e o transporte sobre trilhos, mas são poucos os que gostam de andar na linha.
Chegou em minha casa, na Goiandira, escoltado, pois a Câmara de Araguari está cheia de moção atrás da sua câmera. Tornou-se filho ingrato aos governantes de plantão por seus cliques esporem mazelas explícitas da péssima administração.
Ele tem que tomar cuidado afinal é um titica de gente, uma coisinha miúda, um nó na garganta, um Davi que incorpora um Golias.
Ele tem uma barbicha característica do Abrahan Lincoln, o lenhador gigante.
Falando nisto, é atribuído ao ex-presidente americano a seguinte frase: "Se me derem três horas para cortar uma árvore, ficarei duas horas e meia afiando o machado."
Já o Gláucio, se derem três horas para ele "tombar" uma árvore, em cinco minutos ela já estará no Facebook e no Google Earth. No fim das três horas o lenhador Lincoln já estaria enforcado.
Gláucio, busca e achareis, peça e abrir-se-vos-á, clique e divulgue, pois o seu sucesso é um caminho sem volta.
Nosso acordo fica de pé: Antes que te levem ao Jordão minha casa pode ser seu asilo.