sábado, 21 de maio de 2011

Para o Blog Saúde na Tela


"SUS"

Pra se ter saúde na tela,
Meu Jesus, mas que novela!
Acende-se muitas velas
E a consulta protela...

Suscita-se um sistema
Onde ser pobre é "pobrema"
Tem que te se ter algum esquema,
Pois a demora é o lema...

Se o médico pedir exame
Encontra-se quem reclame.
Uma teta que muitos mamem
Libertas qua'e sera tamem!

Assusta-se? suspira-se? Suspeita-se?
Suspende-se? Sussurra-se? Sustenta-se?
Isto - Sustentação... SUS tentação...
Opera-se o apêndice e cobra-se o coração!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Miauuu


JAGUAR

Eis mais um motivo pra não sair de casa: Minha mais nova aquisição é um jaguar preto com faróis de milha verdes. Que coisa mais linda o gato!
Um filhote abandonado que encontramos na entrada do cemitério. O coitado estava coberto de remela e miou forte correndo em direção à minha consorte. Tivemos que adotá-lo, ainda mais que teve que ser submetido a uma cirurgia de abertura de ânus.
Durante três dias ficamos em alerta observando-o comer e não defecar. Estávamos muito apreensivos e iríamos retornar ao veterinário quando dois "biscoitos", sem areia por cima, apareceram no tapete das suas acomodações. Foi um alívio geral!
Até agora permanece sem nome, mas falta de palpite não foi, inclusive lista internética. Parece que vai se chamar BY ou Bái devido a este chamamento por gato do meu primogênito quando ainda era bebê. Tal primogênito, hoje oficial do Exército, também tem um gato preto que, devido ao jogador craque do Flamengo, recebeu o nome de Neguéba. Quase copiamos o nome.
Ironicamente já o chamei de Fábio Assunção, Remela, Século (sem ânus) e Wolverine, dentre outros.
Que gracinha vê-lo ficar movendo as unhas constantemente acompanhado de um ronronar. Meu jaguar tem um motor que ronca macio e delicioso sem parar. É um tal de trançar no meio das nossas pernas. Até minha sogra está esbanjando carinhos. Come que só. Brinca com a própria sombra e com os cães.
Ah, os cachorros estão indignados com o novo inquilino e é ciúme de tudo quanto é lado. Quando chegou queriam devorá-lo, mas à força acabaram acostumando e agora vão ter que engolir este gato!
Para aproveitar a presença brincalhona dele quero por uma tabuleta na porta da minha casa assim: Residência do Aristeu. Aqui mora um gato!
Pra quem já era um deus grego não houve promoção...

domingo, 8 de maio de 2011

Quem não gosta da mãe levanta o dedo...


NÃO GOSTO DE MINHA MÃE

Eu não gosto de minha mãe. Havia um cordão umbilical que nos unia, mas fora rompido no momento certo, mas eu deveria ser de sete meses, pois não agüentava mais aquele ambiente solitário, espremido e quente.
Ela ainda continuou por quase dois anos oferecendo-me aquele peito flácido de onde tirava minha quase única alimentação. Entre uma mamada e outra era submetido à prova de um mingau quente de fubá de milho.
Até quase cinco anos aquela megera me deixava desnudo a brincar e, quando fora me dar roupas, eram confeccionadas na nossa própria casa com sacos de açúcar – um “modelito” único. Lembro-me também do tal suspensório quando ia à Escola. Caminhava descalço e nem as legítimas Havaianas protegiam meu solado do pé da poeira, pedra e lama.
A escola fora uma imposição dela e algo imposto nunca é bem-vindo a uma mente libertária. Não só a escola, mas também as missas semanais forçadas.
Depois que eu peguei o gosto pela escola, lá pela quarta série primária, ela quis me tirar pra trabalhar e ajudar meu pai a criá-la juntamente com meus oito irmãos. Não saí de teimoso, mas ainda assim minha féria era consumida pela família. Féria conquistada na feira livre e na caixa de engraxate. Neste tempo eu dava presente pra ela.
Aos meus catorze anos perdi meu pai consumado pelas conseqüências do alcoolismo. Eu também já bebia. Bicho criado solto pode virar lobisomem.
O novo companheiro de minha mãe não nos aceitava sob o seu teto e, entre outros, fui deixado ao relento – a maior escola da minha vida.
(35 anos depois)
Bem, chega de lembranças edificantes! Hoje, aos cinqüenta anos, apesar de tanta dificuldade e com a mãe ainda viva, posso afirmar de peito aberto, sem medo de estar errado: Eu não gosto de minha mãe, mas amo-a!

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre as Mães e Nós - Texto da Amiga Marília


Direito de mãe

Estamos a cada dia mais cercados de informações, diferentemente de tempos em que era até impensável a existência das mil maquinetas comunicadoras que existem por aí. Publicidades luminosas explodem aos nossos sentidos e nos fazem pretender muito mais que o essencial, como se a felicidade morasse na posse de um cartão de crédito que faz a coisa desejada chegar as nossas mãos e no canto dos crediários, tudo a perder de vista, mesmo que a perder de senso e também de noção de realidade.
O mês de Maio é a ferveção, a obrigação do presente suplanta qualquer outra coisa. Mas a celebração do Dia das Mães nos convida também a pensar com mais intensidade nesta pessoa cuidadosa e amorosa que celebra os filhos todos os dias. Hora de aproveitar o momento e pensar nas mães e em tudo que representam. Refletir sobre o que as fazem alegres ou tristes, procurar entender suas dificuldades, suas perfeições e imperfeições e, principalmente, no quão grande e indescritível é o amor que as une aos filhos.
Nossas mães já foram crianças felizes, infelizes, choronas, adolescentes com a chama da rebeldia, jovens sonhadoras cheias de desejos. Um dia sonharam com um príncipe encantado, fizeram projetos, sentiram-se princesas ou gatas borralheiras, caíram na real, o mundo é este, palácios distantes e realidade ao toque da mão. Criaram família, tiveram perdas, ganhos, abriram milhões de sorrisos e converteram em lágrimas milhares de dores. Nossas mães são pessoas como nós mesmos, com medos, problemas, dificuldades, alterações de humor, zangas (quase sempre necessárias), decepções, frustrações, mulheres santas, ora nem tanto. O que as diferencia na verdade é o tamanho e a qualidade de amor que abrigam no coração. Um sentimento sem medida, que a tudo obriga e pouco pede, que perdoa sempre, que joga as mágoas fora a um simples receber de um sorriso, de um olhar amoroso, de um bilhetinho do filho que está longe, de um carinho inusitado, sem data, sem dia, sem hora...
Dê-lhe um presente sim, o que for mais bonito e o que mais puder agradá-la, uma flor ou a jóia mais preciosa. E junto com o presente, ofereça o abraço bem apertado, o beijo mais carinhoso, e diga o quanto ela é importante para você. Pense que ela é a mãe mais bonita, porque é a sua mãe e externe este pensamento. Não regateie amor, não meça palavras, não se intimide com demonstrações afetuosas. As mães merecem que demonstremos a elas como são importantes em nossas vidas e como somos agradecidos e felizes por ter alguém, ao nosso lado, que nos quer tanto bem, sob qualquer circunstância.
Aproveite muito o tempo em que ela estiver presente. Alegre-se com está dádiva que não dura para sempre e, quando parte, deixa um vazio e uma pobreza inexplicáveis. Porque é difícil e extremamente sofrido perder a pessoa que mais amor teve para lhe dar, que mais compreensão teve a lhe oferecer, mesmo que você não tenha ás vezes entendido a complexidade e a grandeza deste amor.
Quando penso em minha mãe, que já voou nas asas dos anjos fecho os olhos, canto uma cantiga de ninar e sinto, como se fosse real, aquelas mãos carinhosas revolvendo os meus cabelos, dizendo que está em paz e transmitindo a mim, para sempre, tudo de bom, fiel e amoroso que só uma mãe pode dar a um filho. Nana mamãe, mamãe do coração...

Marília Alves Cunha
Email – mariliacunha16@hotmail.com